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Muita conversa, pouco desenho

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Mensagem por Admin Sex Jun 06, 2014 10:25 am

Muita conversa, pouco desenho 492923?tp=KM&w=298
Miguel Manso


Um jornal que é um pavilhão. Um pavilhão que quer encontrar soluções para seis cidades portuguesas. Este ano, a Bienal de Arquitectura de Veneza é entre cá e lá

O arquitecto Pedro Campos Costa, curador da participação oficial portuguesa na Bienal de Arquitectura de Veneza, já tinha em cima da mesa o primeiro número do jornal que vai começar a distribuir hoje na cidade italiana quando fizemos esta entrevista no seu atelier da Baixa de Lisboa. “This is the Portuguese Pavilion”, lê-se em letras garrafais na última página. Os três números previstos do jornal Homeland: News From Portugal (ao todo, 165 mil exemplares) serão distribuídos por ardinas (e por máquinas) a partir de um ponto cedido “gentilmente” pela bienal. “Podia-lhe chamar pavilhão, mas eu não quero. O pavilhão é isto”, afirma Campos Costa com o jornal na mão. A inauguração está marcada para as 17h.

Autor da ampliação do Oceanário de Lisboa, Pedro Campos Costa, 42 anos, propõe recriar uma relação dos arquitectos portugueses com a sociedade que considera que se perdeu. A falta de trabalho obriga as novas gerações a terem uma posição mais activa, fazendo propostas e abordagens interdisciplinares, e é isso que Homelandtenta captar. 

Há seis equipas, formadas por um atelier e um editor, que trabalham seis propostas em seis cidades portuguesas: no Porto os Like Architects e Mariana Pestana; em Matosinhos o atliermob e Paulo Moreira; em Évora Pedro Clarke e Miguel Marcelino; em Setúbal o atelier SAMI e Susana Ventura; em Loures Miguel Eufrásia e os ADOC; em Lisboa o atelier Artéria e André Tavares. 

A bienal deste ano, que tem como comissário-geral o arquitecto holandês Rem Koolhaas, autor da Casa da Música no Porto e um dos mais influentes nomes da disciplina, pede aos países para reflectir, sob o título Absorbing Modernity 1914-2014, sobre o processo de apagamento das características nacionais, a criação de uma linguagem universal e as resistências a esse processo.



Porque é que decidiram fazer um jornal? 

O arquitecto Rem Koolhaas desafiou os países a pensarem como é que absorveram a modernidade nos últimos 100 anos. A Beatriz Colomina, uma teórica da área, diz que os arquitectos modernos não existiriam sem os media. Quisemos um jornal, hoje quase um objecto arqueológico, que simbolizasse essa relação com a modernidade e que reflectisse sobre o que é ela hoje.


Fazem uma espécie de inversão da representação, como se fosse a Bienal de Veneza a vir a Portugal?

Temos dois blocos. Um, mais cronológico, sobre os últimos 100 anos da habitação em Portugal. O outro é uma inversão: aproveita a energia da bienal para seis grupos de arquitectos testarem soluções em seis cidades de Portugal. Escolhemos o tema da habitação, porque é fundamental na construção do território e de uma relação com a sociedade.

Mas a pergunta, um pouco provocatória, é que as coisas estão a acontecer aqui e a bienal é em Veneza. Não há um problema de comunicação?

A solução, ao contrário de que a comunicação social tentou fazer passar, não veio por causa do dinheiro. Se eu tivesse mais dinheiro faria um semanário ou um diário. O jornal é o veículo que pode mostrar lá o que se passa aqui. Existe uma curiosidade muito grande sobre o que é que se está a passar em Portugal.

Como é que vai ser a primeira edição do jornal?

Por exemplo: a Mariana Pestana e os Like Architects vão ocupar uma loja cedida pela Câmara Municipal do Porto, questionando durante o período de um mês a transitoriedade. Numa versão mais optimista e utópica: como é que o temporário se pode aplicar à legislação portuguesa ou à estrutura do Porto, que tem, como muitas cidades, muitos edifícios abandonados? 

Uma espécie de performance-debate para tentar chegar a um sistema jurídico que permita à câmara ter um instrumento?

A base terá de ser jurídica porque há sempre um conflito de interesses. Temos um problema de casas abandonadas e se calhar de uma forma pró-activa este debate pode contribuir para resolvê-lo. Durante essa ocupação, que é uma espécie de performance, uma espécie de Big Brother, vão ser convidadas personalidades de várias áreas a jantarem com eles para debater a questão.


Em Loures querem concluir um edifício de escritórios que está inacabado e passá-lo a habitação. Referem também o trabalho sobre espaços comuns, o que remete para algumas experiências do pós-guerra. É possível criar alguma coisa nova nessa área?

