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Boas notícias
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Boas notícias
Assisti, como muitos outros portugueses, aos programas que cobriram a eleição presidencial desta semana.
Não posso deixar de me regozijar com o nível de educação, de decoro, de seriedade que ouvi na maioria dos discursos dos candidatos presidenciais e dos responsáveis institucionais durante toda essa noite.
Depois de duas campanhas muito intensas e após uma vivência de excessiva agressividade política, assistimos, no final destas eleições, a discursos focados na promoção dos valores humanos, na extraordinariamente necessária unidade do país, no reconhecimento do funcionamento da democracia e do não aproveitamento extrapolado dos resultados que foram obtidos pelos participantes.
Foi uma muito boa notícia, mas foi acima de tudo uma grande lição de civismo e de responsabilidade pelo destino de Portugal.
De um lado, ouvimos um presidente eleito a promover aquilo que realmente importa e que é a afectividade de um povo que dela necessita para conseguir a sua união, factor indispensável ao desenvolvimento e especialmente quando se pretende um crescimento sem prejuízo social.
Do outro lado, ouvimos candidatos que afirmaram a sua lealdade para com as instituições, e alguns assumindo que a sua intervenção cívica, ainda que não deixe de continuar em momentos futuros, não será utilizada para aproveitamento político.
Se há coisa que estas eleições demonstraram é que o povo português não segue a habilidade política dos partidos, e que até no PCP, em que habitualmente não há mudanças, se encontrou uma mudança fundamental.
Se o povo mostrou nas eleições anteriores que estava desconfortável com a realidade do sistema político existente, dividindo o país entre a esquerda e a direita, e dando às forças mais em confronto com o regime a capacidade de fazer maioria, nestas eleições este mesmo povo mostrou que se revê na simpatia das posições de alguém que, não sendo de nenhuma forma contra o sistema, tem a sua forma personalista de viver nesse sistema.
Alguém que veio dar destaque à fraternidade, valor que ficou mais em evidência depois do combate menos elevado das eleições anteriores. Alguém que defende o entendimento entre todos os portugueses, mas sem qualquer ameaça.
A direita não se pode convencer de que este resultado é a sua consagração e de que está numa posição de voltar a ganhar eleições. Isso não acontecerá e só através de uma mudança clara de estilo, menos belicoso e mais personalista, o poderá voltar a ganhar.
Mas a esquerda também não deve deixar de se preocupar.
Por um lado, os partidos mais extremistas desta área têm de entender que a postura de combate lhes granjeia uma base de eleitores. Mas esse posicionamento dificilmente lhes garantirá sustentabilidade: é que a movimentação de descontentamento verificada nas legislativas já voltou à sua área de voto "natural" e que, desta vez, a mudança deu-se entre esses mesmos partidos (que somados já não representam a percentagem atingida anteriormente).
Por outro lado, o Partido Socialista tem de compreender que ainda não recuperou verdadeiramente o seu papel de partido dominante da esquerda.
Acima de tudo, volto a dizer que foram grandes notícias e que me revejo totalmente nas afirmações dos principais candidatos à Presidência da República, e que foram muito focadas na união deste meu país, com a preocupação de que os meus concidadãos sejam ponto central das decisões políticas do caminho que venhamos a escolher. E que todos aproveitemos a sorte de vivermos em democracia, aceitando que todos somos parte de um mesmo povo com enormes capacidades, que devemos unir e não separar para fazer vencer Portugal!
28 DE JANEIRO DE 2016
00:00
Bruno Bobone
Diário de Notícias
Não posso deixar de me regozijar com o nível de educação, de decoro, de seriedade que ouvi na maioria dos discursos dos candidatos presidenciais e dos responsáveis institucionais durante toda essa noite.
Depois de duas campanhas muito intensas e após uma vivência de excessiva agressividade política, assistimos, no final destas eleições, a discursos focados na promoção dos valores humanos, na extraordinariamente necessária unidade do país, no reconhecimento do funcionamento da democracia e do não aproveitamento extrapolado dos resultados que foram obtidos pelos participantes.
Foi uma muito boa notícia, mas foi acima de tudo uma grande lição de civismo e de responsabilidade pelo destino de Portugal.
De um lado, ouvimos um presidente eleito a promover aquilo que realmente importa e que é a afectividade de um povo que dela necessita para conseguir a sua união, factor indispensável ao desenvolvimento e especialmente quando se pretende um crescimento sem prejuízo social.
Do outro lado, ouvimos candidatos que afirmaram a sua lealdade para com as instituições, e alguns assumindo que a sua intervenção cívica, ainda que não deixe de continuar em momentos futuros, não será utilizada para aproveitamento político.
Se há coisa que estas eleições demonstraram é que o povo português não segue a habilidade política dos partidos, e que até no PCP, em que habitualmente não há mudanças, se encontrou uma mudança fundamental.
Se o povo mostrou nas eleições anteriores que estava desconfortável com a realidade do sistema político existente, dividindo o país entre a esquerda e a direita, e dando às forças mais em confronto com o regime a capacidade de fazer maioria, nestas eleições este mesmo povo mostrou que se revê na simpatia das posições de alguém que, não sendo de nenhuma forma contra o sistema, tem a sua forma personalista de viver nesse sistema.
Alguém que veio dar destaque à fraternidade, valor que ficou mais em evidência depois do combate menos elevado das eleições anteriores. Alguém que defende o entendimento entre todos os portugueses, mas sem qualquer ameaça.
A direita não se pode convencer de que este resultado é a sua consagração e de que está numa posição de voltar a ganhar eleições. Isso não acontecerá e só através de uma mudança clara de estilo, menos belicoso e mais personalista, o poderá voltar a ganhar.
Mas a esquerda também não deve deixar de se preocupar.
Por um lado, os partidos mais extremistas desta área têm de entender que a postura de combate lhes granjeia uma base de eleitores. Mas esse posicionamento dificilmente lhes garantirá sustentabilidade: é que a movimentação de descontentamento verificada nas legislativas já voltou à sua área de voto "natural" e que, desta vez, a mudança deu-se entre esses mesmos partidos (que somados já não representam a percentagem atingida anteriormente).
Por outro lado, o Partido Socialista tem de compreender que ainda não recuperou verdadeiramente o seu papel de partido dominante da esquerda.
Acima de tudo, volto a dizer que foram grandes notícias e que me revejo totalmente nas afirmações dos principais candidatos à Presidência da República, e que foram muito focadas na união deste meu país, com a preocupação de que os meus concidadãos sejam ponto central das decisões políticas do caminho que venhamos a escolher. E que todos aproveitemos a sorte de vivermos em democracia, aceitando que todos somos parte de um mesmo povo com enormes capacidades, que devemos unir e não separar para fazer vencer Portugal!
28 DE JANEIRO DE 2016
00:00
Bruno Bobone
Diário de Notícias
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