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Popular não é populismo
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Popular não é populismo
Existem grandes diferenças entre popular e populismo. Digamos que as últimas intervenções de Pedro Passos Coelho sobre as sanções da Comissão Europeia a Portugal são populismo. Já as de Marcelo Rebelo de Sousa são populares. É evidente que há aqui uma diferença substantiva entre ser líder da oposição e ser presidente da República.
O primeiro quer conquistar votos, o segundo já os conquistou e está a saber gerir o semipresidencialismo como nunca outro chefe de Estado o fez.
O que o povo quer, principalmente nesta época do ano, é que os políticos desdramatizem a ameaça de sanções da União Europeia a Portugal, como fez Marcelo. Até aproveitou para "brincar" com a crispação entre a Direita e a Esquerda, culpando as altas temperaturas do verão.
O PSD continua a insistir na teoria dos caos, de uma geringonça desgovernada que vai colocar o país em alerta vermelho, mas os dados da execução orçamental divulgados ontem dizem exatamente o contrário. Aliás, são bastante melhores do que os atingidos por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas em junho do ano passado.
No domingo, na Madeira, o presidente do PSD voltou a insistir que a decisão de sanções contra Portugal, embora não concordando, é culpa do atual Governo e "das opções que tomou". Ontem, o Executivo anunciou uma queda do défice em quase mil milhões de euros em seis meses, excedendo largamente o valor previsto no Orçamento do Estado de 2016.
Com Centeno a banhos no Algarve, o ministro das Finanças estará a sorrir para Passos Coelho: o Estado deu um "lucro" de 2122 milhões de euros, uma melhoria de 1244 milhões de euros face ao mesmo período de 2015, e pode apresentar a Bruxelas argumentos fortes para que as sanções passem a zero.
É evidente que, ao contrário do que a Esquerda diz, a austeridade não acabou, longe disso. E as contas da execução orçamental espelham essa realidade. As receitas de impostos aumentaram e a despesa do Estado manteve-se praticamente inalterada. Ou seja, apesar da eficiência fiscal, os portugueses continuam a pagar mais impostos, principalmente sobre os produtos. Mas existe sempre a liberdade de escolha de os comprar ou não, excluindo, como é óbvio, os bens essenciais.
Está na hora de o maior partido da oposição começar a fazer propostas para o país, em vez de ficar à espera que o poder lhe caia nas mãos por acidente de uma geringonça descontrolada. E, pelo dados, o descontrolo parece estar longe de acontecer.
*EDITOR-EXECUTIVO
ANTÓNIO JOSÉ GOUVEIA*
Hoje às 00:06
Jornal de Notícias
O primeiro quer conquistar votos, o segundo já os conquistou e está a saber gerir o semipresidencialismo como nunca outro chefe de Estado o fez.
O que o povo quer, principalmente nesta época do ano, é que os políticos desdramatizem a ameaça de sanções da União Europeia a Portugal, como fez Marcelo. Até aproveitou para "brincar" com a crispação entre a Direita e a Esquerda, culpando as altas temperaturas do verão.
O PSD continua a insistir na teoria dos caos, de uma geringonça desgovernada que vai colocar o país em alerta vermelho, mas os dados da execução orçamental divulgados ontem dizem exatamente o contrário. Aliás, são bastante melhores do que os atingidos por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas em junho do ano passado.
No domingo, na Madeira, o presidente do PSD voltou a insistir que a decisão de sanções contra Portugal, embora não concordando, é culpa do atual Governo e "das opções que tomou". Ontem, o Executivo anunciou uma queda do défice em quase mil milhões de euros em seis meses, excedendo largamente o valor previsto no Orçamento do Estado de 2016.
Com Centeno a banhos no Algarve, o ministro das Finanças estará a sorrir para Passos Coelho: o Estado deu um "lucro" de 2122 milhões de euros, uma melhoria de 1244 milhões de euros face ao mesmo período de 2015, e pode apresentar a Bruxelas argumentos fortes para que as sanções passem a zero.
É evidente que, ao contrário do que a Esquerda diz, a austeridade não acabou, longe disso. E as contas da execução orçamental espelham essa realidade. As receitas de impostos aumentaram e a despesa do Estado manteve-se praticamente inalterada. Ou seja, apesar da eficiência fiscal, os portugueses continuam a pagar mais impostos, principalmente sobre os produtos. Mas existe sempre a liberdade de escolha de os comprar ou não, excluindo, como é óbvio, os bens essenciais.
Está na hora de o maior partido da oposição começar a fazer propostas para o país, em vez de ficar à espera que o poder lhe caia nas mãos por acidente de uma geringonça descontrolada. E, pelo dados, o descontrolo parece estar longe de acontecer.
*EDITOR-EXECUTIVO
ANTÓNIO JOSÉ GOUVEIA*
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Jornal de Notícias
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