Portos com recorde à vista no movimento de mercadorias

Cargas movimentadas entre Janeiro e Novembro de 2015 subiram 8,2%, impulsionadas pelos produtos petrolíferos. Sines vale metade do sector.


Os portos nacionais devem ter registado um novo recorde de mercadorias movimentadas ao longo do ano passado. De acordo com os dados da Autoridade Metropolitana de Transportes (AMT) – agora integrada na Área Metropolitana de Lisboa –, entre Janeiro e Novembro do ano passado, os sete maiores portos portugueses movimentaram 81,6 milhões de toneladas de mercadorias, mais 8,2% que no período homólogo de 2014.

Este registo representa um novo recorde histórico a nível global e também no que respeita aos portos de Sines, Leixões e Aveiro, que concretizaram crescimentos de 17,5%, 5,4% e 3,5%, respectivamente, nos primeiros 11 meses do ano passado. Segundo diversas fontes do sector contactadas pelo Diário Económico, não terão ocorrido quaisquer anomalias de maior em relação a esta tendência durante o último mês do ano passado, pelo que os dados de movimentação de cargas no sector portuário nacional deverão ter atingido novo máximo no ano passado, embora os dados referentes ao mês de Dezembro ainda não estejam disponíveis.

O porto alentejano foi o que registou o melhor desempenho no período em análise, ao fim do qual detinha uma quota de quase metade do mercado portuário português, com 49,3%, tendo movimentado no período em apreço 40,3 milhões de toneladas de mercadorias. 

O movimento de contentores no porto de Sines voltou a ter um desempenho positivo nos primeiros 11 meses do ano passado, com uma subida de 8,3%, para cerca de 1,227 milhões de TEU (medida-padrão equivalente a contentores com 20 pés de comprimento), significando que o porto alentejano ainda detém uma quota maior, de 51,3%, neste segmento de carga.

Mas o grande destaque no porto de Sines no período em análise foi para a movimentação de granéis líquidos, em particular, para o petróleo e refinados petrolíferos, com um crescimento de 21%, para um total de 19,7 milhões de toneladas movimentadas nos primeiros 11 meses do ano transacto.

Aliás, o segmento dos granéis líquidos foi o que ‘puxou’ mais pela movimentação de mercadorias nos portos nacionais entre Janeiro e Novembro, com um aumento de 15,3% face ao período homólogo do ano passado.

Segundo a análise da AMT, esta subida foi “resultante da conjugação de +24% no tráfego de petróleo bruto e de +11,1% no de produtos petrolíferos”. 

“O segmento do mercado dos granéis sólidos e de carga geral contribuiu com variações positivas de +4,5% e +4,4%, respectivamente, merecendo destaque o mercado da carga ‘ro-ro ‘com um crescimento de +50,3%; de minérios, com uma variação de +30,1%; e do carvão, com +16,5%”, adianta a referida análise da AMT.

Quanto ao mercado de contentores, “que tem vindo a observar um dinamismo e uma evolução crescente notáveis”, registou um volume de cerca de 2,4 milhões de TEU, superior em 2,7% ao valor registado no período Janeiro-Novembro de 2014, “constituindo também o valor mais elevado de sempre observado nos períodos homólogos”. Mas nem tudo correu bem nos portos nacionais ao longo dos primeiros 11 meses do ano passado. Os portos da Figueira da Foz, Setúbal, Viana do Castelo e Lisboa registaram variações globais negativas, de, respectivamente, -7,4%, -8,7%, -2% e -0,5%, “sendo que os dois primeiros apresentam diminuições em todas as classes de carga e os dois últimos apresentam uma evolução positiva na carga geral”, conforme sublinha a AMT.

Apesar de uma quebra de 0,5% nas cargas movimentadas, o comportamento do porto de Lisboa ainda não deverá ter sido afectado pela greve de estivadores em curso no porto da capital, iniciado a 14 de Novembro.

00:05 h
Nuno Miguel Silva
Económico