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Dá que pensar
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Dá que pensar
de lavagem em lavagem de mãos ninguém se sente verdadeiramente responsável
Mais um Verão, mais festas e festas, mais excessos de consumo de álcool, mais tragédias, e sempre as mesmas questões.
Ainda que a prevenção alerte para os riscos e atitudes a tomar, apesar dos resultados mostrarem maior consciência dos perigos associados e ligeiras mudanças nos comportamentos, nomeadamente na condução sob o efeito do álcool, mantém-se o facilitismo de quem consome perante uma oferta sempre altammente disponivel e de grande acessibilidade.
Se Maomé não vai á montanha, a montanha vai a Maomé, como tal nem é preciso grandes preocupações nem estratégias de procura, quem quer beber só precisa de ter vontade de o fazer, tudo está facilitado, dificuldades de acesso igual a zero.
É preciso optar e os politicos têm que saber qual o caminho que pretendem traçar. No papel é tudo muito interessante, excelentes ideias, boas equipas de trabalho, estratégias bem desenhadas, falta contudo coerência.
Já abordei várias vezes esta questão dando nomeadamente exemplos de discursos assustadores proferidos por agentes da autoridade que claramente protegem os interesses dos comerciantes ao exercicio de fazer cumprir a lei.
Conheço o discurso de que se os jovens estão na rua é porque os pais o permitiram atirando assim para outros o incumprimento das leis. E de lavagem em lavagem de mãos ninguém se sente verdadeiramente responsável.
Fico com a ideia de que globalmente ninguém olha para esta realidade como um verdadeiro problema.
Até que um dia surge uma morte, aí todos percebem como uma noite de copos não vale a perda de uma vida, como a maior irresponsabilidade de uns pode implicar danos irreversiveis em outros, como a vida de todos fica perturbada para sempre, como afinal o excesso de bebidas alcooólicas não é apenas uma brincadeira de todos os tempos.
Nesses momentos fica claro que todos podiamos fazer muito mais e que tão responsável foi o que conduziu sob o efeito do álcool, como os que embriagados, ou não, entraram no carro, como os comerciantes, que ignorando a lei, continuam a vender a jovens mesmo sendo visível o seu estado de embriaguez, como quem licencia a abertura de bares e permite que jovens com menos de 18 anos possam frequentá-los até ás horas que entendem bebendo o que lhes apetece na procura de novas sensações.
Muito mais poderia falar sobre as estratégias comerciais de atrair jovens para a noite sendo o álcool um apelativo de excelência.
Do álcool passamos para outras substâncias e comportamentos desajustados para as idades em que começam a surgir. Tudo corre bem até fugir ao controlo.
Nas crises tudo se questiona, os pais revoltam-se contra os filhos e/ou amigos e/ou ambientes e/ou qualquer outra coisa, os professores criticam os pais e vice versa, os políticos prometem estratégias em campanha eleitoral, os juristas fazem e refazem as leis, os agentes de autoridade ora cumprem ora não cumprem, as comissões fazem o que podem e os jovens vão crescendo no que há, a sua realidade.
Enquanto o tilintar das moedas valer mais do que o sangue que nos corre nas veias, está tudo lixado.
Dá que pensar!
Manuela Parente Psicóloga
Diário de Notícias da Madeira
Sábado, 3 de Setembro de 2016
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