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O poder dos afetos em política
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O poder dos afetos em política
O atual Presidente olha para a realidade tal e qual ela é e projeta no país a clara necessidade de uma nova cultura política de proximidade
“Marcelo acha que vai ter de atuar num quadro de grande divisão e quer uma popularidade à prova de bala.” Ricardo Costa
A sociologia do poder, no tempo da sociedade do espetáculo e da imagem, tem vindo a demonstrar que o poder dos afetos é responsável por fazer aumentar a proximidade, a admiração, a confiança, o respeito, de milhares e ou milhões de pessoas em relação a protagonistas da vida desportiva, cultural, social e política. Muitos desses protagonistas, nuns casos com poder formal e noutros casos com poderes percecionados acumulados, são bem projetados no espaço de intermediação mediática, quer pelos novos media quer pelos velhos media, criando e solidificando grandes exércitos de admiradores e de seguidores. E se esses exércitos de admiradores e de seguidores, constroem esses níveis de confiança e de relacionamento e até em muitos casos de dependência por via dos afetos e da proximidade, ficam mais exigentes para com os seus ícones, heróis e detentores de poder e influência, todos derivados da perceção e da realidade, que tocam com a vida quotidiana de muita gente. Isto vem sobretudo a propósito de estar a aumentar o número de vozes que começam a afirmar publicamente que não faz sentido a proximidade e a presença assídua, junto dos portugueses e também no “império dos media”, do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. Algumas dessas vozes vão dizendo que esta proximidade e esta exposição pública e mediática do nosso Presidente da República é excessiva e nociva. Segundo uns, para o órgão de soberania Presidente da República; e segundo outros, para o próprio Marcelo Rebelo de Sousa pessoalmente.
De forma simples e prática, e sem expender muitos argumentos de caráter académico e científico, considero que o que o Presidente da República tem vindo a fazer e a dizer, é na prática o que é a coerência da sua vida e foram as promessas da sua campanha eleitoral. Quem o conhece melhor sabe que é uma pessoa comprometida com o serviço público. Com graus de exigência muito elevados, quanto à defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses. Com um grau de exposição político mediática muito grande. Onde o seu lado humano está sempre presente. Sendo uma pessoa que gosta de estar próxima dos outros, de os ouvir, de os perceber, de ser útil, representando-os, defendendo-os. Para além disso, este exercício de poder dos afetos, no exercício da função presidencial, que é uma função política e de soberania, é um ponto forte, para o Presidente da República, porque se for chamado a ter de tomar parte em decisões difíceis, para Portugal, os portugueses sabem que podem contar com um Presidente que conhece como poucos os dossiers do país e que é um português que fala diretamente para e com os seus pares, ao contrário de outros membros de outros órgãos de soberania que têm no seu animus político principal, o culto da distancia (às vezes só por interesse pessoal é que suspendem essa condição), a solenidade majestática, o institucionalismo falso, a falsa independência. O atual Presidente olha para a realidade tal e qual ela é e projeta no país a clara necessidade de uma nova cultura política de proximidade, afetiva, de melhoria da confiança nas instituições, na melhoria das relações interpartes na “classe política” e sobretudo na necessidade de consensos em matérias fulcrais para Portugal, como é o caso da presença no projeto europeu e na CPLP. Daí que não me pareça fazer sentido (a não ser que as coisas mudem muito) a preocupação com o exercício de proximidade e afetividade que Marcelo Rebelo de Sousa tem vindo a cultivar com os portugueses em geral e em particular com os portugueses das classes sociais menos endinheiradas.
Com Marcelo Rebelo de Sousa, o poder dos afetos, na nossa política, faz sentido. Faz sentido, sobretudo no caso de virmos a ter uma crise económica, social e política. Os portugueses sabem que podem contar com um Presidente da República que faz questão de os perceber, ouvir simultaneamente, projetando as suas preocupações e as suas ambições. Agora de uma coisa estou certo, saber utilizar o poder dos afetos em política não é para todos. Antes pelo contrário. Até porque o povo é sábio e já não vai em causas e cantigas protagonizadas por quem nunca foi próximo com afetos e com humildade no exercício de funções de soberania.
