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O PARAÍSO, as VIRGENS e as BOMBAS
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O PARAÍSO, as VIRGENS e as BOMBAS
Vendo bem, nada de estranho, já que é tal e qual como nós já fazemos na Terra, no ultimo dia do ano, comendo doze passas e pedindo três desejos. Só que eles, com muito mais uvas secas para engolir, devem ter direito a suplicar mais coisas
Descriminação terrorista
Diz a tradição islâmica que os mártires masculinos que morrem em nome de Alá têm direito a setenta e duas virgens no paraíso. Mas se a sacrificada for feminina já só lhes é devido ter um macho à espera no reino dos céus. Diz a tradição, mas não o Alcorão, refira-se em abono da verdade.
E porquê esta discriminação com as mulheres terroristas face aos homens igualmente terroristas? Porque elas não precisam de mais, defendem os orientadores ideológicos. Como a promessa parece muito pouco sedutora, – aliás é ver como são escassas as que se apresentam com esse capricho (o de ir pelos ares), – acrescentam um bónus ao prometido. Lá em cima, afiançam eles, as raparigas não vão ter menstruação. E aqui sim, a motivação já deve ficar outra. Com certeza. E, por isso, de quando em vez, muito mais raramente do que com eles, lá se ouve falar de uma mulher com vontade de explodir. Essas, calcula-se, aderem à causa pela ideia de se poderem livrar do aborrecido e incomodativo período menstrual. Ou, com menor probabilidade, para terem um homem só para elas. Porque, afinal, na Terra têm de fazer fila e não estão para isso.
Bombas enganadoras
Destoando do que até aqui se pensava, os textos dos seguidores de Maomé terão, à época, sido escritos, não só em árabe, mas também em vários dialectos aramaicos. E o problema de interpretação correcta dos ditos advém dos pouco avisados tradutores. Por exemplo, o que em árabe se escreve “hur” e quer dizer “virgem” já em sírio corresponderá a “branca”. Querendo significar, segundo o autor que ultimamente se debruçou com mais detalhe sobre esta matéria, o alemão Christoph Luxenberg, uma espécie de uvas do Porto Santo que, depois de secarem, se transformariam em passas. Nem mais. A ser verdade a teoria imaginam o tremendo desapontamento e revés dos que chegam ao paraíso através do departamento das explosões. À espera de encontrar as castas prometidas e, frustrante desilusão, só têm direito a setenta e duas daquelas frutinhas curadas. Vendo bem, nada de estranho, já que é tal e qual como nós já fazemos na Terra, no ultimo dia do ano, comendo doze passas e pedindo três desejos. Só que eles, com muito mais uvas secas para engolir, devem ter direito a suplicar mais coisas. Pelas minhas contas a dezoito desesperadas encomendas. E não fica difícil adivinhar o que rogariam. Os primeiros dezassete pedidos seriam para que as prometidas virgens aparecessem efectivamente. Mesmo com erros de tradução. E o ultimo, o décimo oitavo, para darem conta da vontade de virem à Terra torcer o pescoço a quem os mandou ir pelos ares a troco, afinal, de umas reles e decepcionantes passinhas.
Requisição pecaminosa
Portugal é dos poucos países que tem mais mulheres do que homens. Ainda bem. Mas a verdade é que não tenho dado conta. Mas isso não interessa agora.
No sentido oposto, nos Emiratos Árabes Unidos, os indivíduos masculinos ultrapassam largamente os do género feminino.
Sabendo das promessas que fazem aos jovens terroristas como prémio pelo sacrifício, – uma vez morrendo têm à espera no paraíso setenta e duas virgens, sendo que aqui “virgens” é pormenor, – pergunto eu, onde irão buscar tanta mulher para oferecer se não as têm?! Que pequenas andam a prometer aos potenciais suicidas? As da vizinhança? Não acredito. Por essas bandas a relação entre machos e fêmeas deve ser semelhante. Então? As estrangeiras! Mas do Ocidente! Só pode. As infiéis pecadoras! O que constitui crime de lesa-pátria. Ou melhor, de lesa-religião. Só que, depois de mortos, os rapazes não respondem em tribunal. Ámen.
