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Economia Criativa, o “caminho da descoberta da nossa identidade cultural”
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Economia Criativa, o “caminho da descoberta da nossa identidade cultural”
A Economia Criativa foi a alternativa de alguns dos países em desenvolvimento para sair da dependência das commodities. A economia criativa poderia até funcionar como um processo de transição para estabelecer uma cultura da inovação em países emergentes, já que, necessariamente, desenvolve capital intelectual, talento e ideias e também constitui uma ponte para a internacionalização das economias.
Curiosamente, a economia criativa tornou-se um tema global e de importância económica em 2004. Até então falavamos muito das indústrias culturais, das questões da diversidade, mas não se olhava para o impacto económico, a criação de empregos e o comércio.
Na Madeira, já temos alguns principais produtos de economia criativa, a maioria deles criados pelo então secretario Regional do Turismo e Cultura, João Carlos Abreu, que, quanto a mim, fez mais pela economia da madeira do que todos os pseudo detentores de pasta sem créditos, que só têm como missão, extinguir todas as ligações ao passado, esquecendo-se que foi o passado que colocou a Madeira no lugar onde está, aliás, o passado e, nestes últimos anos, infelizmente, o Estado Islâmico, fazendo com que, através da insegurança e espalhando o terror, vem fazendo a Madeira aparecer como alternativa a muitos dos destinos referencia das ultimas décadas. Mas, como vinha dizendo, a Madeira tem o Fim de Ano, o Carnaval, a Festa da Flor, o Festival do Atlântico, a Festa do Vinho Madeira, entre outros eventos que, além de movimentarem uma enorme cadeia de retorno económico, são motivo de interesse turístico definindo a imagem da Madeira no exterior.
JAMAICA VS CR7
Um país em desenvolvimento que pode ser considerado pioneiro na aposta da economia criativa foi a Jamaica, com a ajuda de seu mais famoso cidadão, o rei do reggae, Bob Marley.
Após a morte de Bob Marley, em 1981, o país soube capturar a sua imagem internacionalmente conhecida não só pela música, mas como símbolo de luta contra o racismo e o colonialismo. O governo atuou em parceria com a Fundação Robert Marley – gerenciada pela viúva do artista, Rita –, que utiliza recursos dos royalties de seus álbuns para investir em atividades relacionadas à memória de Bob.
O Museu Bob Marley, em Kingston, recebe 30 mil visitantes por ano e virou cartão-postal dessa ilha caribenha de 2,8 milhões de habitantes, que atrai cada vez mais turistas. Aberto em 1986, inclui teatro de 80 lugares, galeria de fotos e objetos, biblioteca e uma lojinha que vende camisetas, pósteres e CDs do artista.
Marley virou marca que vende de tudo. O restaurante Queen of Sheba serve os pratos vegetarianos que o cantor adorava e fica numa das casas onde ele viveu. A agência de turismo Jamaica Cruise oferece um tour por lugares onde o ídolo se inspirou, em veículos embalados ao som das suas canções.
A Marley Bebidas tem o drinque Marley’s Mellow Mood e a House of Marley vende produtos ecológicos. Um documentário sobre Bob Marley, lançado em 2012 pelo diretor escocês Kevin Macdonald, intitulado Marley, foi premiado como o melhor da categoria pela academia britânica de filmes independentes.
No entanto, não foi sempre assim. A Jamaica beneficiou pouco quando Marley era vivo. À época, os rendimentos de sua criatividade ficavam principalmente na Inglaterra e nos EUA, onde estavam as editoras. A Jamaica quebrou o paradigma de um talento natal a enriquecer os países desenvolvidos.
PS: NÃO, não quero “matar” o nosso CR7, apenas mais uma vez salientar que a opção do Governo na atribuição do seu nome ao Aeroporto é realmente muito boa.
O DESAFIO
A Madeira ainda sofre um sério problema de desarticulação e descontinuidade de políticas de estímulo ao sector da propriedade intelectual e de turismo, entre outros.
Não é que não hajam boas notícias. No aspecto positivo, a Região já conta com políticas de economia criativa, esse é o caminho certo, por ser mais fácil de implementar.
CONTRA A CORRENTE
É cada vez mais comum ouvir que deveríamos aproveitar a fase da inovação, da ciência e da tecnologia – na qual já teria perdido a sua “novidade” – e partir para a economia criativa, o conceito de criatividade não se restringe às artes, inclui também a ciência, porque tem a componente de inovação e pesquisa. Assim, a ciência e tecnologia e a economia criativa caminham juntas e vão-se alimentam mutuamente. Ambos são setores com enorme capacidade de atração de jovens talentos criativos, a região deve proporcionar condições para que artistas, cientistas e pesquisadores consigam viver do seu trabalho e não ter de ter dois trabalhos, um para ganhar a vida de dia e outro para trabalhar de madrugada no que gostam. Ao fazer isso, uma região em desenvolvimento pode conseguir uma evolução económica, passando das commodities para produtos e serviços de maior valor acrescentado, inovando e globalizando-se.
O que o governo tem de fazer é criar um ambiente de negócios capaz de atrair o setor privado para a economia criativa e apostar na nossa identidade cultural, tratando a nossa identidade como a nossa principal fonte.
Como diz o grande Peter Drucker: “culture eats strategy for breakfast”!
Sérgio Vieira de Nóbrega, CEO Atlanticulture
Diário de Notícias da Madeira
Domingo, 2 de Outubro de 2016
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