Esse é o tema colectivo. O projecto é um centro comercial abandonado em Moscavide. Havia ali um bloqueio de comunicação. Foi basicamente muita conversa com instituições, bancos, fundos; muito pouco desenho e muita conversa.

O que é exactamente o inquérito à habitação e o que é que ele mostra em relação aos últimos 100 anos e, particularmente, às últimas décadas?

O artigo do Ricardo Agarez, que tem uma tese de doutoramento sobre o tema do vernacular versus o moderno, é fundamental. Prova que existe uma arquitectura moderna portuguesa que tem influências locais. Depois fazemos um levantamento tanto no Porto como em Lisboa, escolhendo os edifícios dos últimos cem anos que são a excelência dessa arquitectura moderna.


Há uma ideia que parece nostálgica quando diz que a arquitectura vive hoje num castelo e que se perdeu uma relação mais próxima com as coisas. A que período se refere e que castelo é esse que parece querer abrir?

É uma espécie de autismo da parte dos arquitectos. Nós deixámos de participar. Como digo no meu texto, há dois períodos mais evidentes dessa participação: um é o SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local) e outro é o Inquérito à Arquitectura Popular Portuguesa. Apesar de a arquitectura portuguesa hoje ser reconhecida em todo o mundo, e de estar sempre a ser premiada, há uma incapacidade de comunicação com a sociedade. Podem dizer que sempre foi assim. Mas eu digo que com esta crise é mais necessário que os arquitectos tenham uma atitude mais pró-activa. Acho que a provocação destas seis equipas é tentar perceber como é que os arquitectos podem encontrar essa relação.


O que estava a dizer é que o sucesso da arquitectura portuguesa passa exactamente pela sua relação com o local. Não é segredo nenhum. O Inquérito à Arquitectura Portuguesa foi um instrumento de trabalho para uma geração inteira de arquitectos.

Não é verdade, há muitos teóricos que dizem que a arquitectura moderna é à séria.

O que é problemático nessa visão é pensar que houve um afunilamento. As conquistas do Inquérito e do SAAL foram sendo enquadradas. Visto com mais detalhe, o Inquérito é principalmente um diálogo dos arquitectos com o poder político a um nível super-elitista. Aí a sociedade é apenas um caso de estudo. O SAAL é um momento revolucionário, de democracia directa.

No Inquérito não há um envolvimento directo, mas há um envolvimento a posteriori

Esses dois momentos são a matriz onde a arquitectura portuguesa se ergue. O Siza vai para a Europa exactamente por causa do SAAL e todo o seu trabalho decorre dessas experiências, por isso os arquitectos portugueses souberam integrar esses dois momentos extraordinários...

Não posso estar mais de acordo. Nas gerações consequentes é um facto, mas acho que, a partir dos anos 90, o castelo, voltando a ele… há uma perda de relação. Perguntam se a culpa é dos arquitectos, da economia, da sociedade, dos bancos. Não sei… Não é por acaso esta relação nostálgica do Rem Koolhaas — ele pergunta como é que se absorveu a modernidade.


O Koolhaas não se refere a experiências de arquitectura de sociedades mais ricas, fazendo com essa pergunta uma auto-crítica?


Hoje existem 20 mil arquitectos, muitos fora, infelizmente. Aliás, uma das razões por que faço isto é para dizer que é possível fazer coisas em Portugal. Hoje não existe relação com a sociedade, ponto final parágrafo. Se houvesse não teríamos os problemas terríveis que temos nas cidades. Parece-me evidente que o castelo está construído. Pode ser arrogância, defesa, má interpretação, mas a verdade é que os arquitectos se protegem num discurso muito fechado para dentro da própria classe. As universidades estão a fechar-se, obrigando os arquitectos a fazerem doutoramentos, que é obviamente interessante, mas não de uma forma que mate a experiência do terreno. De quem é a culpa? Acho que é de todos.

O problema é que o vento mudou. O programa-símbolo dos anos 90 foi o museu. Hoje, não há matéria para tantos museus, nem dinheiro. Isso não significa que a relação dos arquitectos com a sociedade, via universidade e outras vias, não seja mais rica, mais complexa, do que há 20 anos. É injusto para os últimos 20 anos concluir que a arquitectura nacional tem reconhecimento internacional, tem prémios, e que isso é uma conquista mas também uma falha.

Não disse que tinha sido uma falha, mas que temos nos anos 90 um afastamento da sociedade, do território e da política. Apontaram que nos anos 90 só se fizeram museus...

