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Suplemento alimentar, para que te quero?
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Suplemento alimentar, para que te quero?
O mercado dos suplementos alimentares em Portugal tem crescido ao longo dos últimos anos, sendo extremamente comum na população adulta existir uma toma diária ou ocasional deste tipo de produto. A preocupação crescente com o estado de saúde e a vida agitada dos tempos modernos podem explicar o recurso frequente a estes produtos. Os suplementos incluem vitaminas, minerais, ervas, extracto de plantas, aminoácidos, enzimas, entre outros, e aparecem nas mais variadas formas como cápsulas, comprimidos, e em pó.
Existem estudos científicos que mostram o benefício na toma de suplementos. Por exemplo, a suplementação de cálcio e de vitamina D na saúde óssea, de ferro na anemia, do ácido fólico para a diminuição do risco de malformações do tubo neural do recém-nascido ou a suplementação de iodo na gravidez para melhorar o desenvolvimento neuro-cognitivo das crianças. Porém estes são medicamentos, usados por necessidade evidente e recomendados pela OMS e DGS.
Onde é que poderemos estar a comprar gato por lebre? A maioria dos suplementos não têm qualquer estudo de eficácia, de segurança ou de qualidade, nem foram submetidos a qualquer ensaio clínico. Basta comunicar à Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, et voilá, o suplemento alimentar está apto a ser comercializado. O Infarmed, não tem qualquer actuação. Também de pouco servirá o argumento de que o suplemento foi comprado na farmácia, ervanária ou supermercado porque em nada aumenta a segurança na toma destes produtos. A DECO fez recentemente um estudo em que concluiu que muitos suplementos disponíveis em Portugal não tinham folheto informativo, continham substâncias activas de medicamentos em doses mais baixas, tinham substâncias não declaradas no rótulo, tinham presentes contaminantes e não definiam as doses diárias nem tempo de toma. Paracelso, sabiamente, dizia que “a diferença entre um remédio e um veneno está só na dosagem”.
O ser natural também não ajuda à equação. Substâncias como vitaminas, minerais, nutrientes essenciais à nossa saúde, têm acções específicas no nosso organismo e a sua suplementação não deve ser feita de ânimo leve. Sabia que a vitamina K reduz a eficácia dos anticoagulantes? Ou que antioxidantes, como a vitamina C e E, podem reduzir a eficácia de fármacos? Que o Hipericão reduz a eficácia de fármacos como antidepressivos e pílulas contraceptivas? E isto são só alguns exemplos.
Quem lhe disse que precisa da vitamina A, B, C? Onde e como viram que existia défice e que precisava percorrer o alfabeto vitamínico?
Um suplemento alimentar, não previne, trata ou cura uma doença, quando muito poderá ajudar a superar um défice nutricional, se este existir, e nunca será substituto de uma alimentação variada e equilibrada.
Termino citando Hipócatres “Faça do alimento o seu medicamento”.
Joana Silva Afonso, Nutricionista
Diário de Notícias da Madeira
Terça, 22 de Março de 2016
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