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O terrorismo em perspectiva económica

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O terrorismo em perspectiva económica Empty O terrorismo em perspectiva económica

Mensagem por Admin Qui Jan 22, 2015 1:11 pm

O terrorismo em perspectiva económica Sandromendonca-1ded

O espaço noticioso foi recentemente esmagado pela questão do terrorismo. De acordo com o  Barómetro de Jornalismo do ISCTE-IUL ,  a antena de pesquisa que neste momento processa milhares de peças do espaço mediático de língua portuguesa, 37% das manchetes na semana de 10 a 16 de Janeiro foram dedicadas ao tema dos atentados de Paris. 

Contudo, à medida que o tempo passa o fenómeno merece um tratamento mais profundo. Há facetas menos óbvias do terrorismo. Uma delas é a dimensão económica. As interacções entre o terrorismo e a economia são múltiplas. O terrorismo tem consequências económicas, mas também terá as sua quota-parte de causas económicas. Comecemos com um pequeno apontamento da histórica para colocar a questão em perspectiva.

O terrorismo nos primórdios da imprensa económica 

A revista  The Economist  é um órgão pioneiro de imprensa no segmento económico. É uma revista antiga e de qualidade. Por isso é interessante ver como o termo "terrorismo" surgiu pela primeira vez neste tipo de jornalismo. Descobrimos, assim, que os relatos sobre terrorismo na imprensa económica têm uma longa data. 

A primeira menção ao terrorismo ocorre ainda no primeiro ano de publicação da revista The Economist. Saiu no seu número 4, publicado a 16 de Setembro do ano 1843 (página 41). A notícia referia-se ao País de Gales e à instabilidade que reportadamente lá se vivia. O estado de espírito nessa região do Reino Unido era conturbado devido aos frequentes "actos de incendiarismo" e ao clima geral de "terrorismo que prevalece". A peça na revista fala ainda que, na altura, isso levava muitos a falarem da necessidade de  por lá se "levantar a lei marcial". 

Outro exemplo, agora de 1845 (nº 98, 12 Julho, p.655). Um artigo sobre a Irlanda referia-se ao "estado de terrorismo" que se vivia na Irlanda (do Norte, no Ulster), na sequência de uma série de eventos: "os mais alarmantes até aqui vividos". Alguns terratenentes tinham inclusivamente fugido para Dublin depois de um conjunto de perturbações que a revista referia mas não explicava com detalhe.

É importante reter alguns pontos. Para começar as notícias cobrem regiões periféricas muito pobres da coroa britânica e províncias quase-coloniais de gente branca e de olhos azuis. Estes eram também tempos de crise, maus anos agrícolas e muita fome. Entre 1839 e 1843 houve uma série de revoltas por parte de trabalhadores rurais e pequenos agricultores. O primeiro factor por trás destes protestos era o elevado nível de impostos e uma percepção generalizada de subjugação e exploração por parte de aristocratas locais privilegiados e de um governo central incompetente e negligente. Os actos de violência acabaram por ter como resposta o envio de tropas e um reforço da presença dos interesses centrais defensores da manutenção do "status quo".

Ou seja, os protagonistas do "terrorismo" vão variando assim como o significado da própria palavra. Porém, nem sempre as respostas ao "terrorismo" variam da mesma maneira.

O terrorismo na análise económica actual 

A  literatura  económica contemporânea define terrorismo como "o uso premeditado ou a ameaça de uso de violência por indivíduos ou grupos para alcançarem objectivos políticos ou sociais através da intimidação de grandes públicos para além do ataque levado a cabo às vítimas imediatas."

Das notícias do século 19 sabemos que os motivos podem ser económicos também; e das notícias do século 21 sabemos que os grupos podem ser transnacionais. O terrorismo é portanto uma arma comunicacional que é usada por actores que produzem "males" e "desserviços" com fins estratégicos. O terrorismo é uma resolução especialmente dramática do problema meios-fins: um instrumento sujo de quem dispõe de recursos escassos quando comparados com as suas ambições e, sobretudo, com os recursos do sistema que procuram derrubar.