... a sociedade queria museus e os arquitectos responderam à sociedade. Queria o Guggenheim, Serralves, a Casa da Música, e havia abundância e uma ideia de democratização da cultura. Existe coisa mais ligada à sociedade?

Temos um país como Portugal em que 70 por cento da população está na costa. Dos anos 90 a 2000, dêem-me um exemplo em que os arquitectos tenham tido uma atitude crítica sobre os investimentos que se estavam a fazer no território.


Se olharmos aqui para as propostas, tirando Évora, é tudo litoral. Olhando para estas equipas e para esta geração, vemos que o trabalho na área da arquitectura mal existe. Como a sociedade não responde, há uma maneira diferente de organizar o trabalho do arquitecto?

O projecto pretende ser uma reflexão sobre a própria posição do arquitecto — com ele, com a Ordem dos Arquitectos, com todas as entidades. Obviamente que, não havendo o que houve nos últimos 20 anos, e dificilmente voltaremos aí, os arquitectos têm de ter uma posição mais activa.

Mais uma vez na senda, não contra a senda, em que a matriz estava correcta, muito envolvida nas questões políticas, sociais e do território. Não estou tão preocupado com a questão formal da arquitectura, mas com a forma como os arquitectos pensam e executam as suas ideias.


Em relação ao projecto de Lisboa, em que a equipa se propõe trabalhar o espaço vazio das coberturas como uma mais-valia para a reabilitação dos edifícios, a ideia é que a iniciativa parta dos proprietários, “de baixo para cima”, ou acabará por ser um programa da autarquia?

O atelier Artéria está a tentar criar uma regulamentação com a Câmara de modo a que as coberturas possam ser vendidas exclusivamente para reabilitar o edifício. É um programa da Artéria com o apoio da câmara.

O projecto de Setúbal tem um quadro mais conceptual, e aborda a moradia unifamiliar, que aparentemente seria um tema proibido.

O tema do unifamiliar é visto como uma espécie de vírus, por causa do sprawl (alastramento urbano), das urbanizações mal feitas. O que o atelier SAMI e a Susana Ventura tentam é pensar nesta tipologia como uma forma de criar intimidade com o território.

O que é que isso quer dizer?

Os técnicos, quando fazem masterplans ou planeamento, desenham manchas através das informações que têm e não saem do escritório para verem o sítio com outros olhos ou com uma perspectiva mais intimista. Eles foram com o [fotógrafo] Paulo Catrica e pessoas da Câmara de Setúbal a vários sítios — um forte, uma pequena colina, as Fontainhas, uma pedreira — ver com um olhar diferente. Isso quer dizer que se podem criar espaços de intimidade onde era impossível construir. 

Mas isso não é o bê-a-bá de qualquer trabalho em arquitectura?

Eles estão a tentar dar ferramentas para os planos urbanos.

A proposta de Rem Koolhaas parte do pressuposto que no princípio do século XXI há uma arquitectura global homogeneizada que apaga as particularidades nacionais. Fala de “elementos escondidos das identidades nacionais”, o que é interessante porque foi ele que a partir do Delirious New York acelerou a possibilidade de uma modernidade global. Entre nós, a questão da identidade esteve sempre presente, tendo em conta a nossa condição de periferia. Quais são os “elementos da identidade nacional” que este projecto vai revelar? O que é que nos diferencia?

É essa questão da periferia, da descontinuidade, do local. Nos últimos 20 anos, o processo político, a globalização, o neoliberal, plastificaram muito a arquitectura. E o Rem Koolhaas tem a necessidade de contrariar o percurso das bienais. Houve aquela do Aaron Betsky que aproximou a arquitectura ao objecto artístico e depois, não sei se é justo dizer isto, nunca mais ninguém conseguiu fazer outro corte.

As duas bienais a seguir, People Meet in Architecture e Common Ground, tentavam um corte…

O título sim, mas depois… Ele criou uma grelha mais apertada para fazer o corte. O que eu acho — não sei se isto se prova, decorre das reuniões com Koolhaas e os outros curadores — é que existe mais de identitário do que nós imaginamos no passado, nos anos 70, nos anos 60, e não sei se é uma questão de periferia porque o Irão, por exemplo, tem uma estrutura modernista fantástica.


De qualquer modo, Homeland refere-se mais ao “processo” do que à “forma”…

Vejo o “processo” na relação com a sociedade, com o território, e com a política. Todos estes projectos têm uma relação forçada, mas muito bem acolhida, com as câmaras.

Não receiam que no meio de todo o som e a fúria da Bienal de Veneza esse papel acabe rapidamente deitado fora?

Espero efectivamente ver todas as pessoas com o jornal na mão. Acho que isso é uma boa representação.

04.06.2014 - Isabel Salema e Jorge Figueira
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