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Sustentabilidade e coeficiência - Estamos quantificando corretamente?
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Sustentabilidade e coeficiência - Estamos quantificando corretamente?
O tema da sustentabilidade empresarial tem sido uma discussão recorrente nos meios empresariais e académicos, neste sentido é importante definir que este conceito está sustentado por três pilares: o económico, o social e o ecológico.
Existem empresas que se destacaram e outras que ainda se destacam como o antigo Banco Real que tinha a sustentabilidade como um de seus grandes apelos publicitários. O grupo Orsa que trabalha o manejo sustentável da floresta amazónica e a Natura que também está presente na floresta coletando frutos e desenvolvendo as algumas comunidades extrativistas.
Quando tratamos de sustentabilidade logo fazemos uma relação com os aspectos e impactos ambientais que as organizações produzem, e destes a geração de resíduos talvez seja o mais importante em função do potencial dano ou de benefícios que os resíduos podem resultar.
Neste sentido as organizações elaboram indicadores no sentido de medir sua eficiência ecológica ou coeficiência, que está diretamente relacionada com a integração entre os pilares económicos e ecológicos que resultam das atividades desenvolvidas pelas empresas. Esta integração tem como principal objetivo reduzir a poluição e ainda obter ganhos económicos com esta atividade.
Atualmente as grandes empresas tem citado o conceito de coeficiência em seus relatórios de sustentabilidade, inclusive sem compreender o significado pleno deste conceito. Desta forma podemos definir coeficiência como à busca por atender às necessidades das pessoas e do negócio, reduzindo ao mínimo os impactos negativos ao meio ambiente. Na prática, uma organização coeficiente é a que consegue fazer mais com menos. Por exemplo, hospitais e hotéis que conseguem fornecer seus serviços com qualidade, deixando seus consumidores satisfeitos e gastando menos água são mais coeficientes do que outros que não consideraram esta redução.
Nesta mesma direção podemos dizer que a reduções no consumo de matérias primas, de energia e nas emissões de gases, também colaboram no sentido de aumentar a coeficiência das empresas.
Para quantificar e medir esta coeficiência as empresas tem elaborado sistemas contáreis de medição, que visam calcular o desempenho da organização neste conceito. Seria algo como quantificar a razão entre o valor adicionado e o impacto ambiental gerado. Analisando neste contexto o ciclo de vida útil dos produtos, os processos e o retorno sob o ponto de vista económico, social e ambiental. O maior desafio neste sentido é o ambiental, porque não temos preço nos ativos ambientais que às vezes perdemos em função de atividades produtivas, mas uma coisa é certa, temos que adicionar os custos da recuperação de ativos ambientais degradados ou prejudicados com a atividade económica.
Nesta contabilidade da sustentabilidade inicialmente podemos definir coeficiência como a razão entre o valor adicionado na forma de produtos e serviços e o custo da plena recuperação dos impactos ambientais resultantes desta atividade (Coeficiência = Valor adicionado produtos e serviços / Custo da reparação dos impactos ambientais), segundo o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) – Conselho Mundial de Negócios para O Desenvolvimento Sustentável. Mas será que esta é uma fórmula correta?
Se trabalharmos apenas sob o ponto de vista monetário, nós teremos vários paradoxos a tratar, como por exemplo:
a) Valor adicionado X / Custo Y da reparação dedicado ao pagamento de multas por infrações;
b) Valor adicionado X / Custo Y com a reparação de áreas degradadas;
c) Valor adicionado X / Custo Y com a prevenção dos impactos ambientais;
Se pensarmos apenas na razão: Coeficiência = X/Y o valor será mesmo, mas as consequências para o meio ambiente e para a sociedade serão bem diferentes.
Para resolver este paradoxo: As empresas devem resolver o que é melhor em termos de sustentabilidade? Reparar? Prevenir? Uma combinação dos dois?
Então esta não pode ser apenas uma questão matemática de razão simples entre valores. Por exemplo uma empresa que reduz o consumo de insumos (prevenção) e trata os efluentes (reparação) está combinando duas abordagens que contribuem para a sustentabilidade.
Então, para concluir, podemos afirmar que a fórmula Coeficiência = Valor adicionado / Custo plena recuperação do impacto; não é a forma mais adequada de medir a coeficiência de uma organização e por tabela seu grau de sustentabilidade.
Em tempos de Lean Thinking é importante discutirmos e elaborarmos uma maneira mais completa de medir isto. A discussão está aberta, que venham as propostas!
20 de nov de 2016
Fredjoger Mendes
Gerente de Produção
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