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Mota-Engil e Novo Banco vendem negócio dos portos
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Mota-Engil e Novo Banco vendem negócio dos portos
Parte da logística do grupo Mota-Engil inclui vários negócios para além dos terminais portuários DANIEL ROCHA
Estão a ser analisadas várias propostas de compra, incluindo uma dos turcos da Yildirim, apontados como os futuros vencedores.
O grupo Tertir vai voltar a mudar de mãos. Menos de uma década depois do grupo liderado por António Mota ter entrado no sector da logística com a compra das 48 empresas que compunham o grupo fundado por Rodrigo Leite, prepara-se agora para alienar a totalidade da sua posição.
O PÚBLICO apurou que a Mota-Engil está a avaliar várias propostas, entre as quais a de um grupo turco muito forte no sector da logística, a Yildirim, que é dado no meio como o mais provável vencedor.
O mote para a venda do negócio foi dado pelo Novo Banco, que detém 36,87% da Tertir, numa participação que transitou do BES e pela qual terá pago 59 milhões de euros, um valor que supera os 55 milhões pagos pela Mota-Engil em Maio de 2007, quando comprou o grupo ao empresário Rodrigo Leite.
A informação da venda ao então BES consta do Relatório e Contas da Mota-Engil de 2013 (a operação efectuou-se em Dezembro desse ano) sem que, no entanto, seja referida a instituição bancária como a compradora.
A alienação da participação do Novo Banco na Tertir acontece depois de a instituição financeira liderada por Stock da Cunha já ter colocado à venda a participação na Ascendi, empresa que detém várias concessões rodoviárias em Portugal e no estrangeiro, e que é maioritariamente controlada pelo grupo de construção.
Tal como na Ascendi, em que a Mota-Engil está a acompanhar a venda da posição com o Novo Banco, podendo alienar parte ou a totalidade do negócio, também na Tertir está em cima da mesa a possibilidade de uma venda total do negócio.
A venda de uma participação minoritária pode não ter interesse para um investidor, razão pela qual está a ser analisada a venda integral do grupo, apurou o PÚBLICO junto de fonte conhecedora do processo.
Nesta altura, estão a ser analisadas várias propostas, entre as quais uma do grupo Yildirim, empresa turca que ambiciona tornar-se numa das dez maiores empresas do mundo no sector da logística, e cujo interesse já foi noticiado em Junho pela publicação especializada Transportes em Revista.
O montante de venda dado como certo para esta operação ultrapassa os 300 milhões de euros. Contactada pelo PÚBLICO a Mota-Engil não se mostrou disponível para prestar mais informações sobre este negócio.
Activo de peso
Enquanto a venda da Ascendi, que detém concessões rodoviárias em cinco países (Portugal, Espanha, Brasil, México e Moçambique), e que tem neste momento várias propostas de compra, sobretudo por parte de fundos de investimento, este activo não surge na estrutura do grupo como estratégico. Já a área da logística tem um peso muito significativo. Em 2014, o segmento de Ambiente e Serviços era maioritariamente dominado pelo sector da logística, atingindo um peso de 57,2% dos resultados operacionais, que ascenderam a 59 milhões de euros.
A parte da logística do grupo Mota-Engil inclui vários negócios: para além dos terminais portuários em todos os portos nacionais à excepção de Sines, tem também vários terminais rodo-ferroviários e a operação de transporte ferroviário de mercadorias. Com a alienação da Tertir, falta perceber o que vai acontecer a outras áreas de negócio e empresas, como a Transitex e a Takargo – se vão permanecer no grupo ou se são englobadas na alienação da Tertir.
O Novo Banco tem em curso a alienação de participações que não façam parte do negócio financeiro ao mesmo tempo que estará a tentar reduzir o financiamento a alguns sectores de actividade e a grandes empresas. A venda de dois negócios poderá ajudar a Mota-Engil a reduzir o seu endividamento líquido. No final do primeiro semestre deste ano, o grupo nortenho divulgou uma dívida de 1,3 mil milhões de euros. De acordo com um analista de mercado que acompanha a Mota Engil, a companhia não tem neste momento grandes condições para reduzir o seu endividamento, a não ser através da venda de activos.
LUÍSA PINTO e ROSA SOARES
28/09/2015 - 09:17
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