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Cidade inteira está a ser construída para salvar outra das alterações climáticas
Olhar Sines no Futuro :: Categoria :: Mundo :: África
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Cidade inteira está a ser construída para salvar outra das alterações climáticas
Em breve, a Nigéria vai superar a África do Sul e tornar-se na maior economia de África, graças ao petróleo. No entanto, o país enfrenta muitos problemas comuns nesta época de alterações climáticas: o aumento do nível do mar, seca e inundações devastadoras. Agora, a sua cidade costeira de Lagos – a segunda maior do continente – vai fazer de tudo para se proteger, tanto ambientalmente como financeiramente.
O objectivo: construir uma cidade inteiramente nova, do tamanho de Manhattan, entre Lagos e o oceano.
A Eko Atlantic é um projecto multibilionário que promete proteger contra a erosão marinha, «transforma[ndo] terrenos perdidos para o mar numa cidade costeira que será uma das maravilhas do século XXI».
Ela também quer ser o catalisador económico que elevará Lagos à categoria de uma megacidade global, tornando-se o «novo epicentro financeiro de África Ocidental até ao ano 2020».
Mas, no Guardian, Martin Lukacs diz que a Eko Atlantic é um «apartheid climático», e construído por «capitalistas do desastre» – pessoas interessadas em ganhar dinheiro a partir de catástrofes.
Segundo ele, esses investidores estão a usar a ameaça das alterações climáticas para construir basicamente um cidade fechada e financeiramente inacessível, que só vai «salvar» quem mora lá:
«A Eko Atlantic é onde pode começar a ver um possível futuro: uma visão de enclaves verdes e privatizados para os ultra-ricos, cercados por favelas com falta de água ou electricidade, onde pessoas disputam por recursos escassos e abrigam-se das próximas inundações e tempestades.
Protegidos por guardas, armas e uma barreira intransponível – o preço dos imóveis – os ricos vão proteger-se das marés crescentes de pobreza e do mar. Um mundo onde os ricos e poderosos exploram a crise ecológica global para ampliar e consolidar as desigualdades já extremas e se isolar dos seus impactos – isto é apartheid climático.
A construtora já está a terminar a ilha artificial na qual ficará a cidade, incluindo um paredão com cerca de quase 3 km apelidado de «Grande Muralha de Lagos». É um dos maiores projectos de engenharia civil no mundo.»
O site oficial da Eko Atlantic promete uma comunidade onde se pode caminhar, com torres de escritórios, parques e restaurantes ao ar livre. Há uma marina que lembra Miami Vice. A «espetacular avenida central…semelhante em tamanho aos Champs-Élysées em Paris, ou à Quinta Avenida em Nova Iorque» vai cruzá-la no centro. Haverá habitação para 250 mil moradores, e emprego para mais de 150 mil.
Não está claro, no entanto, quem exactamente serão esses moradores. Afinal, muitos cidadãos de Lagos – cerca de 70% da população – moram em locais como a favela Makoko. Ali, cerca de 100 mil pessoas moram em barcos e casas numa lagoa, a cerca de 1,5 km da Eko Atlantic. Parte desta favela e de outras comunidades semelhantes já foram demolidas ou forçadas a mudar-se devido ao projecto. Alguns afirmam que a construção e dragagem da Eko Atlantic até intensificou as ondas do mar para esses bairros flutuantes.
Uma ilha-barreira provavelmente ajudaria a proteger Lagos de uma tempestade, mas essa ideia em particular – projectada para milionários e suas corporações – parece bem insensível para resolver as questões maiores em torno da mudança climática e da desigualdade em Lagos.
A Eko Atlantic promete ajudar a atrair mais atenção para esta região metropolitana, criando uma nova superpotência financeira. E isso provavelmente vai acontecer: a Eko Atlantic deve ser erguida ao longo da próxima década, com as suas torres cheias de investidores para apostar na economia em crescimento, enquanto o resto de Lagos submerge lentamente ao redor.
Fonte: Diario Digital
O objectivo: construir uma cidade inteiramente nova, do tamanho de Manhattan, entre Lagos e o oceano.
A Eko Atlantic é um projecto multibilionário que promete proteger contra a erosão marinha, «transforma[ndo] terrenos perdidos para o mar numa cidade costeira que será uma das maravilhas do século XXI».
Ela também quer ser o catalisador económico que elevará Lagos à categoria de uma megacidade global, tornando-se o «novo epicentro financeiro de África Ocidental até ao ano 2020».
Mas, no Guardian, Martin Lukacs diz que a Eko Atlantic é um «apartheid climático», e construído por «capitalistas do desastre» – pessoas interessadas em ganhar dinheiro a partir de catástrofes.
Segundo ele, esses investidores estão a usar a ameaça das alterações climáticas para construir basicamente um cidade fechada e financeiramente inacessível, que só vai «salvar» quem mora lá:
«A Eko Atlantic é onde pode começar a ver um possível futuro: uma visão de enclaves verdes e privatizados para os ultra-ricos, cercados por favelas com falta de água ou electricidade, onde pessoas disputam por recursos escassos e abrigam-se das próximas inundações e tempestades.
Protegidos por guardas, armas e uma barreira intransponível – o preço dos imóveis – os ricos vão proteger-se das marés crescentes de pobreza e do mar. Um mundo onde os ricos e poderosos exploram a crise ecológica global para ampliar e consolidar as desigualdades já extremas e se isolar dos seus impactos – isto é apartheid climático.
A construtora já está a terminar a ilha artificial na qual ficará a cidade, incluindo um paredão com cerca de quase 3 km apelidado de «Grande Muralha de Lagos». É um dos maiores projectos de engenharia civil no mundo.»
O site oficial da Eko Atlantic promete uma comunidade onde se pode caminhar, com torres de escritórios, parques e restaurantes ao ar livre. Há uma marina que lembra Miami Vice. A «espetacular avenida central…semelhante em tamanho aos Champs-Élysées em Paris, ou à Quinta Avenida em Nova Iorque» vai cruzá-la no centro. Haverá habitação para 250 mil moradores, e emprego para mais de 150 mil.
Não está claro, no entanto, quem exactamente serão esses moradores. Afinal, muitos cidadãos de Lagos – cerca de 70% da população – moram em locais como a favela Makoko. Ali, cerca de 100 mil pessoas moram em barcos e casas numa lagoa, a cerca de 1,5 km da Eko Atlantic. Parte desta favela e de outras comunidades semelhantes já foram demolidas ou forçadas a mudar-se devido ao projecto. Alguns afirmam que a construção e dragagem da Eko Atlantic até intensificou as ondas do mar para esses bairros flutuantes.
Uma ilha-barreira provavelmente ajudaria a proteger Lagos de uma tempestade, mas essa ideia em particular – projectada para milionários e suas corporações – parece bem insensível para resolver as questões maiores em torno da mudança climática e da desigualdade em Lagos.
A Eko Atlantic promete ajudar a atrair mais atenção para esta região metropolitana, criando uma nova superpotência financeira. E isso provavelmente vai acontecer: a Eko Atlantic deve ser erguida ao longo da próxima década, com as suas torres cheias de investidores para apostar na economia em crescimento, enquanto o resto de Lagos submerge lentamente ao redor.
Fonte: Diario Digital
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