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Como não há as notícias que gostaria de dar, inventa-as ele
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Como não há as notícias que gostaria de dar, inventa-as ele
No artigo da semana passada escrevi sobre a construção da mentira a partir do espaço de opinião de Luís Marques Mendes.
Curiosamente, no decorrer da semana, foi notícia a nomeação do também comentador António Vitorino – um sósia de Mendes nos meandros do PS – para a administração do Santander Totta, em concomitância com posições na administração da Cuatrecasas, Brisa, Siemens, Novabase, CTT, GALP e outras (o i, há cerca de um ano, escrevia serem 12). Nunca tendo ficado clara a veracidade da acusação de que Vitorino esteve em Madrid a negociar com os donos da TVI o fim da investigação jornalística em torno dos casos de corrupção que envolviam José Sócrates quando era primeiro-ministro, é justo afirmar que, no espaço de comentário semanal que partilha com Santana Lopes, haverá poucos temas político-financeiros em que não terá interesses em jogo.
Mas se Mendes e Vitorino representam papéis semelhantes na construção da mentira, ela nunca poderia passar sem um jornalismo inculto e acantonado. Quantos jornalistas e trabalhos jornalísticos terão passado pela RTP, nunca tendo obtido qualquer relevância por causa de personagens como a de José Rodrigues dos Santos?
A entrevista feita pelo i a esta figura que nos inunda os espaços noticiosos da RTP e as livrarias dos supermercados serve para perceber melhor o que lhe passa pela cabeça quando fabrica as suas notícias. Ler um jornalista de política declarar que descobriu que o “fascismo é um movimento de origem marxista” é como ouvir um ginecologista assegurar que os bebés vêm com as cegonhas ou um canalizador duvidar da movimentação gravítica da água. Na vida todos estamos sujeitos a dizer palermices, o problema é fazê-lo sobre as áreas em que trabalhamos.
O i prestou um serviço público ao publicar a entrevista a Rodrigues dos Santos. Sendo certo que contribuirá para o escritor vender mais uns milhares de livros, estamos na presença de uma figura que inchará com cada linha escrita sobre ela até ao momento em que só se verá um umbigo refletido no espelho, à beira da explosão.
23/05/2016
Tiago Mota Saraiva
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
Curiosamente, no decorrer da semana, foi notícia a nomeação do também comentador António Vitorino – um sósia de Mendes nos meandros do PS – para a administração do Santander Totta, em concomitância com posições na administração da Cuatrecasas, Brisa, Siemens, Novabase, CTT, GALP e outras (o i, há cerca de um ano, escrevia serem 12). Nunca tendo ficado clara a veracidade da acusação de que Vitorino esteve em Madrid a negociar com os donos da TVI o fim da investigação jornalística em torno dos casos de corrupção que envolviam José Sócrates quando era primeiro-ministro, é justo afirmar que, no espaço de comentário semanal que partilha com Santana Lopes, haverá poucos temas político-financeiros em que não terá interesses em jogo.
Mas se Mendes e Vitorino representam papéis semelhantes na construção da mentira, ela nunca poderia passar sem um jornalismo inculto e acantonado. Quantos jornalistas e trabalhos jornalísticos terão passado pela RTP, nunca tendo obtido qualquer relevância por causa de personagens como a de José Rodrigues dos Santos?
A entrevista feita pelo i a esta figura que nos inunda os espaços noticiosos da RTP e as livrarias dos supermercados serve para perceber melhor o que lhe passa pela cabeça quando fabrica as suas notícias. Ler um jornalista de política declarar que descobriu que o “fascismo é um movimento de origem marxista” é como ouvir um ginecologista assegurar que os bebés vêm com as cegonhas ou um canalizador duvidar da movimentação gravítica da água. Na vida todos estamos sujeitos a dizer palermices, o problema é fazê-lo sobre as áreas em que trabalhamos.
O i prestou um serviço público ao publicar a entrevista a Rodrigues dos Santos. Sendo certo que contribuirá para o escritor vender mais uns milhares de livros, estamos na presença de uma figura que inchará com cada linha escrita sobre ela até ao momento em que só se verá um umbigo refletido no espelho, à beira da explosão.
23/05/2016
Tiago Mota Saraiva
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
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