01/08/2016
Feliciano Barreiras Duarte
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
“Marcelo acha que vai ter de atuar num quadro de grande divisão e quer uma popularidade à prova de bala.” Ricardo Costa
A sociologia do poder, no tempo da sociedade do espetáculo e da imagem, tem vindo a demonstrar que o poder dos afetos é responsável por fazer aumentar a proximidade, a admiração, a confiança, o respeito, de milhares e ou milhões de pessoas em relação a protagonistas da vida desportiva, cultural, social e política. Muitos desses protagonistas, nuns casos com poder formal e noutros casos com poderes percecionados acumulados, são bem projetados no espaço de intermediação mediática, quer pelos novos media quer pelos velhos media, criando e solidificando grandes exércitos de admiradores e de seguidores. E se esses exércitos de admiradores e de seguidores, constroem esses níveis de confiança e de relacionamento e até em muitos casos de dependência por via dos afetos e da proximidade, ficam mais exigentes para com os seus ícones, heróis e detentores de poder e influência, todos derivados da perceção e da realidade, que tocam com a vida quotidiana de muita gente. Isto vem sobretudo a propósito de estar a aumentar o número de vozes que começam a afirmar publicamente que não faz sentido a proximidade e a presença assídua, junto dos portugueses e também no “império dos media”, do Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa. Algumas dessas vozes vão dizendo que esta proximidade e esta exposição pública e mediática do nosso Presidente da República é excessiva e nociva. Segundo uns, para o órgão de soberania Presidente da República; e segundo outros, para o próprio Marcelo Rebelo de Sousa pessoalmente.
De forma simples e prática, e sem expender muitos argumentos de caráter académico e científico, considero que o que o Presidente da República tem vindo a fazer e a dizer, é na prática o que é a coerência da sua vida e foram as promessas da sua campanha eleitoral. Quem o conhece melhor sabe que é uma pessoa comprometida com o serviço público. Com graus de exigência muito elevados, quanto à defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses. Com um grau de exposição político mediática muito grande. Onde o seu lado humano está sempre presente. Sendo uma pessoa que gosta de estar próxima dos outros, de os ouvir, de os perceber, de ser útil, representando-os, defendendo-os. Para além disso, este exercício de poder dos afetos, no exercício da função presidencial, que é uma função política e de soberania, é um ponto forte, para o Presidente da República, porque se for chamado a ter de tomar parte em decisões difíceis, para Portugal, os portugueses sabem que podem contar com um Presidente que conhece como poucos os dossiers do país e que é um português que fala diretamente para e com os seus pares, ao contrário de outros membros de outros órgãos de soberania que têm no seu animus político principal, o culto da distancia (às vezes só por interesse pessoal é que suspendem essa condição), a solenidade majestática, o institucionalismo falso, a falsa independência. O atual Presidente olha para a realidade tal e qual ela é e projeta no país a clara necessidade de uma nova cultura política de proximidade, afetiva, de melhoria da confiança nas instituições, na melhoria das relações interpartes na “classe política” e sobretudo na necessidade de consensos em matérias fulcrais para Portugal, como é o caso da presença no projeto europeu e na CPLP. Daí que não me pareça fazer sentido (a não ser que as coisas mudem muito) a preocupação com o exercício de proximidade e afetividade que Marcelo Rebelo de Sousa tem vindo a cultivar com os portugueses em geral e em particular com os portugueses das classes sociais menos endinheiradas.
Com Marcelo Rebelo de Sousa, o poder dos afetos, na nossa política, faz sentido. Faz sentido, sobretudo no caso de virmos a ter uma crise económica, social e política. Os portugueses sabem que podem contar com um Presidente da República que faz questão de os perceber, ouvir simultaneamente, projetando as suas preocupações e as suas ambições. Agora de uma coisa estou certo, saber utilizar o poder dos afetos em política não é para todos. Antes pelo contrário. Até porque o povo é sábio e já não vai em causas e cantigas protagonizadas por quem nunca foi próximo com afetos e com humildade no exercício de funções de soberania.
01/08/2016
Feliciano Barreiras Duarte
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
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