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O milagre da multiplicação
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O milagre da multiplicação
Até agora vivemos no contexto das estimativas, das expectativas e dos desejos. A partir do final de Junho, com o primeiro trimestre do OE, passaremos a viver da concreta e absoluta comparação com os resultados.
Uma das questões que maiores dúvidas governativas tem levantado a quem não tem formação em economia ou finanças públicas, assenta na capacidade que este Governo tem demonstrado de apresentar, de forma sistemática, previsões otimistas.
Confirmando PSD e CDS que, por serem partidos da oposição se esperaria duvidassem das contas, mas num plano muito idêntico, entidades insuspeitas como a Comissão Europeia ou o FMI, agências de 'rating' (exceto a DBRS), bancos nacionais e estrangeiros, universidades e outros analistas, temos sido mimoseados com previsões em baixa, quer de receita, quer de crescimento do PIB, diminuição de produção industrial e de remessas de emigrantes, dados de redução de exportações ou aumento de importações.
Enquanto isto, o Governo continua a manter as suas previsões orçamentais, ignorando avisos apenas, aqui e ali, toldados com pequenos sinais de preocupação. Seja na anunciada e logo suspensa cativação de verbas ou no congelamento da despesa, seja num anúncio velado de atribuição de menores benefícios sociais do que esperado, estes sinais de fumo não anunciam nenhum sinal de incêndio na perspetiva do Governo.
É certo que os impostos indiretos aumentaram e não há registo de qualquer redução na carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho. Mas como será isto compaginável com os sucessivos benefícios que se anunciam de cada vez que alguém protesta: sejam os transportadores por causa do combustível, e apenas na raia de Espanha, ou perante as reclamações e protestos de agricultores ou suinicultores. E ainda a procissão vai no adro…
Cedendo em cada protesto, o Governo não só perde autoridade como inicia um processo acelerado de descredibilização da sua capacidade de decisão e do fundamento das suas políticas. Aliás, este será o desafio maior de um Governo que anuncia um mundo de promessas que apenas correm em paralelo com a realidade. Enquanto promessas são excelentes. A dificuldade nasce com o seu desfasamento da realidade.
Até agora vivemos no contexto das estimativas, das expetativas e dos desejos. A partir do final de junho, com o primeiro trimestre do Orçamento de Estado, passaremos a viver da concreta e absoluta comparação com os resultados. Teremos então, todos, oportunidade de perguntar a Catarina Martins o que pensa do plano B. E perguntaremos a um alertado António Costa porque nos conduziu para mais esta situação difícil.
A recente visita do primeiro-ministro António Costa à Grécia e o encontro com o seu colega e parceiro Alexis Tsipras foi antecipação ou premonição de que nos pode acontecer o mesmo, ou um pequeno estágio para conhecer o milagre da multiplicação grega. A história recente explica-nos que, na Grécia, o milagre da multiplicação não foi de soluções, mas apenas de problemas.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
Uma das questões que maiores dúvidas governativas tem levantado a quem não tem formação em economia ou finanças públicas, assenta na capacidade que este Governo tem demonstrado de apresentar, de forma sistemática, previsões otimistas.
Confirmando PSD e CDS que, por serem partidos da oposição se esperaria duvidassem das contas, mas num plano muito idêntico, entidades insuspeitas como a Comissão Europeia ou o FMI, agências de 'rating' (exceto a DBRS), bancos nacionais e estrangeiros, universidades e outros analistas, temos sido mimoseados com previsões em baixa, quer de receita, quer de crescimento do PIB, diminuição de produção industrial e de remessas de emigrantes, dados de redução de exportações ou aumento de importações.
Enquanto isto, o Governo continua a manter as suas previsões orçamentais, ignorando avisos apenas, aqui e ali, toldados com pequenos sinais de preocupação. Seja na anunciada e logo suspensa cativação de verbas ou no congelamento da despesa, seja num anúncio velado de atribuição de menores benefícios sociais do que esperado, estes sinais de fumo não anunciam nenhum sinal de incêndio na perspetiva do Governo.
É certo que os impostos indiretos aumentaram e não há registo de qualquer redução na carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho. Mas como será isto compaginável com os sucessivos benefícios que se anunciam de cada vez que alguém protesta: sejam os transportadores por causa do combustível, e apenas na raia de Espanha, ou perante as reclamações e protestos de agricultores ou suinicultores. E ainda a procissão vai no adro…
Cedendo em cada protesto, o Governo não só perde autoridade como inicia um processo acelerado de descredibilização da sua capacidade de decisão e do fundamento das suas políticas. Aliás, este será o desafio maior de um Governo que anuncia um mundo de promessas que apenas correm em paralelo com a realidade. Enquanto promessas são excelentes. A dificuldade nasce com o seu desfasamento da realidade.
Até agora vivemos no contexto das estimativas, das expetativas e dos desejos. A partir do final de junho, com o primeiro trimestre do Orçamento de Estado, passaremos a viver da concreta e absoluta comparação com os resultados. Teremos então, todos, oportunidade de perguntar a Catarina Martins o que pensa do plano B. E perguntaremos a um alertado António Costa porque nos conduziu para mais esta situação difícil.
A recente visita do primeiro-ministro António Costa à Grécia e o encontro com o seu colega e parceiro Alexis Tsipras foi antecipação ou premonição de que nos pode acontecer o mesmo, ou um pequeno estágio para conhecer o milagre da multiplicação grega. A história recente explica-nos que, na Grécia, o milagre da multiplicação não foi de soluções, mas apenas de problemas.
O autor escreve ao abrigo do novo acordo ortográfico.
00:05 h
António Rodrigues, Advogado
Económico
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