Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!

Participe do fórum, é rápido e fácil

Olhar Sines no Futuro
BEM - VINDOS!!!!
Olhar Sines no Futuro
Gostaria de reagir a esta mensagem? Crie uma conta em poucos cliques ou inicie sessão para continuar.
Procurar
 
 

Resultados por:
 


Rechercher Pesquisa avançada

Entrar

Esqueci-me da senha

Palavras-chaves

2011  2017  cmtv  tvi24  2014  2010  2016  2015  2013  2018  cais  2012  2019  2023  

Últimos assuntos
» Sexo visual mental tens a olhar fixamente o filme e ouvi fixamente
Não à “morte das ideologias”! EmptyQui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin

» Apanhar o comboio
Não à “morte das ideologias”! EmptySeg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin

» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Não à “morte das ideologias”! EmptySeg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin

» A outra austeridade
Não à “morte das ideologias”! EmptySeg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin

» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Não à “morte das ideologias”! EmptySeg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin

» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Não à “morte das ideologias”! EmptySeg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin

» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Não à “morte das ideologias”! EmptySeg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin

» Pelos caminhos
Não à “morte das ideologias”! EmptySeg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin

» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Não à “morte das ideologias”! EmptySeg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin

Galeria


Não à “morte das ideologias”! Empty
maio 2024
DomSegTerQuaQuiSexSáb
   1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031 

Calendário Calendário

Flux RSS


Yahoo! 
MSN 
AOL 
Netvibes 
Bloglines 


Quem está conectado?
41 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 41 visitantes

Nenhum

O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm

Não à “morte das ideologias”!

Ir para baixo

Não à “morte das ideologias”! Empty Não à “morte das ideologias”!

Mensagem por Admin Ter Dez 13, 2016 11:29 am

Se abdicarmos das ideologias, das diferenças, do debate, reduzir-nos-emos a fantoches de qualquer vendedor de banha da cobra que, associando populismo a demagogia, conquistará o poder… Um dia lamentaremos o facto mas, como a História ensina, será demasiado tarde, e o preço a pagar incomportável

A evolução da História é de tal maneira rápida que se torna cada vez mais difícil prever o que se irá passar nos próximos anos, meses ou até semanas. Quem diria, por exemplo, há escassos anos que a Europa, paradigma da promessa de pujança económica, bem-estar ou abundância, viria a confrontar-se com a maior crise depois do tempo do entreguerras? Quem se atreveria a vaticinar até que um senhor chamado Gorbatchev conseguiria transformar de maneira radical um sistema que, na altura, parecia ser de “pedra e cal”? E que, depois de um período de esperança, um senhor chamado Putin haveria de mudar globalmente a visão desses dias “primaveris”? Uma vez dadas as mudanças a leste, por vezes quase de 180 graus, quem se arriscava a dizer que a Terra Prometida estaria, para esses povos (e tantos outros, como os do Magrebe, do Egito, da Turquia), afinal tão longe? Daesh? O que era isso, se nem de Al-Qaeda se falava... e a Síria era um local ainda pouco conhecido, quando os programas das agências de viagens encaminhavam os turistas para a Tunísia, Turquia e outros destinos “atrativos”.

A rapidez avassaladora da evolução histórica, a catadupa de factos que nos invadem o dia-a-dia (graças à comunicação social que “está lá” quase antes mesmo de as coisas se passarem) – ainda não meditámos sobre determinada coisa e já outra se sobrepôs, mesmo que de interesse e relevância duvidosa – fazem com que o mundo esteja em permanente mudança e, se é verdade que sempre esteve, esta mudança escapa totalmente ao controlo e até à compreensão do cidadão normal, já que é uma mudança imprevisível e que se processa a uma velocidade e numa dimensão que foge à escala humana. A programação deixou de ser possível e, como tal, o impacte que as ações de cada um tem na gesta coletiva parece ser cada vez menor, aumentando a sensação de impotência, de fragilidade e de perplexidade – o desinteresse crescente pela intervenção (nem que seja apenas pelo voto) –, e a adesão acéfala às propostas populistas, redentoras, demagógicas e salvadoras são sintomas paradigmáticos e assustadores.

Por outro lado, a Europa atual surge--nos como a Europa das frustrações, desencanto e desemprego, falência do “welfare state”, triunfo dos modelos que, muitas vezes sem afirmarem coisíssima nenhuma, só se impõem por recusarem os modelos anteriores, e falta da dimensão ética em que os que fazem as piores das malfeitorias saem em alta para lugares mais elevados, de maior poder e em que ganham ainda mais dinheiro, sem que sejam responsabilizados pelo malbaratar dos dinheiros públicos e se riam, no fundo, na cara de quem trabalha amargamente no quotidiano. Os idealistas de ontem parecem ser os derrotados de hoje e os cínicos, diletantes e incrédulos aparecem como vencedores, pois anunciam aos povos a “boa nova”: “as ideologias morreram – viva o pragmatismo, o realismo, o imediatismo, a competitividade... numa palavra, o “salve-se quem puder” e o “aproveite quem quiser”.

