Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 427 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 427 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
Viva o Zé Manel da ARESP
Página 1 de 1
Viva o Zé Manel da ARESP
Zé Manel, estás de parabéns. És um farol para a nação. Foi ontem à noite que a tua menina-do-bar na discoteca Urban Beach olhou para mim de alto a baixo e, depois de consultar o meu cartão, não me quis servir nem mais uma bebida.
- O seu plafond foi ultrapassado, senhor.
Não que eu fosse fugir sem pagar, mas porque o meu limite expectável de consumo estava esgotado. Um tipo com o meu ar só podia gastar até aquele ponto. A partir dali, para beber outra água das pedras, era preciso acertar contas anteriores.
Tentei saber porquê, mas esbarrei na intransigência da tua menina, gorducha e pintada de fresco, que servia os copos aos clientes. Nem sequer me dirigiu a palavra, nem um olhar, nem um sorriso, nada. Do alto da burra, olhar altivo e distante, seguiu para o cliente seguinte. Um moço muito despenteado com um aspeto não muito agradável.
Foi então que percebi. Era já o espírito do Web Summit a ser posto em prática pelos teus empresários da noite lisboeta. A moça afinal não era mal-educada. Só estava a treinar pela tua cartilha para o grande evento que para a semana vai trazer a Lisboa 55 mil putos ricos, fedorentos, cabeludos e com mau aspeto.
Sei que tens medo que os portugueses não aceitem bem esses ricos moços guedelhudos que vêm a Lisboa beber copos nas tuas tascas até as tantas, e achaste - e muito bem!! - que mais valia prevenir que remediar.
Não fossem os tugas desatar à chapada às dezenas de milhares de pessoas que vão andar a circular pela cidade, "às vezes com um aspeto não muito agradável", até pediste ajuda ao Governo para nos catequizar - Oh! bárbaros lusitanos - antes que que alguma tragédia aconteça.
"Estamos a solicitar às autoridades que não sejam drásticas na visão de que é preciso fechar um estabelecimento porque já é meia-noite" - disseste. Porque "esta gente não tem horários, estas pessoas têm uma realidade virtual e, portanto, nós temos que sentir que somos uma metrópole, que pulsamos 24 horas por dia, ao ritmo da globalização". E depois pulsaste de novo e disseste: "Quando os virem, sejam como habitualmente. Simpáticos, disponíveis e sorridentes".
Eu, cabelinho aprumado, casaquinho UOY e bom ar geral era um indigente. O moço ao meu lado, cabelo desgrenhado e ar de quem não toma banho há muito tempo é que mereceu os sorrisos, o crédito e a atenção da tua agente à paisana.
ESPECIALISTA EM MEDIA INTELLIGENCE
José Manuel Diogo
Hoje às 00:03
Jornal de Notícias
- O seu plafond foi ultrapassado, senhor.
Não que eu fosse fugir sem pagar, mas porque o meu limite expectável de consumo estava esgotado. Um tipo com o meu ar só podia gastar até aquele ponto. A partir dali, para beber outra água das pedras, era preciso acertar contas anteriores.
Tentei saber porquê, mas esbarrei na intransigência da tua menina, gorducha e pintada de fresco, que servia os copos aos clientes. Nem sequer me dirigiu a palavra, nem um olhar, nem um sorriso, nada. Do alto da burra, olhar altivo e distante, seguiu para o cliente seguinte. Um moço muito despenteado com um aspeto não muito agradável.
Foi então que percebi. Era já o espírito do Web Summit a ser posto em prática pelos teus empresários da noite lisboeta. A moça afinal não era mal-educada. Só estava a treinar pela tua cartilha para o grande evento que para a semana vai trazer a Lisboa 55 mil putos ricos, fedorentos, cabeludos e com mau aspeto.
Sei que tens medo que os portugueses não aceitem bem esses ricos moços guedelhudos que vêm a Lisboa beber copos nas tuas tascas até as tantas, e achaste - e muito bem!! - que mais valia prevenir que remediar.
Não fossem os tugas desatar à chapada às dezenas de milhares de pessoas que vão andar a circular pela cidade, "às vezes com um aspeto não muito agradável", até pediste ajuda ao Governo para nos catequizar - Oh! bárbaros lusitanos - antes que que alguma tragédia aconteça.
"Estamos a solicitar às autoridades que não sejam drásticas na visão de que é preciso fechar um estabelecimento porque já é meia-noite" - disseste. Porque "esta gente não tem horários, estas pessoas têm uma realidade virtual e, portanto, nós temos que sentir que somos uma metrópole, que pulsamos 24 horas por dia, ao ritmo da globalização". E depois pulsaste de novo e disseste: "Quando os virem, sejam como habitualmente. Simpáticos, disponíveis e sorridentes".
Eu, cabelinho aprumado, casaquinho UOY e bom ar geral era um indigente. O moço ao meu lado, cabelo desgrenhado e ar de quem não toma banho há muito tempo é que mereceu os sorrisos, o crédito e a atenção da tua agente à paisana.
ESPECIALISTA EM MEDIA INTELLIGENCE
José Manuel Diogo
Hoje às 00:03
Jornal de Notícias
Tópicos semelhantes
» Viva a preguiça!
» Títulos Viva Viagem em risco de rotura
» Crónica de maldizer – Que viva o badalo e não morram as danças!
» Títulos Viva Viagem em risco de rotura
» Crónica de maldizer – Que viva o badalo e não morram as danças!
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin