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Virgens ofendidas??!!!
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Virgens ofendidas??!!!
A bem da nação e da paz social que traz os portugueses mais distendidos, por favor, deixem-se da chiadeira de virgens ofendidas! Não é de levar a sério, já se percebeu. Nós temos memória
Muito provavelmente, se soubesse o que sabe hoje, o ministro das Finanças, Mário Centeno, não se tinha metido nesta alhada. Por razões que não são bem conhecidas – pressões internas, externas? –, tentou acomodar as inaceitáveis exigências do então putativo gestor da CGD, que já não o é, e da sua equipa – exercer o cargo de gestor do banco público como de um privado se tratasse –, e ter-se-á visto metido num enredo que tem vindo a esmoer a paciência do mais pintado. Andou mal. Andaram mal o ministro, o primeiro-ministro, o Presidente da República. A oposição, que é como quem diz a direita, é que viu no episódio um filão a explorar até ao esgotamento e não parece disposta a mudar de rumo. Nem lhe convém. Depois de uma série de previsões catastróficas falhadas e da forçada mudança de discurso da Comissão Europeia, a tese do “não há alternativa” saiu gorada: reposição de salários, de pensões, de feriados e etc.; redução do défice, descida do desemprego, criação de emprego, crescimento fraco mas mesmo assim digno de nota, etc. e tal. E impunha-se fazer o máximo ruído, desviar atenções. E é o que está a acontecer. Luta partidária oblige! Nós sabemos.
O país, porém, tem vida para além destas questiúnculas e não há nada como um bom passeio para espairecer. Sair de Braga pela mítica EN103 até à barragem da Venda Nova e de lá dar um salto a Trás-os-Montes, na direção de Salto, precisamente, é fruição garantida. A gaiteira paisagem minhota, seja qual for a época do ano, consegue sempre arrumar novidade: se lhe falta a tradicional verdura, esmera-se na exibição dos acastanhados outoniços, troncos e ramos, em convívio com os pinheiros de agulhas espetadas como que a zombar dos eucaliptos, de folhas cabisbaixas. E vai assim até à Venda Nova, onde umas venerandas coníferas emplumadas nos fazem companhia enquanto o olhar se derrama pela albufeira de águas tranquilas espraiadas quase a perder de vista, resultado das chuvas de janeiro e fevereiro. Uma guinada para entrar na EN311, serra do Barroso fora, e a paisagem transmontana não se faz rogada: são outros os longes e as cores, as penedias e os povoados, esparsos. Se o dia estivesse soalheiro, mesmo sendo inverno, outras seriam as vistas. A chuva, porém, tirou o dia para se estender na serra, e o espetáculo foi surpreendente: flocos de nuvens pousados nas encostas das montanhas e nas faldas dos montes, tudo em ziguezagues de azul violáceo, à porfia com as cascatas que de repente espreitavam por entre as rochas. De Boticas a Pisões, a maior barragem do sistema Cávado-Rabagão, um tule de névoa sempre a pairar. Pelo caminho e nas bordas da imensa albufeira viam-se ranchos de árvores, autóctones, enfeitadas de verde, todas cobertas de líquenes: que graça!
O dia foi-se esbatendo e a volta terminou. Como se vai esbatendo a pachorra para a traquinice dos que andam a brincar às comissões de inquérito e não se vê jeito de quererem terminar. Tudo em nome da verdade?! A bem da nação e da paz social que traz os portugueses mais distendidos, por favor, deixem-se da chiadeira de virgens ofendidas! Não é de levar a sério, já se percebeu. Nós temos memória.
Gestora, Escreve quinzenalmente
22/02/2017
Maria Helena Magalhães
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
Muito provavelmente, se soubesse o que sabe hoje, o ministro das Finanças, Mário Centeno, não se tinha metido nesta alhada. Por razões que não são bem conhecidas – pressões internas, externas? –, tentou acomodar as inaceitáveis exigências do então putativo gestor da CGD, que já não o é, e da sua equipa – exercer o cargo de gestor do banco público como de um privado se tratasse –, e ter-se-á visto metido num enredo que tem vindo a esmoer a paciência do mais pintado. Andou mal. Andaram mal o ministro, o primeiro-ministro, o Presidente da República. A oposição, que é como quem diz a direita, é que viu no episódio um filão a explorar até ao esgotamento e não parece disposta a mudar de rumo. Nem lhe convém. Depois de uma série de previsões catastróficas falhadas e da forçada mudança de discurso da Comissão Europeia, a tese do “não há alternativa” saiu gorada: reposição de salários, de pensões, de feriados e etc.; redução do défice, descida do desemprego, criação de emprego, crescimento fraco mas mesmo assim digno de nota, etc. e tal. E impunha-se fazer o máximo ruído, desviar atenções. E é o que está a acontecer. Luta partidária oblige! Nós sabemos.
O país, porém, tem vida para além destas questiúnculas e não há nada como um bom passeio para espairecer. Sair de Braga pela mítica EN103 até à barragem da Venda Nova e de lá dar um salto a Trás-os-Montes, na direção de Salto, precisamente, é fruição garantida. A gaiteira paisagem minhota, seja qual for a época do ano, consegue sempre arrumar novidade: se lhe falta a tradicional verdura, esmera-se na exibição dos acastanhados outoniços, troncos e ramos, em convívio com os pinheiros de agulhas espetadas como que a zombar dos eucaliptos, de folhas cabisbaixas. E vai assim até à Venda Nova, onde umas venerandas coníferas emplumadas nos fazem companhia enquanto o olhar se derrama pela albufeira de águas tranquilas espraiadas quase a perder de vista, resultado das chuvas de janeiro e fevereiro. Uma guinada para entrar na EN311, serra do Barroso fora, e a paisagem transmontana não se faz rogada: são outros os longes e as cores, as penedias e os povoados, esparsos. Se o dia estivesse soalheiro, mesmo sendo inverno, outras seriam as vistas. A chuva, porém, tirou o dia para se estender na serra, e o espetáculo foi surpreendente: flocos de nuvens pousados nas encostas das montanhas e nas faldas dos montes, tudo em ziguezagues de azul violáceo, à porfia com as cascatas que de repente espreitavam por entre as rochas. De Boticas a Pisões, a maior barragem do sistema Cávado-Rabagão, um tule de névoa sempre a pairar. Pelo caminho e nas bordas da imensa albufeira viam-se ranchos de árvores, autóctones, enfeitadas de verde, todas cobertas de líquenes: que graça!
O dia foi-se esbatendo e a volta terminou. Como se vai esbatendo a pachorra para a traquinice dos que andam a brincar às comissões de inquérito e não se vê jeito de quererem terminar. Tudo em nome da verdade?! A bem da nação e da paz social que traz os portugueses mais distendidos, por favor, deixem-se da chiadeira de virgens ofendidas! Não é de levar a sério, já se percebeu. Nós temos memória.
Gestora, Escreve quinzenalmente
22/02/2017
Maria Helena Magalhães
opiniao@newsplex.pt
Jornal i
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