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Mensagem por Admin Dom Mar 06, 2016 12:30 pm

Estou na Granja do Ulmeiro num Intercidades parado por motivos de avaria técnica na via, pelo menos é o que diz o senhor do altifalante numa voz pouco convencida e nada convincente. Até pararmos aqui, junto a um canavial, estava a viajar entre uma terra com trezentas pessoas que quer ter um restaurante e um restaurante que vai mudar de sítio numa terra com um milhão e quinhentas pessoas. São dois portugais, e eu parado a meio, num outro ainda, na Granja do Ulmeiro, por motivos de avaria técnica na via.

[...]

A geringonça acordou, arranca, sacode, chia, não é nada bom para as tuas costas, eu sei. Para trás, a Guarda e uma intervenção a convite da delegação distrital da Associação Nacional de Freguesias, sobre os próximos quarenta anos do poder local. Na audiência pessoas que não conheço, gente da terra, autarcas, professores, deputados, pessoas de todos os partidos, gente preocupada em como fazer ainda melhor pelos seus portugais. Havia nessa noite pelo menos mais dois eventos na cidade: o lançamento do livro Era uma vez... O Centro da Mocidade Portuguesa na Guarda - memórias de um graduado, de António Nabais Caldeira e o lançamento do livro Jovens e a política, de José Miguel Bettencourt. O passado, o presente e o futuro. E muito frio, tinha-te dito para ires agasalhado, não tinha? Os próximos quarenta anos de poder local, cartomancia autárquica, portanto.

[próxima estação Entroncamento - o Santana chegou a meter um ministério no Entroncamento? Não me lembro]

O poder local é assim como a vida da gente, e os próximos quarenta anos só serão melhores do que estes primeiros quarenta se olharmos para trás e virmos onde é que falhámos, as oportunidades falhadas, o dinheiro que se desperdiçou, o tempo que se perdeu, onde faltou o amor. É um exercício importante, sobretudo porque o saldo francamente positivo pode ofuscar o que não foi e podia ter sido.

Disse a quem por lá estava o que penso, coisa sempre perigosa e desaconselhada, que o modelo de poder local que temos há quarenta anos se arrisca a esgotar, que o poder local não é um fim em si mesmo mas apenas a forma mais próxima de resolver os problemas das pessoas e que, toda a gente sabe, em oitenta anos as pessoas mudam e ainda mais os seus problemas. Disse que o modelo que temos, de replicação e clonagem de cidades e vilas, numa escala apenas de dimensão variável, não serve; que nos próximos quarenta anos precisamos de aprofundar a diferenciação entre freguesias e municípios, nas suas competências, no seu financiamento, quem sabe até na forma de governo. A existência de prosperidade na diversidade (prosperidade na diversidade é boa, tenho de tomar nota ali) só será possível com a criação de regiões administrativas com representatividade democrática direta e amplos poderes financeiros e políticos, sem o terrorismo do somos um país demasiado pequeno para isso. As autarquias, as de hoje e as de amanhã, devem poder ter amplos poderes desde logo tributários - porque isso é que é autonomia - criando impostos e respondendo a quem os paga. Mais autonomia significa, por exemplo, cada município poder decidir se quer ou não ter IMT, e até se quer ou não ter um imposto que tribute as sucessões e as doações.

[ao desembarcar tenha atenção à distância entre a porta e a plataforma ou, como se diz em inglês, mind the gap, coisa bonita e muito mais profunda do que pode parecer]

Lisboa, menos frio mas mais frio, ou um calor diferente, um sol distante adequado a uma última vez. O Restaurante Pap"Açorda, no Bairro Alto vai fechar hoje. Vai fechar mas vai abrir noutro lado, no Mercado da Ribeira, e isto levava-nos aqui a uma conversa muito longa sobre se um restaurante noutro local é o mesmo ou outro restaurante, e está bom de ver que o mesmo não pode ser, como um amigo não é o mesmo com a nova ou com a antiga mulher. Atalhando. É um restaurante de que guardo memórias especiais, foi lá pela primeira vez que vi o poder da diferença, um rasgo de mundo na aldeia que era Lisboa dos anos oitenta; memórias com a força das memórias de aos oito ou dez anos ir jantar fora com os pais a um Bairro onde há artistas, punks e drogados e até gente pouco recomendável, num restaurante como em Nova Iorque. Um Portugal que estava a chegar. Seguiram-se outros almoços e jantares espalhados ao longo de trinta anos. Muitos deles não se repetiriam porque os comensais foram andando, e a partir de hoje porque é o restaurante vai andando.

E na sessão da Guarda, um dos desabafos que ouvi foi de uma freguesia rural, que tem trezentos habitantes, e não tem nenhum restaurante, e as tradições gastronómicas que se vão perder e que as pessoas querem um restaurante, mas ninguém vai lá abrir um restaurante. Talvez se a junta pudesse abrir um restaurante. Mas dinheiro para isso? E do outro lado uma cidade que não para de crescer, com visitantes e turistas, cada vez mais rica apesar da crise, onde os restaurantes se dão ao luxo de escolher para onde vão. E daqui a quarenta anos, onde estarão estes dois restaurantes? Vou andando.

06 DE MARÇO DE 2016
11:22
João Taborda da Gama
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