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Pequenos e com fachada para o que se quiser
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Pequenos e com fachada para o que se quiser
Já nem sequer é necessário partido, substitui-se por movimentos e associações que revivificam entre si sempre com os mesmos personagens
Em democracia a esquerda e todos os que lutam contra as injustiças sociais, a miséria e o preconceito, pela liberdade, em defesa de direitos civis robustecidos numa cultura de responsabilidade, uma cidadania evoluída é a que assenta a legitimidade dos direitos na normalidade dos deveres, têm de enfrentar um paradoxo:
Sendo o objectivo acabar com a desigualdade e os factores de alienação que na sociedade impedem que muitos homens e mulheres estejam conscientes da sua condição de explorados, simultaneamente necessita de conseguir ser votada pelos mesmos explorados, alienados e submetidos ao pensamento do poder dominante.
Os humilhados e excluídos, os trabalhadores ameaçados com o desemprego e com a diminuição de salários, o idoso extorquido na sua reforma e abandonado na doença, o jovem precário, todos aqueles para quem a esquerda organizada existe e a quem se dirige, nem sempre são cidadãos suficientemente esclarecidos, ou procuram uma informação que não seja manipulada ou parcial.
Têm muitas vezes interesses pessoais e percursos contraditórios, guardam preconceitos, possuem hábitos e fé religiosa conservadora, um sentimento xenófobo de pátria, e muitas vezes idolatram o poderoso da mesma forma que são intransigentes com os que estão ao seu lado.
Porém, todos estes cidadãos são indispensáveis à construção de uma maioria política, com todos eles há que ser capaz de criar um consenso sustentado numa estratégia racional e pragmática que garanta uma mudança das coisas, onde todos se sintam parte, agentes e promotores de transformação.
De momento, do que se trata é de construir uma sociedade mais igualitária num país decente e que funcione.
Mas para que isso seja um elemento agregador de todos os que hoje estão sem esperança, desiludidos e sem referências é indispensável a força mobilizadora do exemplo.
Esse exemplo, a extrema-esquerda em Portugal não está a ser capaz de o dar.
O seu drama é jogar tudo na retórica e no dispositivo mediático. Aparentemente não percebe que por si só isso não faz uma força política credível nem ganha a confiança dos cidadãos.
Na melhor das hipóteses garante uns lugares na política, serve umas traficâncias e alivia ansiedades de protagonismo e síndromas de esquecimento. Para eles a acção política está reduzida ao mínimo esforço e obrigação legal.
A impaciência, o desespero e o logro de atingir um objectivo sem um trabalho continuado eventualmente demorado, esta tendência para substituir a acção pela discussão e o trabalho pelo falatório, articular sobre as aparências iludindo assim a sua real incapacidade de organização e de acção, são traços naturais de uma esquerda desbotada a fingir que é extrema.
Já nem sequer é necessário partido, substitui-se por movimentos e associações que revivificam entre si sempre com os mesmos personagens que transformam a política em evangelismo televisivo e no circuito pelos jornais, sonhando nunca ter de passar à acção.
Esperam que a notoriedade do canal, a retórica populista e o desespero dos tempos seja suficiente para os arrastar em onda até uma cadeira no poder.
Substituem o acto político pela ficção, falam em rede, sustentam-se da imprensa e teatralizam iluminados momentos de oposição. São professores da coisa política e oferecem-se em público para preencher o número necessário.
Digamos que não são propriamente novidade. São a versão light e actualizada de uns pequenos burgueses de fachada... para qualquer lado.
Consultor de comunicação
Escreve às quintas-feiras
Por Artur Pereira
publicado em 5 Mar 2015 - 08:00
Jornal i
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