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Capitalismo popular
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Capitalismo popular
O sonho da elite política e económica portuguesa de construir um ‘capitalismo português’ está a esboroar-se diante dos nossos olhos.
Os episódios mais recentes foram a destruição do Grupo Espírito Santo e a proposta de compra do BPI pelo banco espanhol La Caixa (e contra-proposta angolana de fundir BPI e BCP). Nos anos 90, a privatização do que tinha sido nacionalizado durante o PREC foi feita com a ideia de criar grandes ‘grupos económicos portugueses’. Para isso, proibiu-se os estrangeiros de controlar empresas portuguesas e orquestrou-se a criação de ‘núcleos duros’ nacionais, alguns deles à volta dos grupos expropriados em 1975 (Mello, Champalimaud, Espírito Santo).
Criaram-se ou mantiveram-se potentados nacionais praticamente monopolistas, como a PT e a EDP, e reduziu-se o número de bancos, criando um mercado oligopolista baseado no uso e abuso dos clientes. Este mundo onírico foi-se desfazendo aos poucos. Logo em 1999, Champalimaud destruiu o seu grupo para deixar que o espanhol Banco Santander se transformasse num dos maiores bancos a funcionar em Portugal. E durante a primeira década do século XXI, à medida que se viram incapazes de ganhar solidez (apesar de lhes terem sido oferecidas condições de mercado que asseguravam altas margens de lucro, em prejuízo dos consumidores e da economia), os grupos deixaram-se colonizar pelo capital angolano. Agora, pouco resta desse sonho. O controlo da EDP foi entregue a capital chinês. O da PT a capital francês.
O BCP é controlado por capital angolano. Ao BPI resta ficar definitivamente nas mãos de capital espanhol, ou então, se for fundido com o BCP, angolano. O Novo Banco (ex-BES) ficará muito provavelmente nas mãos de capital chinês. Esta passagem de capital português para capital estrangeiro não teria nada de especial em si própria. Acontece porém que, para concretizar o tal sonho do ‘capitalismo português’, foram criadas empresas não concorrenciais que só prejudicaram os consumidores e a economia e que, ao mesmo tempo, não foram capazes de se afirmar no estrangeiro. Agora, as empresas são as mesmas, apenas os donos são outros. Quer isto dizer que onde antes havia rentismo português agora há rentismo estrangeiro. E um não é melhor que o outro.
16.03.2015 00:30
LUCIANO AMARAL Professor universitário
Correio da Manhã
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