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Sensibilidade e bom senso
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Sensibilidade e bom senso
Não é ideologia, são factos. O cenário não é animador: economia a estagnar, investimento a cair, exportações a diminuir e consumo a aumentar, tanto no público como no privado. O modelo de crescimento com base no consumo está assim a mostrar as suas limitações, arriscando empurrar o país para os desequilíbrios de outrora e pondo em causa as metas das contas públicas.
Por outro lado, as reversões de privatizações, o 'bail in' da dívida senior do Novo Banco e as várias mexidas a nível fiscal tornaram menos atractivo o investimento estrangeiro em Portugal. Sem estabilidade, previsibilidade e boa rentabilidade, o capital prefere outras paragens. Até porque não faltam por esse mundo fora economias mais dinâmicas, que oferecem retornos mais elevados que a nossa. Junte-se a isto o abrandamento económico e as crises em alguns países decisivos para as empresas portuguesas e está explicado o arrefecimento da economia nos últimos meses.
A boa notícia é que, embora existam riscos, ainda não é o fim do mundo: não é tarde para arrepiar caminho, nem existe drama em apresentar um orçamento rectificativo, como bem lembrou Marcelo. E Portugal tem ainda alguma margem de manobra junto dos parceiros europeus. Esperemos, por isso, que haja bom senso e pragmatismo q.b. por parte do Governo e dos partidos de esquerda que o apoiam. Se faz falta mais investimento e mais exportações, que não sejam erguidos ainda mais obstáculos à competitividade das empresas portuguesas. E que seja assegurada a estabilidade governativa, a previsibilidade e a atractividade fiscal necessárias para que Portugal possa captar mais investimento estrangeiro. Sem isso, não haverá criação de riqueza e, logo, as promessas de reposição de rendimentos que a maioria de esquerda fez aos portugueses não passarão de palavras vãs.
Mas quer isto dizer que o caminho a seguir será pura e simplesmente o regresso às velhas políticas de austeridade, tal como foram aplicadas pelo anterior Executivo? Na verdade, o resultado das últimas eleições indica-nos que não. Essas políticas e a forma como foram aplicadas dividiram o país, não produziram os resultados desejados, colocaram em causa a coesão social e tornaram possível o nascimento daquela que foi, na verdade, a primeira “vaca voadora”, que foi termos um governo minoritário do PS com apoio da extrema-esquerda e da CGTP. Mais uma vez, não é ideologia, são factos.
Não se trata de ter razão ou não, por muito sedutor que, para alguns, fosse um dia poderem dizer "eu bem avisei", qual Churchill que regressa ao poder após uma longa travessia no deserto. Em democracia, não é possível governar contra a vontade da maioria do povo. E, assim sendo, há que encontrar um modelo de crescimento económico que, sendo viável, tenha a maior aceitação possível por parte dos portugueses. Caso contrário, até a política mais acertada fará mais mal do que bem. Como em tudo na vida, também na governação faz falta sensibilidade e bom senso.
00:05 h
Filipe Alves
filipe.alves@economico.pt
Económico
Por outro lado, as reversões de privatizações, o 'bail in' da dívida senior do Novo Banco e as várias mexidas a nível fiscal tornaram menos atractivo o investimento estrangeiro em Portugal. Sem estabilidade, previsibilidade e boa rentabilidade, o capital prefere outras paragens. Até porque não faltam por esse mundo fora economias mais dinâmicas, que oferecem retornos mais elevados que a nossa. Junte-se a isto o abrandamento económico e as crises em alguns países decisivos para as empresas portuguesas e está explicado o arrefecimento da economia nos últimos meses.
A boa notícia é que, embora existam riscos, ainda não é o fim do mundo: não é tarde para arrepiar caminho, nem existe drama em apresentar um orçamento rectificativo, como bem lembrou Marcelo. E Portugal tem ainda alguma margem de manobra junto dos parceiros europeus. Esperemos, por isso, que haja bom senso e pragmatismo q.b. por parte do Governo e dos partidos de esquerda que o apoiam. Se faz falta mais investimento e mais exportações, que não sejam erguidos ainda mais obstáculos à competitividade das empresas portuguesas. E que seja assegurada a estabilidade governativa, a previsibilidade e a atractividade fiscal necessárias para que Portugal possa captar mais investimento estrangeiro. Sem isso, não haverá criação de riqueza e, logo, as promessas de reposição de rendimentos que a maioria de esquerda fez aos portugueses não passarão de palavras vãs.
Mas quer isto dizer que o caminho a seguir será pura e simplesmente o regresso às velhas políticas de austeridade, tal como foram aplicadas pelo anterior Executivo? Na verdade, o resultado das últimas eleições indica-nos que não. Essas políticas e a forma como foram aplicadas dividiram o país, não produziram os resultados desejados, colocaram em causa a coesão social e tornaram possível o nascimento daquela que foi, na verdade, a primeira “vaca voadora”, que foi termos um governo minoritário do PS com apoio da extrema-esquerda e da CGTP. Mais uma vez, não é ideologia, são factos.
Não se trata de ter razão ou não, por muito sedutor que, para alguns, fosse um dia poderem dizer "eu bem avisei", qual Churchill que regressa ao poder após uma longa travessia no deserto. Em democracia, não é possível governar contra a vontade da maioria do povo. E, assim sendo, há que encontrar um modelo de crescimento económico que, sendo viável, tenha a maior aceitação possível por parte dos portugueses. Caso contrário, até a política mais acertada fará mais mal do que bem. Como em tudo na vida, também na governação faz falta sensibilidade e bom senso.
00:05 h
Filipe Alves
filipe.alves@economico.pt
Económico
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