Comissão - Fundos de pensões poderão investir com maiores riscos

O plano, segundo o comissário europeu Michel Barnier, pretende aliviar o declínio no financiamento disponível na Europa, como consequência do processo de desendividamento das entidades financeiras.

Dois terços da economia real, recorda o departamento de Barnier, dependem do canal bancário, uma via de financiamento que se reduziu consideravelmente. 

Segundo o jornal Cinco Dias, este projecto pretende oferecer canais alternativos, o mais importante dos quais seriam os dos fundos de pensões complementares.

Na Europa, segundo dados da Comissão Europeia, existem 125 mil fundos desse tipo, com activos que superam os 2,5 mil milhões de euros. A mobilização desse imenso capital encontra-se limitada por uma regulamentação que, segundo Bruxelas, ficou obsoleta e demasiado restritiva.

A principal alteração do projecto de directiva, aprovado hoje, consiste em eliminar a norma que restringe a possibilidade desses fundos em algumas áreas, como as infra-estruturas e os empréstimos não qualificados. A nova directiva exigirá às autoridades financeiras que justifiquem com segurança qualquer restrição e sempre com base em motivos prudenciais muito bem fundados.

A nova norma, que necessita de aprovação do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu, permitirá, segundo Bruxelas, que este tipo de investidores se envolva em projectos de financiamento de longo prazo, um perfil que até agora não podiam assumir.

Ana Maria Gonçalves   
27/03/14 11:49