JOÃO CUNHA E SILVA / 10 MAR 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
Descriminação terrorista
Diz a tradição islâmica que os mártires masculinos que morrem em nome de Alá têm direito a setenta e duas virgens no paraíso. Mas se a sacrificada for feminina já só lhes é devido ter um macho à espera no reino dos céus. Diz a tradição, mas não o Alcorão, refira-se em abono da verdade.
E porquê esta discriminação com as mulheres terroristas face aos homens igualmente terroristas? Porque elas não precisam de mais, defendem os orientadores ideológicos. Como a promessa parece muito pouco sedutora, – aliás é ver como são escassas as que se apresentam com esse capricho (o de ir pelos ares), – acrescentam um bónus ao prometido. Lá em cima, afiançam eles, as raparigas não vão ter menstruação. E aqui sim, a motivação já deve ficar outra. Com certeza. E, por isso, de quando em vez, muito mais raramente do que com eles, lá se ouve falar de uma mulher com vontade de explodir. Essas, calcula-se, aderem à causa pela ideia de se poderem livrar do aborrecido e incomodativo período menstrual. Ou, com menor probabilidade, para terem um homem só para elas. Porque, afinal, na Terra têm de fazer fila e não estão para isso.
Bombas enganadoras
Destoando do que até aqui se pensava, os textos dos seguidores de Maomé terão, à época, sido escritos, não só em árabe, mas também em vários dialectos aramaicos. E o problema de interpretação correcta dos ditos advém dos pouco avisados tradutores. Por exemplo, o que em árabe se escreve “hur” e quer dizer “virgem” já em sírio corresponderá a “branca”. Querendo significar, segundo o autor que ultimamente se debruçou com mais detalhe sobre esta matéria, o alemão Christoph Luxenberg, uma espécie de uvas do Porto Santo que, depois de secarem, se transformariam em passas. Nem mais. A ser verdade a teoria imaginam o tremendo desapontamento e revés dos que chegam ao paraíso através do departamento das explosões. À espera de encontrar as castas prometidas e, frustrante desilusão, só têm direito a setenta e duas daquelas frutinhas curadas. Vendo bem, nada de estranho, já que é tal e qual como nós já fazemos na Terra, no ultimo dia do ano, comendo doze passas e pedindo três desejos. Só que eles, com muito mais uvas secas para engolir, devem ter direito a suplicar mais coisas. Pelas minhas contas a dezoito desesperadas encomendas. E não fica difícil adivinhar o que rogariam. Os primeiros dezassete pedidos seriam para que as prometidas virgens aparecessem efectivamente. Mesmo com erros de tradução. E o ultimo, o décimo oitavo, para darem conta da vontade de virem à Terra torcer o pescoço a quem os mandou ir pelos ares a troco, afinal, de umas reles e decepcionantes passinhas.
Requisição pecaminosa
Portugal é dos poucos países que tem mais mulheres do que homens. Ainda bem. Mas a verdade é que não tenho dado conta. Mas isso não interessa agora.
No sentido oposto, nos Emiratos Árabes Unidos, os indivíduos masculinos ultrapassam largamente os do género feminino.
Sabendo das promessas que fazem aos jovens terroristas como prémio pelo sacrifício, – uma vez morrendo têm à espera no paraíso setenta e duas virgens, sendo que aqui “virgens” é pormenor, – pergunto eu, onde irão buscar tanta mulher para oferecer se não as têm?! Que pequenas andam a prometer aos potenciais suicidas? As da vizinhança? Não acredito. Por essas bandas a relação entre machos e fêmeas deve ser semelhante. Então? As estrangeiras! Mas do Ocidente! Só pode. As infiéis pecadoras! O que constitui crime de lesa-pátria. Ou melhor, de lesa-religião. Só que, depois de mortos, os rapazes não respondem em tribunal. Ámen.
JOÃO CUNHA E SILVA / 10 MAR 2017 / 02:00 H.
Diário de Notícias da Madeira
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