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Vamos recusar o brexit e continuara ser um símbolo de tolerância

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Mensagem por Admin Ter Jun 21, 2016 11:42 am

Não deveria ter sido necessária a morte horrenda de uma deputada para nos lembrar que as paixões que alimentam o debate sobre a União Europeia não têm verdadeiramente a ver com economia. Esse aspeto da discussão é simplista.

Embora Michael Gove, secretário da Justiça e líder da campanha pela saída, afirme que "o povo britânico está farto de especialistas", o consenso dos economistas - para não falar dos dirigentes do Banco de Inglaterra, do Trades Union Congress, a federação dos sindicatos, e do Fundo Monetário Internacional - é que o brexit vai originar a devastação a curto prazo e a contração a longo prazo da economia. A fuga de capitais, uma moeda em queda, um vácuo de governação e a secagem de fundos de investigação para a ciência não são fantasias de quem quer assustar mas realidades iminentes.

O Reino Unido ficará de fora do mercado único, a menos que pague quase tudo o que não pagamos atualmente e aceite a liberdade de movimentação. Pertencente à parca equipa de economistas do brexit, Patrick Minford declarou com leviandade que a saída da UE irá "eliminar a maior parte da indústria". Assim, quando nos dirigimos diretamente para o iceberg é possível que uma dose de desalento possa não ser uma ideia assim tão má.

Em qualquer estimativa racional, a campanha pela permanência teria bons resultados. Mas a campanha não é impulsionada pela razão, mas pela emoção. Também não é verdadeiramente sobre a democracia, apesar de todas as trivialidades enganosas sobre sermos governados por "burocratas sem rosto". A maioria dos argumentos sobre os não eleitos é desinformada, sem sequer um conhecimento superficial sobre a forma como trabalham realmente as instituições da UE. A Comissão propõe, mas nada pode ser promulgado sem a decisão do Parlamento Europeu e do Conselho de Ministros, sendo este último composto por representantes dos governos eleitos dos Estados membros.

Não, as questões polémicas da soberania e da imigração são dois lados da mesma e importante pergunta: quem somos nós? Somos uma nação homogénea ou heterogénea? Serão a nossa história e as nossas instituições, completamente excecionais, nascidas e moldadas pela nossa insularidade; estivemos sempre e devemos sempre permanecer offshore?

Numa versão ou noutra, a pergunta "quem somos nós?" tornou-se a febre extremista dos nossos tempos. A demonização dos imigrantes foi o pontapé de saída da campanha incendiária de Donald Trump. Mas este, ultimamente, tem vindo a defrontar-se com o truísmo da definição da excecionalidade americana, estabelecida pela primeira vez pelo escritor nascido francês Hector St. Jean de Crèvecoeur em Cartas de Um Agricultor Americano (1782): que diz que um americano pode ser qualquer pessoa de qualquer lugar, desde que subscreva o ideal democrático.

O chauvinismo e a definição nativista mais estrita da nação estão a agitar fúrias populares na Rússia, Áustria, Hungria e França, onde Marine Le Pen parece vir a ser o próximo presidente. Navegando no esgoto moral, o mais recente cartaz do Partido da Independência do Reino Unido, presunçosamente revelado pelo seu líder Nigel Farage, apresenta a divisa "Ponto de Rutura" ao lado de uma multidão de refugiados desesperados. É uma imagem de uma malignidade inesquecível que fará que qualquer pessoa com coração deseje imediatamente passar mais tempo na companhia deles do que na dele.

Não há nenhum mistério profundo na razão para que tudo isto esteja a acontecer. Ao mesmo tempo que o mundo desfruta dos benefícios da globalização - a livre circulação de mercadorias, pessoas e ideias sem precedentes; o ciberespaço ilimitado da internet - recua também perante essas mesmas coisas ao perceber que elas não garantem a prosperidade ou a felicidade. Dá-se uma reação de imunidade, em que as defesas psicológicas e físicas são mobilizadas contra as pessoas estigmatizadas como estranhas, perigosas e inassimiláveis. É mais fácil culpar os migrantes de todos os males do que ver estes como o resultado de mudanças sistémicas na economia e na sociedade.

Isto já aconteceu antes no Reino Unido. O afluxo de cerca de cem mil judeus pobres, que fugiam das perseguições e da indigência na Rússia, no início do século XX, provocou a criação da Liga dos Irmãos Britânicos que caracterizava os imigrantes como "a escória da Europa". Os judeus foram demonizados como sendo doentes, perigosos, incapazes de falar inglês, por ficarem com os empregos dos honestos trabalhadores britânicos e provocarem a redução dos salários. O número dos seus membros era praticamente o mesmo do UKIP, 50 000, mas também eles fizeram que o Partido Conservador entrasse em pânico e tivesse uma reação defensiva. O Parlamento aprovou a Lei de Estrangeiros de 1905, restringindo a sua entrada. O Partido Liberal, que se opôs à medida, manteve naturalmente a lei quando esteve no governo.

