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Outra forma de patriotismo
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Outra forma de patriotismo
Por incrível que pareça aos olhos de um patriota, uma parte considerável dos portugueses (nomeadamente das ditas elites da opinião) revela muito mais apreço por uma qualquer empresa desconhecida de uma zona remota do mundo que esteja em Portugal, do que por empresas nascidas e criadas aqui e que, não sendo perfeitas (como nada é), deveriam merecer algum do nosso orgulho, para além do permanente desdém que lhes dedicamos.
Eu também acho que todos os investidores estrangeiros bem intencionados são muito bem-vindos e mais do que necessários ao sucesso de Portugal, mas choca-me o enxovalhamento permanente dos nossos grandes grupos económicos. Estes são normalmente mais reconhecidos no estrangeiro do que no seu próprio país. A nossa banca foi pioneira numa série de coisas de fazer inveja a qualquer país dito mais rico e desenvolvido, mas o que aqui interessa é tão-só um qualquer escândalo, mais ou menos picante. Estamos um passo mais à frente do que os outros no campo das novas energias e das telecomunicações, mas aqui só dedicamos espaço para falar de rendas ou do salário do gestor A ou B. No meio disto, há um caso paradigmático: chama-se Mota Engil. Mantendo uma raiz familiar, este grupo soube reinventar-se e internacionalizar-se em ambiente de crise, tendo uma merecida e enorme reputação além-fronteiras, essencialmente, à custa do seu mérito, know-how e capacidade de diferenciação. Ora, sendo um evidente case study que mereceria aplausos em qualquer país descomplexado com o capitalismo, todos sabemos o tratamento que foi sendo vítima por aqui.
Há um espírito de PREC que teima em não sair do país e que nos continua a condicionar o desenvolvimento económico. E, enquanto um líder comunista não tem vergonha de assumir um desejo de nacionalizações no Século XXI como se estivesse em 1975, aqueles que supostamente deveriam representar um pensamento liberal de direita, vivem num lamentável medo de destacar o papel essencial que muitos grandes grupos privados assumiram e assumem no desenvolvimento do país, na criação de emprego, de riqueza, na inovação e na exportação de know-how para diferentes geografias.
A dinâmica do capitalismo implica que nem sempre tudo corra bem, que por vezes existam abusos ou opções erradas, mas isso são excepções. A regra, que tantas vezes nos obrigam a esquecer, representa um saldo claramente positivo para o país.
É fundamental que continuem a existir grandes grupos económicos portugueses, com capacidade para competir num mundo global. Portanto, não podemos ser permanentemente auto-destrutivos, mas sim os primeiros adeptos das nossas empresas, sejam elas grandes, pequenas ou médias, com nome de família tradicional ou com uma marca mais anglo-saxónica.
Francisco Proença de Carvalho
04/07/14 00:05 h
Económico
Eu também acho que todos os investidores estrangeiros bem intencionados são muito bem-vindos e mais do que necessários ao sucesso de Portugal, mas choca-me o enxovalhamento permanente dos nossos grandes grupos económicos. Estes são normalmente mais reconhecidos no estrangeiro do que no seu próprio país. A nossa banca foi pioneira numa série de coisas de fazer inveja a qualquer país dito mais rico e desenvolvido, mas o que aqui interessa é tão-só um qualquer escândalo, mais ou menos picante. Estamos um passo mais à frente do que os outros no campo das novas energias e das telecomunicações, mas aqui só dedicamos espaço para falar de rendas ou do salário do gestor A ou B. No meio disto, há um caso paradigmático: chama-se Mota Engil. Mantendo uma raiz familiar, este grupo soube reinventar-se e internacionalizar-se em ambiente de crise, tendo uma merecida e enorme reputação além-fronteiras, essencialmente, à custa do seu mérito, know-how e capacidade de diferenciação. Ora, sendo um evidente case study que mereceria aplausos em qualquer país descomplexado com o capitalismo, todos sabemos o tratamento que foi sendo vítima por aqui.
Há um espírito de PREC que teima em não sair do país e que nos continua a condicionar o desenvolvimento económico. E, enquanto um líder comunista não tem vergonha de assumir um desejo de nacionalizações no Século XXI como se estivesse em 1975, aqueles que supostamente deveriam representar um pensamento liberal de direita, vivem num lamentável medo de destacar o papel essencial que muitos grandes grupos privados assumiram e assumem no desenvolvimento do país, na criação de emprego, de riqueza, na inovação e na exportação de know-how para diferentes geografias.
A dinâmica do capitalismo implica que nem sempre tudo corra bem, que por vezes existam abusos ou opções erradas, mas isso são excepções. A regra, que tantas vezes nos obrigam a esquecer, representa um saldo claramente positivo para o país.
É fundamental que continuem a existir grandes grupos económicos portugueses, com capacidade para competir num mundo global. Portanto, não podemos ser permanentemente auto-destrutivos, mas sim os primeiros adeptos das nossas empresas, sejam elas grandes, pequenas ou médias, com nome de família tradicional ou com uma marca mais anglo-saxónica.
Francisco Proença de Carvalho
04/07/14 00:05 h
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