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Mensagem por Admin Ter Dez 20, 2016 11:57 am

Quatro décadas depois, os comunistas portugueses pretendem abandonar o euro e reestruturar a dívida, como se ignorassem que isso destruiria as poupanças que os portugueses aplicaram em títulos de dívida e faria desaparecer dos balanços dos bancos as aplicações em dívida pública portuguesa.

A FRASE...
 
"Uma campanha visando ampliar o esclarecimento da insustentabilidade dos constrangimentos e imposições da União Europeia, e a mobilização de vários sectores da sociedade para a necessidade e possibilidade da libertação da submissão do Euro, pela produção, o emprego e a soberania nacional."
 
Jerónimo de Sousa Público, 18 de Dezembro 2016
 
A ANÁLISE...
 
No que deverá ser o início das comemorações portuguesas dos cem anos da Revolução de Outubro, Jerónimo de Sousa anuncia as jornadas de esclarecimento da insustentabilidade de Portugal na União Europeia. Seria útil, porque mais rigoroso, organizar em simultâneo as jornadas de esclarecimento da insustentabilidade de Portugal fora da União Europeia. Para escolher entre alternativas, não basta selecionar uma e rejeitar a outra, é preciso mostrar que entre duas insustentabilidades não serve para nada escolher uma e deixar tudo o resto na mesma.

Portugal não apresentou o pedido de integração na Comunidade Económica Europeia por imposição externa ou por capricho de dirigentes políticos. Teve de o fazer porque, depois do fim do império, ficou sem a escala de mercados em que se baseava o seu modelo de desenvolvimento, e porque, depois da nacionalização dos centros de acumulação de capital privados, ficou sem dispositivos de formação de capital para sustentar as suas necessidades de investimento empresarial. Nesses dois acontecimentos centrais da mudança do regime político, os comunistas portugueses tiveram papel de relevo - mas nem alargaram a escala da economia portuguesa, nem fizeram das empresas públicas centros de acumulação de capital.

Quatro décadas depois, os comunistas portugueses pretendem abandonar o euro e reestruturar a dívida, como se ignorassem que isso destruiria as poupanças que os portugueses aplicaram em títulos de dívida e faria desaparecer dos balanços dos bancos as aplicações em dívida pública portuguesa. Destruídos os últimos vestígios de capital existente em Portugal, não poderia haver recurso ao Banco Central Europeu e não se poderia emitir novos títulos de dívida. Na borda do abismo, seria o passo em frente revolucionário.
 
Este artigo de opinião integra A Mão Visível - Observações sobre as consequências directas e indirectas das políticas para todos os sectores da sociedade e dos efeitos a médio e longo prazo por oposição às realizadas sobre os efeitos imediatos e dirigidas apenas para certos grupos da sociedade.

maovisivel@gmail.com

Joaquim Aguiar
20 de Dezembro de 2016 às 00:01
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