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Turismo não resolve desemprego
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Turismo não resolve desemprego
A cidade do Porto perde cerca de 3500 habitantes em idade ativa por ano. O fenómeno da perda de população do Porto tem várias dimensões e causas, mas certamente que as dificuldades em encontrar empregos de qualidade serão uma das principais motivações para o abandono da cidade pelos portuenses em idade ativa. Ora, neste domínio, os últimos anos não trouxeram boas notícias.
O INE divulgou no início deste mês de março informação até 2015 sobre o pessoal ao serviço das empresas em Portugal, com detalhe ao nível do município. Aí, é possível verificar que o número de pessoas ao serviço em empresas do concelho do Porto aumentou de 117 903 em 2013 para 119 901 em 2015. Este aumento de 1,7% no emprego das empresas do Porto é claramente inferior ao aumento do emprego no mesmo período nas empresas da Região Norte (6,5%), ou mesmo do país (6,0%), indicando que o emprego no Porto beneficiou menos da retoma da economia portuguesa do que seria desejável e legítimo esperar. O menor dinamismo do emprego no Porto deverá ter continuado em 2016, como se pode concluir dos números do desemprego registado por concelho divulgados pelo IEFP, que revelam que em 2016 o desemprego no Porto caiu apenas 7,9%, quando na Região Norte e no país essa queda foi de 13,1% e 13,2%, respetivamente.
Acresce que, analisado o comportamento do emprego no concelho do Porto por setor de atividade, se constata que os setores diretamente ligados ao turismo, nomeadamente os setores de "alojamento, restauração e similares", "transportes" e "agências de viagem e operadores turísticos" são responsáveis por um aumento de 3106 trabalhadores entre 2013 e 2015, o que é muito maior em termos absolutos que o aumento total do emprego no concelho (mais 1998 trabalhadores), de onde se conclui que fora do setor do turismo o emprego no Porto não aumentou. Pelo contrário, houve uma redução de 1108 trabalhadores nas empresas fora daqueles três setores, uma queda de 1,1% que compara muito desfavoravelmente com o aumento de 6,2% e 5,6% observados na Região Norte e no país, respetivamente, para os mesmos setores.
Os efeitos multiplicadores de arrastamento do crescimento do turismo não se esgotam naqueles três setores, mas abrangem também outras atividades, como o comércio e os serviços de apoio às empresas, por exemplo. Por isso, facilmente se conclui que a criação de emprego no Porto estaria em queda acentuada, se não fosse o aumento do número de turistas e o esforço dos empresários privados da cidade que conseguiram aproveitar as oportunidades geradas por esse aumento. A dependência de uma única fonte de crescimento económico e a tendencial concentração do emprego num único setor deveria ser fonte de preocupação para todos os responsáveis políticos da cidade, quer pelos riscos que acarreta (em caso de reversão dos fluxos turísticos), quer pela redução da diversidade de empregos que origina (nem todos os jovens do Porto estarão à procura de empregos no setor do turismo).
O atual executivo municipal entendeu ignorar o problema, parecendo satisfeito com esta cidade cada vez mais monossetorial. É uma opção errada, que tem de ser revertida rapidamente. Só com uma economia diversificada, que crie emprego em vários setores diferentes, será possível criar uma cidade atrativa para os jovens portuenses qualificados e reverter o processo de desertificação do Porto.
CANDIDATO DO PSD À CÂMARA DO PORTO
Álvaro Almeida
Hoje às 00:01
Jornal de Notícias
O INE divulgou no início deste mês de março informação até 2015 sobre o pessoal ao serviço das empresas em Portugal, com detalhe ao nível do município. Aí, é possível verificar que o número de pessoas ao serviço em empresas do concelho do Porto aumentou de 117 903 em 2013 para 119 901 em 2015. Este aumento de 1,7% no emprego das empresas do Porto é claramente inferior ao aumento do emprego no mesmo período nas empresas da Região Norte (6,5%), ou mesmo do país (6,0%), indicando que o emprego no Porto beneficiou menos da retoma da economia portuguesa do que seria desejável e legítimo esperar. O menor dinamismo do emprego no Porto deverá ter continuado em 2016, como se pode concluir dos números do desemprego registado por concelho divulgados pelo IEFP, que revelam que em 2016 o desemprego no Porto caiu apenas 7,9%, quando na Região Norte e no país essa queda foi de 13,1% e 13,2%, respetivamente.
Acresce que, analisado o comportamento do emprego no concelho do Porto por setor de atividade, se constata que os setores diretamente ligados ao turismo, nomeadamente os setores de "alojamento, restauração e similares", "transportes" e "agências de viagem e operadores turísticos" são responsáveis por um aumento de 3106 trabalhadores entre 2013 e 2015, o que é muito maior em termos absolutos que o aumento total do emprego no concelho (mais 1998 trabalhadores), de onde se conclui que fora do setor do turismo o emprego no Porto não aumentou. Pelo contrário, houve uma redução de 1108 trabalhadores nas empresas fora daqueles três setores, uma queda de 1,1% que compara muito desfavoravelmente com o aumento de 6,2% e 5,6% observados na Região Norte e no país, respetivamente, para os mesmos setores.
Os efeitos multiplicadores de arrastamento do crescimento do turismo não se esgotam naqueles três setores, mas abrangem também outras atividades, como o comércio e os serviços de apoio às empresas, por exemplo. Por isso, facilmente se conclui que a criação de emprego no Porto estaria em queda acentuada, se não fosse o aumento do número de turistas e o esforço dos empresários privados da cidade que conseguiram aproveitar as oportunidades geradas por esse aumento. A dependência de uma única fonte de crescimento económico e a tendencial concentração do emprego num único setor deveria ser fonte de preocupação para todos os responsáveis políticos da cidade, quer pelos riscos que acarreta (em caso de reversão dos fluxos turísticos), quer pela redução da diversidade de empregos que origina (nem todos os jovens do Porto estarão à procura de empregos no setor do turismo).
O atual executivo municipal entendeu ignorar o problema, parecendo satisfeito com esta cidade cada vez mais monossetorial. É uma opção errada, que tem de ser revertida rapidamente. Só com uma economia diversificada, que crie emprego em vários setores diferentes, será possível criar uma cidade atrativa para os jovens portuenses qualificados e reverter o processo de desertificação do Porto.
CANDIDATO DO PSD À CÂMARA DO PORTO
Álvaro Almeida
Hoje às 00:01
Jornal de Notícias
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