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Empreendedorismo digital a partir da escola
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Empreendedorismo digital a partir da escola
A falta de competências digitais na Europa deve começar a ser minorada com iniciativas como o projeto-piloto de Iniciação à Programação, visto a infância ser um período crucial para o desenvolvimento humano.
As tecnologias digitais vieram não apenas promover e facilitar a comunicação entre indivíduos, mas também criar novas formas de acesso ao conhecimento e, deste modo, potenciar as nossas próprias capacidades cognitivas e alargar os nossos horizontes intelectuais. De facto, a internet revolucionou a forma como nos relacionamos com o conhecimento e o modo como esse conhecimento é transmitido, apreendido e aplicado. Veja-se o impacto benéfico das tecnologias digitais na educação, quer enriquecendo e complementando os processos educativos tradicionais, quer desenvolvendo novos processos educativos.
Foi por isso com satisfação que tomei conhecimento de que o projeto-piloto de Iniciação à Programação, lançado pelo Governo em 2015, já abrange mais de 44 mil crianças do 1.º ciclo do ensino básico. Trata-se de uma muito louvável iniciativa de promoção da literacia digital logo na infância, que terá certamente reflexos, a longo prazo, na capacidade dos portugueses para enfrentarem os desafios da sociedade em rede e da economia do conhecimento.
Recordo que, na Europa, escasseiam os recursos humanos com qualificações digitais, apesar dos empregos no setor das tecnologias de informação e comunicação (TIC) estarem a aumentar em mais de 100 mil vagas por ano. Verifica-se hoje uma diminuição do número de licenciados em TIC, ao mesmo tempo que muitos dos atuais profissionais desta área estão a passar à reforma. Isto significa que há o risco do potencial de crescimento do emprego na área digital se perder e de se acentuar o gap entre a oferta e a procura de emprego no setor das TIC, com graves prejuízos para a coesão social na Europa e para a competitividade da sua economia.
A falta de competências digitais na Europa deve começar a ser minorada com iniciativas como o projeto-piloto de Iniciação à Programação. A infância é um período crucial para o desenvolvimento humano, determinando em boa medida as futuras competências e aptidões profissionais das pessoas. Por isso, a formação pré-escolar e escolar deve incluir novas disciplinas adequadas à sociedade em rede e à economia do conhecimento.
Por outro lado, é fundamental promover a articulação dessas novas disciplinas com as ditas disciplinas estruturantes, como o Português, a Matemática, a História ou as Artes. Com currículos escolares mais flexíveis e interdisciplinares, os alunos vão poder ganhar competências críticas à integração profissional na atual dinâmica socioeconómica, sem descurarem a formação base que qualquer criança deve ter.
A ANJE tem-se batido publicamente e junto dos decisores políticos pela introdução de uma disciplina de Empreendedorismo no 1.º ciclo do ensino básico, aproveitando a autonomia que cerca de duas centenas de escolas têm para definir 25% do currículo. Este é o principal propósito do projeto PLAY – A E I O U do Empreendedorismo, com o qual a ANJE está também a possibilitar aos mais novos a descoberta e experimentação de tecnologias digitais que estimulam a iniciativa, a proatividade e a imaginação.
Da mesma forma que a Iniciação à Programação está a promover a literacia digital, também me parece importante garantir a literacia empresarial e financeira das nossas crianças. Ora, para além de desenvolver uma maior predisposição para a iniciativa, uma disciplina de Empreendedorismo poderia fornecer ferramentas básicas de gestão e, deste modo, preparar os alunos para os desafios económico-financeiros que qualquer cidadão enfrenta ao longo da vida.
João Rafael Koehler, Presidente da ANJE
00:05
Jornal Económico
As tecnologias digitais vieram não apenas promover e facilitar a comunicação entre indivíduos, mas também criar novas formas de acesso ao conhecimento e, deste modo, potenciar as nossas próprias capacidades cognitivas e alargar os nossos horizontes intelectuais. De facto, a internet revolucionou a forma como nos relacionamos com o conhecimento e o modo como esse conhecimento é transmitido, apreendido e aplicado. Veja-se o impacto benéfico das tecnologias digitais na educação, quer enriquecendo e complementando os processos educativos tradicionais, quer desenvolvendo novos processos educativos.
Foi por isso com satisfação que tomei conhecimento de que o projeto-piloto de Iniciação à Programação, lançado pelo Governo em 2015, já abrange mais de 44 mil crianças do 1.º ciclo do ensino básico. Trata-se de uma muito louvável iniciativa de promoção da literacia digital logo na infância, que terá certamente reflexos, a longo prazo, na capacidade dos portugueses para enfrentarem os desafios da sociedade em rede e da economia do conhecimento.
Recordo que, na Europa, escasseiam os recursos humanos com qualificações digitais, apesar dos empregos no setor das tecnologias de informação e comunicação (TIC) estarem a aumentar em mais de 100 mil vagas por ano. Verifica-se hoje uma diminuição do número de licenciados em TIC, ao mesmo tempo que muitos dos atuais profissionais desta área estão a passar à reforma. Isto significa que há o risco do potencial de crescimento do emprego na área digital se perder e de se acentuar o gap entre a oferta e a procura de emprego no setor das TIC, com graves prejuízos para a coesão social na Europa e para a competitividade da sua economia.
A falta de competências digitais na Europa deve começar a ser minorada com iniciativas como o projeto-piloto de Iniciação à Programação. A infância é um período crucial para o desenvolvimento humano, determinando em boa medida as futuras competências e aptidões profissionais das pessoas. Por isso, a formação pré-escolar e escolar deve incluir novas disciplinas adequadas à sociedade em rede e à economia do conhecimento.
Por outro lado, é fundamental promover a articulação dessas novas disciplinas com as ditas disciplinas estruturantes, como o Português, a Matemática, a História ou as Artes. Com currículos escolares mais flexíveis e interdisciplinares, os alunos vão poder ganhar competências críticas à integração profissional na atual dinâmica socioeconómica, sem descurarem a formação base que qualquer criança deve ter.
A ANJE tem-se batido publicamente e junto dos decisores políticos pela introdução de uma disciplina de Empreendedorismo no 1.º ciclo do ensino básico, aproveitando a autonomia que cerca de duas centenas de escolas têm para definir 25% do currículo. Este é o principal propósito do projeto PLAY – A E I O U do Empreendedorismo, com o qual a ANJE está também a possibilitar aos mais novos a descoberta e experimentação de tecnologias digitais que estimulam a iniciativa, a proatividade e a imaginação.
Da mesma forma que a Iniciação à Programação está a promover a literacia digital, também me parece importante garantir a literacia empresarial e financeira das nossas crianças. Ora, para além de desenvolver uma maior predisposição para a iniciativa, uma disciplina de Empreendedorismo poderia fornecer ferramentas básicas de gestão e, deste modo, preparar os alunos para os desafios económico-financeiros que qualquer cidadão enfrenta ao longo da vida.
João Rafael Koehler, Presidente da ANJE
00:05
Jornal Económico
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