Em 1934, com a possibilidade de migrantes vindos do Reich de Hitler, The Daily Mail exortou os leitores a "dar uma mão amiga aos Camisas Negras". Em 1968, o infame discurso de Enoch Powell "Rios de Sangue" advertia para a agitação civil, a menos que se parasse a imigração da Commonwealth.

Todos estes vociferantes defensores do reino da ilha contra a maré de estrangeiros que se aproximava viam-se a eles próprios como apoiantes e protetores da pureza herdada da história e das instituições britânicas. Mas essas instituições são tudo menos insulares nas suas origens e carácter. Se olharmos para os nomes dos 25 barões que obrigaram o rei João a assinar a Magna Carta veremos que a grande maioria era em francês normando; a língua falada quase exclusivamente pelos reis angevinos. A Declaração de Direitos de 1689, que estabeleceu, de forma irreversível como se viu, a nossa monarquia constitucional, apenas surgiu como resultado de uma invasão holandesa, que durante 18 meses aquartelou 20 000 soldados em Londres. A justificação posterior foi que Guilherme de Orange tinha sido "convidado" por um círculo de aristocratas do Partido Whig. Mas a verdade era que Guilherme viria para Inglaterra, com convite ou sem ele, uma vez que a vida ou a morte da República Holandesa dependia de a Grã-Bretanha se juntar à luta contra Luís XIV.

A Declaração de Direitos foi o produto de termos sido puxados para uma coligação europeia decidida a resistir ao absolutismo que apenas quatro anos antes tinha tornado o protestantismo ilegal em França.

A Grã-Bretanha beneficiou desse ato de intolerância. Cerca de 50 000 huguenotes, entre eles os ancestrais do Sr. Farage, estabeleceram-se em Spitalfields, o que resultou num benefício duradouro para o país. Dois séculos mais tarde, os judeus, num muito maior sofrimento e em maior número, ocuparam essas mesmas ruas. Os meus avós mudaram-se para Fieldgate Street, para uma casa que em tempos tinha pertencido a tecelões de seda huguenotes. 

Na década de 1960, a minha mãe, a trabalhar então em Whitechapel e Stepney, saudou a onda seguinte de imigrantes bengaleses; um dos quais, como ela gostava de dizer às pessoas, chegou a cozinheiro principal no restaurante kosher de carne salgada de Bloom.

Neste ponto é claro que Boris Johnson, Michael Gove, Nigel Farage e os defensores do brexit estão aos gritos: "Isso não tem nada a ver com a UE", tocam os seus tambores de lata e entoam o coro dos "irresponsáveis burocratas de Bruxelas"; cantando a mentira dos 350 milhões de libras por semana.

Mas, como eles sabem muito bem, a alergia à imigração é o segredo de polichinelo do seu apelo às massas. O cartaz do Sr. Farage foi apenas a confirmação. A escolha da próxima quinta-feira é entre um Reino Unido aberto ou fechado; entre um país virado para fora e um país virado para si próprio; entre o passado e o futuro, razão pela qual a grande maioria dos menores de 25 anos quer permanecer. O mantra de que nos libertaremos da Europa para sair para o mundo é uma fantasia enganadora. A OMC faz acordos através da União Europeia. Não haverá uma oferta especial para o Reino Unido. Ficaremos no fim da fila. Não iremos recuperar a nossa soberania; vamos simplesmente ficar sozinhos.

Se, por fim, invoco a memória de Jo Cox, não é para explorar a sua morte, mas para honrar a sua vida moralmente magnífica e cruelmente terminada. Ela não podia ser mais representativa de alguém nascido e criado no Yorkshire. 

Mas ela entendeu com uma decência instintiva que ser britânico era também ser um cidadão do mundo em geral, incluindo a Europa; que as duas identidades se apoiam mutuamente, não se excluem mutuamente; que nenhum homem é uma ilha.

Ela era a ardente defensora do povo sírio, atormentado e desalojado pela guerra implacável no seu país. O seu discurso inaugural disse tudo: "As nossas comunidades têm sido profundamente revigoradas pela imigração... o que me surpreende sempre que viajo pelo círculo eleitoral é que somos muito mais unidos e temos muito mais coisas em comum uns com os outros do que coisas que nos dividam."

Ela era, segundo disse, uma adepta da diversidade. E é isso também que faz do nosso país um Reino Unido.

Académico e escritor britânico

21 DE JUNHO DE 2016
00:01
Simon Sacha
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