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A desmoralização dos costumes políticos
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A desmoralização dos costumes políticos
"A parlamentarização dos últimos vinte anos tem absorvido completamente no espírito dos nossos estadistas o tempo que deveria ser consagrado à direcção dos serviços públicos.
A educação nacional, na parte em que o Estado nela intervém, nunca desceu mais baixo.
As mais graves questões relativas à lavoura, à indústria, ao comércio, não estão resolvidas nem estudadas.
O imposto aumenta de ano para ano numa progressão insustentável.
Finalmente, a desmoralização dos costumes políticos chegou a uma impudência que escandaliza os mais latitudinários, inficionando, mais ou menos profundamente, pela infiltração do seu vírus, todas as camadas sociais, desde as mais altas até às mais humildes.
Está-se perdendo de todo na sociedade portuguesa o amor ao trabalho, o espírito de aplicação, o zelo profissional, a paciência, a perseverança, a lenta economia.
Tudo se faz à pressa, atabalhoadamente. São mal feitas as leis, são mal feitos os prédios [...] Já não há, para o que quer que seja, nem bons discípulos nem bons mestres. Garante-se que se está num período de transição, que tudo se vai transformar amanhã, ou depois, porque, evidentemente, isto não pode continuar assim.
E todos estamos mais ou menos à espera, inquietos, nervosos, vagamente nostálgicos, desapegados de tudo, imobilizados para todo o trabalho sério por essa paralisação terrível da vontade, que cada um traduz pela frase:
'Não vale a pena.'"
A vida política portuguesa parece ser uma fatalidade. É uma cansativa repetição. O texto que acabo de transcrever foi escrito por Ramalho Ortigão em Outubro de 1890 e intitula-se "A Última Crise".
Já há cem anos a crise, meus amigos, dominava este pobre país.
E hoje, de crise em crise, Portugal enquista-se pelas mãos da classe política que repete os seus erros, as suas limitações, o seu provincianismo, a sua ignorância, mas sobretudo a sua arrogância.
Jornalista
Por Mário Dias Ramos
publicado em 12 Ago 2014 - 05:00
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