Associação Comercial do Porto encomenda estudo sobre terminais portuários

A Associação Comercial do Porto (ACP) vai patrocinar a realização de um estudo sobre terminais portuários e infra-estruturas logísticas no país, que tem por objectivo contribuir para um planeamento racional de investimentos públicos.

"Temos uma profunda preocupação quanto ao rumo das políticas de infra-estruturas e, especialmente, quanto à política de portos. É uma apreensão que nos é também transmitida pelos agentes económicos e pela comunidade portuária. O que nos propomos, com esta iniciativa, é apresentar ao país uma estratégia portuária nacional, que não existe", afirmou o presidente da ACP, Nuno Botelho.

O estudo, encomendado ao Centro de Estudos em Gestão e Economia Aplicada da Universidade Católica do Porto e à consultora de transportes TRENMO, teve início neste último trimestre do ano e deverá ficar concluído em Março, resultando da preocupação da ACP quanto ao rumo da política portuária nacional.

As infra-estruturas portuárias, o posicionamento do Porto de Leixões e a construção do novo terminal do Barreiro são temas em análise neste trabalho. A equipa que coordena o trabalho é a mesma do estudo apresentado em 2007 "Portela +1", patrocinado pela ACP, que propôs alternativas à construção do aeroporto na Ota.

Assim, a coordenar o estudo estão os professores Álvaro Nascimento, da Universidade Católica, e Álvaro Costa, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Para a associação comercial, este contributo surge num momento importante, "altura em que se inicia um novo ciclo na política nacional", designadamente no âmbito do quadro comunitário de apoio (2015-2020). "O estudo da política portuária tem como objectivo central a promoção do desenvolvimento equilibrado e sustentado do país em conformidade com a indubitável necessidade de investimento em infra-estruturas de transporte", refere a ACP, adiantando que "a construção de um novo terminal de águas profundas no Barreiro -- e os seus riscos intrínsecos -- e a necessidade de intervir no Porto de Leixões (Matosinhos) -- uma vez já aprovada a ampliação do terminal de contentores e a construção de um novo cais -, são algumas das matérias em análise" neste trabalho.

A primeira reunião do Conselho Consultivo do Estudo, que integra entre outros, além de Nuno Botelho, Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros, e Valente de Oliveira, antigo ministro do Planeamento, decorreu esta semana.

O investimento inerente à realização deste estudo é da responsabilidade da ACP, que defende "a intervenção do Estado na economia nos casos em que a iniciativa privada não é capaz de dar resposta eficaz e adequada"    

LUSA 
10/12/2015 - 08:47
Público