A linguagem económica é interessante aqui porque permite uma aproximação racional ao problema ( ver este livro por volta da página 290 ). A própria OCDE tem levado a cabo diversos estudos  nesta perspectiva . Sobre as causas do terrorismo vários trabalhos baseados em análise de dados têm ligado os padrões duradouros de violência terrorista à  falta de desenvolvimento económico (desemprego, desigualdade, etc.)  e à ausência de representação política legítima ( interferência estrangeira, descriminação por razões não-políticas, etc. ). Ninguem está a dizer que quaisquer destes determinantes "justifica" o terrorismo: está-se simplemente a descobrir evidência que os identifica como "preditores" de terrorismo.

Um emprego sensato e desapaixonado da análise económica é ainda útil por outra razão. Faz ver que o emprego de respostas convencionais é altamente problemático. Por exemplo, prender um potencial terrorista vai colocá-lo em contacto com outros presos que se sentem desenraizados e permitir recrutar ainda mais efectivos. Outro exemplo, assassinar e matar terroristas pode torná-los mártires, o que pode ser um incentivo e não um custo dissuasor para os próprios. Ou seja, algumas respostas ao terrorismo podem efectivamente re-alimentá-lo.

É altura de um cáculo custo-benefício abrangente nas políticas até aqui seguidas. Certamente tem havido algo de profundamente problemático nelas pois os riscos não param de aumentar. 

Colocar as respostas perante o espelho 

No fundo, a análise económica quando aplicada a este assunto-desafio pode ajudar a questionar atitudes simplistas ou demagógicas. Mais gasolina para a fogueira não resolve o problema. Uma análise económica consistente é também uma agenda de trabalho que procura perceber a cadeia de abastecimentos materiais aos terroristas, a sua facilidade em movimentar fundos financeiros e lavar dinheiro, etc. 

Uma análise fria de economia política tem também de desmontar a falácia que se refere ao terrorismo como um choque  entre os "valores ocidentais" e os "outros". É obviamente preciso perceber que o "Ocidente" não tem comportamentos exemplares. Os custos destes comportamentos são grandes. E grande parte deles são custos de carácter.

O  programa de tortura levado a cabo pela CIA  é um exemplo de grave contradição de valores. O ataque ao informático Edward Snowden que denunciou o  programa massivo de ciber-espionagem a cidadãos ocidentais inocentes  é outro péssimo exemplo. A  utilização de técnicas perigosas de controlo de manifestações civis  e  uma tendência de militarização policial  é outros graves exemplos. O apoio a Estados religiosos aliados que ainda empregam meios medievais como  decapitações públicas  e  chicotadas  são ainda outros estarrecedores exemplos.

Daí ser importante que o Presidente Obama refira  o problema da tortura e dos drones no seu discurso  sobre o Estado da Nação. Daí ser importante também o que disse o Primeiro Ministro Manuel Valls ao afirmar que  a França tem de parar de empurrar as suas minorias para becos sem saída e abordar as razões que têm apartado as comunidades imigrantes do resto da população .

Tudo isto tem ferido os direitos humanos, o direito à privacidade, a liberdade de associação, o Estado de direito democrático, etc., etc. E tudo isto são os "valores" dos quais a propaganda "ocidental" tanto se gaba. Sim, sempre "propaganda": todos os actores geo-políticos Estatais e não-Estatais usam propaganda como um recurso para alcançar resultados. Esta época parece mesmo um "Choque de Propagandas", e não tanto um choque de civilizações.

Os valores ocidentais estão sobretudo sob ataque no próprio ocidente por parte de actores ocidentais. A política do medo deve ser rejeitada em todo o lado. E a arrogância moral é uma má conselheira. Políticas reflexivas são necessárias.

Sandro Mendonça |
7:00 Quinta feira, 22 de janeiro de 2015
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