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Sem sanções
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Sem sanções
Os portugueses querem viver, estar em paz e já não suportam ouvir falar em austeridade. Já tiveram dose que chegue. Penso que é isto que o PSD ainda não percebeu. Tem um discurso desfasado dos portugueses.
Portugal não vai ser multado pela Europa. Não vai ser sujeito a sanções. Isto prova que vale a pena reivindicar e fazer ver à Europa o contexto político português. Foi uma boa notícia para Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, que sempre se bateram para que não fôssemos sujeitos a sanções, mas também para os portugueses que estão cansados de austeridade.
Os portugueses querem ter a ilusão de viver e de ser felizes, e já perceberam que se consegue fazer isso sem muito dinheiro. A crise que assolou o país ensinou os portugueses a gastar melhor o seu dinheiro e a separar o essencial do acessório.
O PSD e Pedro Passos Coelho não devem estar muito contentes, pois, pelos seus discursos e tomadas de posição, davam a entender que queriam que tivéssemos sanções.
Se Pedro Passos Coelho quer continuar a ser líder do PSD tem que ajustar o seu discurso, indo ao encontro do que os portugueses desejam. Os seus conselheiros não são os melhores ou, porventura, desejam que tenha um mau desempenho e seja apeado da liderança do PSD. Pedro Passos Coelho está a descer nas sondagens e, no seu subconsciente, ainda pensa que é primeiro-ministro.
Estou a torcer para que as coisas dêem certo. Estou cansado "do agora é que é", “sempre com falsas expectativas e promessas", " nós é que somos bons, vocês não valem nada". Quero acreditar neste país roubado, espoliado e utilizado por gente sem escrúpulos e dignidade.
As notícias por vezes são contraditórias e baralham o comum dos cidadãos. Por um lado, o défice reduz 971 milhões de euros no primeiro semestre, a despesa estabiliza em 0,2% e receita fiscal cresce 2,7%, segundo síntese de execução orçamental. Por outro lado, a dívida pública subiu 2,4 mil milhões de euros em Junho, relativamente a Maio, totalizando 240 mil milhões de euros no final do primeiro semestre.
A dívida líquida está a subir, o que significa que o país se endividou mais. Não vai ser fácil cumprir 2,5% de défice em 2017 e vamos ver se os fundos comunitários serão, ou não, desbloqueados. Mas eu quero que o meu país ande para frente. Quero lá saber que seja com este ou com aquele. Acho que as pessoas continuam a pensar somente no quintal do seu partido. Eu penso no quintal de Portugal.
A política é o momento, não é ser de direita ou de esquerda. Os portugueses estão-se borrifando para os partidos e sindicatos. Os portugueses querem viver, estar em paz e já não suportam ouvir falar em austeridade. Já tiveram dose que chegue. Penso que é isto que o PSD ainda não percebeu. Tem um discurso desfasado dos portugueses. Se tivesse doseado a austeridade e feito frente à Europa, estaria hoje noutra situação. Na política, como na vida, o óptimo é inimigo do bom.
00:05 h
Joaquim Jorge, Fundador do Clube dos Pensadores
Económico
Portugal não vai ser multado pela Europa. Não vai ser sujeito a sanções. Isto prova que vale a pena reivindicar e fazer ver à Europa o contexto político português. Foi uma boa notícia para Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, que sempre se bateram para que não fôssemos sujeitos a sanções, mas também para os portugueses que estão cansados de austeridade.
Os portugueses querem ter a ilusão de viver e de ser felizes, e já perceberam que se consegue fazer isso sem muito dinheiro. A crise que assolou o país ensinou os portugueses a gastar melhor o seu dinheiro e a separar o essencial do acessório.
O PSD e Pedro Passos Coelho não devem estar muito contentes, pois, pelos seus discursos e tomadas de posição, davam a entender que queriam que tivéssemos sanções.
Se Pedro Passos Coelho quer continuar a ser líder do PSD tem que ajustar o seu discurso, indo ao encontro do que os portugueses desejam. Os seus conselheiros não são os melhores ou, porventura, desejam que tenha um mau desempenho e seja apeado da liderança do PSD. Pedro Passos Coelho está a descer nas sondagens e, no seu subconsciente, ainda pensa que é primeiro-ministro.
Estou a torcer para que as coisas dêem certo. Estou cansado "do agora é que é", “sempre com falsas expectativas e promessas", " nós é que somos bons, vocês não valem nada". Quero acreditar neste país roubado, espoliado e utilizado por gente sem escrúpulos e dignidade.
As notícias por vezes são contraditórias e baralham o comum dos cidadãos. Por um lado, o défice reduz 971 milhões de euros no primeiro semestre, a despesa estabiliza em 0,2% e receita fiscal cresce 2,7%, segundo síntese de execução orçamental. Por outro lado, a dívida pública subiu 2,4 mil milhões de euros em Junho, relativamente a Maio, totalizando 240 mil milhões de euros no final do primeiro semestre.
A dívida líquida está a subir, o que significa que o país se endividou mais. Não vai ser fácil cumprir 2,5% de défice em 2017 e vamos ver se os fundos comunitários serão, ou não, desbloqueados. Mas eu quero que o meu país ande para frente. Quero lá saber que seja com este ou com aquele. Acho que as pessoas continuam a pensar somente no quintal do seu partido. Eu penso no quintal de Portugal.
A política é o momento, não é ser de direita ou de esquerda. Os portugueses estão-se borrifando para os partidos e sindicatos. Os portugueses querem viver, estar em paz e já não suportam ouvir falar em austeridade. Já tiveram dose que chegue. Penso que é isto que o PSD ainda não percebeu. Tem um discurso desfasado dos portugueses. Se tivesse doseado a austeridade e feito frente à Europa, estaria hoje noutra situação. Na política, como na vida, o óptimo é inimigo do bom.
00:05 h
Joaquim Jorge, Fundador do Clube dos Pensadores
Económico
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