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O Mundo deu-nos a volta
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O Mundo deu-nos a volta
Numa época em que há cada vez mais gente a dar voltas ao Mundo, eis que é o Mundo que dá uma grande volta. O Mundo deu-nos uma grande volta. Durante anos, habituamo-nos a dividir o Mundo em mundo civilizado e Terceiro Mundo, que, por comparação com os dois primeiros, era o Mundo onde podiam acontecer todas as desgraças. Terceiro Mundo escreve-se com maiúscula, mas não é pelas melhores razões, na maior parte dos casos. Aliás, tirando uns paraísos para férias e alguns de natureza fiscal, mais algumas matérias-primas que nos fazem falta no resto do Mundo, Terceiro Mundo não significa nada de muito bom.
Desde logo as desgraças naturais, ou da natureza que, acontecendo nos países do Terceiro Mundo, eram, por norma, calamidades públicas. No mundo civilizado também acontecem furacões, dilúvios e incêndios de grandes proporções, mas não chegam normalmente ao estado de calamidade, porque são outras as estruturas físicas e outros os meios e modos de prevenção.
Mas também as piores desgraças que podíamos imaginar em termos pessoais, sociais, religiosos e similares eram no Terceiro Mundo que as supúnhamos e as víamos acontecer. Guerras e atentados, terrorismo e revoluções, fome e escravatura, desprezo pelos direitos humanos e da humanidade em geral eram rara excepção fora do Terceiro Mundo, mas frequentes nessas partes do Mundo. Era claro que existia o nosso mundo, o civilizado, e o mundo dos outros, que até alguns gostavam de conhecer e explorar, mas a maioria só admitia visitar por poucos dias e sempre na maior segurança possível.
Apareceu-me esta ideia na cabeça, porque estou na Colombia Moda, em Medellín com mais de 40 empresas portuguesas dos setores da moda e do agroalimentar, e enquanto por aqui respiramos tranquilidade e segurança em cada hora do dia e da noite, é aqui, no coração latino-americano do Terceiro Mundo, que recebemos notícias de uma Europa cada vez menos civilizada.
Ontem, o presidente Santos visitou a feira com bastante mais aparato de segurança e muito menos informalidade e afetuosidade do que aconteceu no passado sábado quando o professor Marcelo resolveu aparecer de imprevisto no Moda Mar (o evento de moda e música que animou a marginal de Matosinhos), mas tudo dentro da normalidade para os nossos padrões do mundo civilizado. Realiza-se hoje também aqui em Medellín a segunda mão da final da Copa Libertadores (que é a Champions League destas bandas) e mesmo com o favorito Nacional a jogar em casa e um entusiasmo que reina a loucura, também nenhuma medida, nem festa ou preparativo tem extravasado da normalidade.
Bem ao contrário, o que tem atazanado os nossos dias e preocupado as nossas mentes são as trágicas notícias que não param de chegar aqui, ao Terceiro Mundo, vindas do primeiríssimo mundo, de França e Alemanha, onde terroristas e loucos (imaginando que é possível distinguir) têm semeado o pânico nas ruas, centros comerciais e até igrejas.
Como é possível que não sejamos capazes de dar a volta a este Mundo que insiste em dar-nos a volta desta forma inopinada?
*EMPRESÁRIO
MANUEL SERRÃO*
Hoje às 00:05
Jornal de Notícias
Desde logo as desgraças naturais, ou da natureza que, acontecendo nos países do Terceiro Mundo, eram, por norma, calamidades públicas. No mundo civilizado também acontecem furacões, dilúvios e incêndios de grandes proporções, mas não chegam normalmente ao estado de calamidade, porque são outras as estruturas físicas e outros os meios e modos de prevenção.
Mas também as piores desgraças que podíamos imaginar em termos pessoais, sociais, religiosos e similares eram no Terceiro Mundo que as supúnhamos e as víamos acontecer. Guerras e atentados, terrorismo e revoluções, fome e escravatura, desprezo pelos direitos humanos e da humanidade em geral eram rara excepção fora do Terceiro Mundo, mas frequentes nessas partes do Mundo. Era claro que existia o nosso mundo, o civilizado, e o mundo dos outros, que até alguns gostavam de conhecer e explorar, mas a maioria só admitia visitar por poucos dias e sempre na maior segurança possível.
Apareceu-me esta ideia na cabeça, porque estou na Colombia Moda, em Medellín com mais de 40 empresas portuguesas dos setores da moda e do agroalimentar, e enquanto por aqui respiramos tranquilidade e segurança em cada hora do dia e da noite, é aqui, no coração latino-americano do Terceiro Mundo, que recebemos notícias de uma Europa cada vez menos civilizada.
Ontem, o presidente Santos visitou a feira com bastante mais aparato de segurança e muito menos informalidade e afetuosidade do que aconteceu no passado sábado quando o professor Marcelo resolveu aparecer de imprevisto no Moda Mar (o evento de moda e música que animou a marginal de Matosinhos), mas tudo dentro da normalidade para os nossos padrões do mundo civilizado. Realiza-se hoje também aqui em Medellín a segunda mão da final da Copa Libertadores (que é a Champions League destas bandas) e mesmo com o favorito Nacional a jogar em casa e um entusiasmo que reina a loucura, também nenhuma medida, nem festa ou preparativo tem extravasado da normalidade.
Bem ao contrário, o que tem atazanado os nossos dias e preocupado as nossas mentes são as trágicas notícias que não param de chegar aqui, ao Terceiro Mundo, vindas do primeiríssimo mundo, de França e Alemanha, onde terroristas e loucos (imaginando que é possível distinguir) têm semeado o pânico nas ruas, centros comerciais e até igrejas.
Como é possível que não sejamos capazes de dar a volta a este Mundo que insiste em dar-nos a volta desta forma inopinada?
*EMPRESÁRIO
MANUEL SERRÃO*
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