No meio desta confusão – cuja maior vítima é a social-democracia (Olof Palme, onde estás?) – surgem extremismos, populismos e fundamentalismos. Surgem vendedores de banha da cobra, como Trump e as extremas direitas que vencem eleições com votos democráticos. No meio desta enorme crise de identidade, com a subsequente crise de valores, estão os que viram as gerações anteriores defenderem, pior ou melhor, ideais e sistemas que se afundaram em contradições e promessas só parcialmente cumpridas. Cidadãos mais jovens que assistem ao desmoronar de um mundo criado pelos seus antecessores, os quais, enquanto mergulham no desespero do falhanço, têm dificuldade em se afirmar como responsáveis por ele. Jovens que, deixados entregues a si próprios, estimulados (e obrigados) a uma competitividade feroz, vulneráveis entre um sem-número de fatores de risco, não se atrevem (nem querem) programar os seus atos com vistas mais largas do que o horizonte do hoje e se dedicam em full-time ao materialismo e a valores efémeros e fúteis, pensando – e acreditando! – que “estar com o outro” é ter 2 mil amigos no Facebook ou enviar 200 sms por dia.

É este o retrato global, quiçá pessimista, da Europa das grandes promessas e das grandes frustrações, quando ainda há não muito tempo se viviam tempos de euforia, de promessas, mas de ideais não cumpridos.

Surgem então os que se ufanam de ter “matado as ideologias”, por estarem acima delas, por as dispensarem e repudiarem. Veja-se o que acontece um pouco por todo o lado: se o problema é o desemprego, então voltemo-nos contra os que nos “roubam” os trabalhos; se o problema é saber quem manda nesta ou naquela terra, encarnicemo-nos então com os que eventualmente não são de cá, como esses “malandros” dos refugiados, esquecendo-nos que centenas de milhares de europeus fugiram para o norte de África durante o regime hitleriano e se salvaram graças à boa receção dos africanos…; rejeitemos os que são diferentes, seja na cor, nos hábitos, nos estilos de vida, no fácies, no que quer que seja; definamos o bem e o mal apenas pela nossa bitola. É este o sentido para onde evolui a ética dos tempos que vivemos.

Grassaram os Le Pens, os Berlusconis, os Jirinowskis, os PSN e outros fenómenos semelhantes. Grassam os Le Pens em versão filha, os Trumps, os Beppe Grillos, os Podemos e os Orbáns. Não dizem o que defendem, dizem apenas aquilo contra o que são… ao sabor do que o povo quer ouvir e com uma overdose de demagogia e de populismo.

Que têm então os mais novos a esperar do mundo onde vivem? A castração da vida pública, todavia, não irá vencer facilmente se houver discussão de ideias, afirmação de diferenças, debate de projetos. Gostemos da geringonça ou da caranguejola, ainda bem que existem, ainda bem que a política está viva. Infelizmente, aqueles que sempre foram os motores do debate e da evolução – estudantes, intelectuais – têm andado demasiado distraídos e ocupados em colocar posts no Facebook a dizer que comeram sushi ontem à noite, ou em ver como melhor podem atingir topos de carreira sem somar os quatro tês: talento, técnica, trabalho e tempo. Quando voltarão a defender-se ideais, tolerância, humanismo, preocupação com os outros, respeito pelas opiniões dos outros, direito à diferença, cooperação?

Ainda não é tarde. Nós, adultos, temos a obrigação de desfazer o equívoco, de desmistificar a questão. Os nossos filhos têm de saber que não se vive sem ideologias, que não se sobrevive sem força motriz, mesmo que com uma necessária e saudável discórdia e reconhecimento dos conflitos de interesses. Temos de afirmar que a morte das ideologias seria a morte da humanidade, da criatividade, dos valores estéticos e éticos… para que possamos ainda acreditar no futuro – mesmo que ingenuamente – que uma simples pedra pode vir a transformar-se numa catedral gótica, uma folha de papel num livro de Nuno Júdice, ou um dia bonito num momento simples de prazer e de tranquilidade.

Pediatra.

Escreve à terça-feira

13/12/2016
Mário Cordeiro 
opiniao@newsplex.pt 
Jornal i
Admin
Admin
Admin

Mensagens : 16761
Pontos : 49160
Reputação : 0
Data de inscrição : 07/12/2013
Idade : 37
Localização : Sines

http://olharsinesnofuturo.criarforum.com.pt

Ir para o topo Ir para baixo

Ir para o topo

- Tópicos semelhantes

 
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos