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O senhor Subir Lall
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O senhor Subir Lall
Provavelmente o senhor Subir Lall ainda não se apercebeu que o Governo de Portugal mudou, que já não é o grupo subserviente e agradecido o que agora decide, nem que o NHA (não há alternativa) que tão prestamente voltou a enunciar, por aqui já deu o que tinha a dar e foi substituído pelo muito mais democrático HSA (há sempre alternativa).
O senhor Subir Lall está a descer. Quis subir muito. Funcionário de organização financeira pensou (certamente ainda pensa) que o facto de fazer parte de um dos organismos implicados no empréstimo a Portugal (o qual está a ser principescamente pago em juros) lhe dá o direito de decidir o que o País poderá/deverá fazer.
Por isso, nesta visita periódica de acompanhamento, não se coibiu de, contra o decidido nos órgãos nacionais legítimos, mandar para o ar recados autoritários e austeritários, tais como: baixem o salário mínimo; reduzam mais o funcionalismo público; fora com as 35 horas e aumentem a idade de reforma, deixando implícito, ao mesmo tempo, a respetiva redução dos valores.
O senhor Subir Lall é um ponto. De exclamação! Não me recordo de ter votado nele para qualquer cargo político, permitindo-lhe ter voz na condução da vida nacional. Não lhe reconheço, portanto, autoridade para se sobrepor às instituições portuguesas, nem consigo perceber de onde, ao empregado do FMI, vem o poder de se julgar mandatado para mandar nas decisões tomadas por aqueles que nós, para tal, mandatámos.
Provavelmente o senhor Subir Lall ainda não se apercebeu que o Governo de Portugal mudou, que já não é o grupo subserviente e agradecido o que agora decide, nem que o NHA (não há alternativa) que tão prestamente voltou a enunciar, por aqui já deu o que tinha a dar e foi substituído pelo muito mais democrático HSA (há sempre alternativa).
Parece pois que o senhor Subir Lall não se atualizou, está fora do tempo. Na minha opinião também está fora do espaço. Não é este o lugar onde deva estar, nem as suas atitudes são minimamente aceitáveis. Talvez o Sol e o calor lhe tenham perturbado o raciocínio, talvez só saiba pensar, como burocrata que é, em contas e deve/haver. Talvez não consiga perceber o que é a soberania nacional, se calhar desconhece termos instituições credíveis e se admire por não vivermos em cubatas nem fazermos danças propiciatórias quando ele, que se julga o Grande Senhor, não passa de um vulgar senhor Subir Lall, a exercer as funções que o seu empregador lhe destina. No fundo é só alguém mal-educado a não respeitar poderes e dignidades que lhe são muito superiores. É então, por inábil e míope, digno de dó.
Mas o senhor Subir Lall é também cobarde. Não tenham medo de usar a palavra. É mesmo medroso – eu disse medroso, não confundam - pois após arrojar estas atoardas, largadas numa entrevista em meio de comunicação social, fugiu a comparecer na reunião marcada com os Parceiros Sociais. Não justificou a falta! Apenas enviou dois subordinados mais subordinados que ele. Teve medo de ser confrontado com argumentos que destruíssem o seu sagrado não há alternativa. Sabia não ter fundamentos para defender a posição propugnada. Sentiu-se frágil na causa trazida, incapaz de demonstrar a razão que pensa (?) assistir-lhe. O senhor Subir Lall, mais uma vez desceu. Ao nível do incivilizado, do malcriado, do desprezador de quem, em Portugal, país livre e democrático, decide o que fazer, como fazer e quando fazer. Afinal, o senhor Subir Lall não é um ponto. É uma ladeira. Sempre a descer.
Por Carlos Alberto Correia
Barreiro
29.06.2016 - 00:38
ROSTOS.pt
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