Custos de contexto

Muito se fala de custos de contexto e eu fico sempre na dúvida sobre o que serão e quanto impactam na nossa actividade. Tinha ideia, a estar correcta a minha perspectiva, de que eram muitos mas, para me certificar, fui ver e aqui deixo alguns exemplos:

Potência contratada; imposto especial de consumo de electricidade; termo tarifário fixo; taxa de exploração; contribuição audiovisual; tarifa de disponibilidade do serviço (gosto muito desta, não sei porquê. É que não basta o valor que pagamos pelo serviço, este tem uma taxa que o disponibiliza. Não é espectacular?); tarifa de resíduos sólidos; tarifa de conservação de colectores.

Isto para além do IVA, da Segurança Social, do IRS e do IRC, claro está que, por serem generalizados e aplicados a tudo quanto mexe, não sei bem se se enquadram no tal contexto. Por acaso acho que sim mas pode haver quem divirja.

Podia acabar por aqui mas, infelizmente, tal não é o caso pelo que aqui vai mais uma elencagem de outros custos que têm de ser assumidos pelas empresas ligadas à hotelaria:

- Seguros temos os de responsabilidade civil, acidentes de trabalho, multi riscos e ramo automóvel. Pelo menos!

- Outras taxas e taxinhas como o pagamento de direitos de autor, de produtor, conexos e outros que tais que só de os referir fico com os cabelos em pé;

- Certificação energética, sistemas de controlo interno, HACCP. Por enquanto, que não tarda nada exigem-nos mais outras certificações, nomeadamente de carácter ambiental.

Só não refiro mais porque não posso; o número de caracteres não mo permite. Mas penso que já terão ficado com uma ideia, mesmo não tendo sido exaustivo.

Já viram bem o que isto é? O pior para mim ainda é pensar na utilização que se dá a esta carga de impostos que alguém um dia catalogou de brutal mas que eu adjectivaria de obscena. Porque só quem passa sabe quanto custa trabalhar para pagar isto tudo.

Pior mesmo só o facto de servirmos de financiadores da tesouraria do Estado, com o IVA calculado pela factura (e não pelo recibo) e o Pagamento Especial por Conta, por exemplo. Com juros por atrasos!

Por isso é que quando me falam de subsídios, respondo sempre da mesma forma: - baixem mas é os custos de contexto que assim é que ajudam a criar riqueza e a fomentar a economia.

Às vezes penso que mais vale efectivamente estar quieto, pois investir é mesmo trabalhar para terceiros...

André Barreto
Diário de Notícias da Madeira 
Quarta, 8 de Junho de 2016