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Alterações climáticas colocam instalações militares em risco
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Alterações climáticas colocam instalações militares em risco
Estudo avalia riscos climáticos em bases militares norte-americanas
Várias instalações militares norte-americanas da costa leste dos Estados Unidos e do Golfo do México estão em risco de perder áreas de terra firme e ficar à mercê das marés nas próximas décadas, concluiu um estudo da associação de cientistas Union of Concerned Scientists (UCS) intitulado, “The US Military on the Front Lines of Rising Seas” e recentemente divulgado, refere a Green4Seas.
De acordo com o estudo, à medida que sobe o nível do mar, a linha da preia-mar (maré alta) desloca-se progressivamente para o interior, provocando cada vez mais inundações e ameaçando as infra-estruturas e os edifícios. O fenómeno agravará os efeitos de furacões ou tempestades, cujo impacto nas cheias e inundações será maior do que o actual.
Os autores revelam que algumas instalações militares já enfrentam problemas sempre que ocorre uma maré viva e, nalguns casos, já tomaram medidas para se adaptarem. É o caso da Base Aérea de Langley, na Virgínia, onde foram construídas estruturas como uma muralha e comportas e foi instalado um sistema de bombagem para aspirar a água que ultrapasse determinados níveis.
Com base em factores como a baixa elevação, aluimento de terras e diferentes taxas de aumento do nível do mar, o estudo concluiu que algumas instalações militares vão enfrentar o problema mais cedo do que outras. E apresenta exemplos: devido ao ritmo do degelo em certas zonas, quarto instalações – Naval Air Station Key West (Florida), Joint Base Langley-Eustis e Dam Neck Annex (Virgínia) e Marine Corps Recruit Depot (na Carolina do Sul) — podem perder entre 75 a 95 por cento da sua terra neste século.
De acordo com Kristy Dahl, cientista consultora da UCS e co-autora do estudo, citada pela Green4Seas, “em 2050, a maioria destes locais assistirá a um número de cheias dez vezes maiores do que o actual e em 2070 quase todas enfrentarão cheias uma ou duas vezes por dia”. Outra das co-autoras do estudo, Erika Spanger-Siegfried, considera que “conforme for o ritmo da subida do nível do mar, na segunda metade do século, as enchentes das marés poem tornar-se uma ocorrência diária”.
O estudo concluiu que em 2050, cerca de metade das instalações teriam 270 ou mais episódios de cheias por ano, face a 10 na actualidade, num cenário de subida média do nível do mar. Num cenário extremo, nove instalações das 18 estudadas experimentarão cheias diárias. E em 2070, metade das instalações enfrentarão, pelo menos, 520 cheias por ano, num cenário de aumento médio do nível do mar.
Segundo aGreen4Seas, citando autores do estudo, o Pentágono conhece o problema e algumas instalações já estão mesmo a adaptar-se. “Mas existe uma grande diferença entre o que está a ser feito e o que precisa de ser feito”, refere-se no estudo. Além disso, o Congresso não simplifica as coisas, bloqueando autorização para despesas do Departamento de Defesa destinadas a implementar o seu programa de adaptação às alterações climáticas.
Jornal da Economia do Mar
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