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Um pouco mais de sal
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Um pouco mais de sal
O Presidente da República fez o que devia: anunciou com tempo que não há espaço para recuos, não viabilizará qualquer governo minoritário por mais acordos parlamentares que lhe assegurem. Cavaco Silva tem razão. O país não pode fugir de um governo de maioria absoluta, o mundo transformou-se numa máquina complexa que retira a possibilidade de a política ser um confronto diário de ideias. É o preço a pagar para a sobrevivência da nossa periférica pequenez, a brutal e gloriosa ditadura dos mercados destruirá quaisquer veleidades mais delirantes. É o que é.
A constatação traz um problema grave. O Partido Socialista e a coligação liderada por Passos Coelho não ganharão com maioria absoluta. A realidade obrigará os partidos a uma ginástica pouco comum, quem ganhar poderá precisar dos perdedores para formar governo. Se António Costa fizer regressar o PS ao poder, olhará em primeiro lugar para a percentagem de votos do Livre, de Rui Tavares. Se esta for suficiente, resolve o problema. Se não for, tem um par de alternativas: um acordo com o CDS ou com o PSD em que Portas e Passos terão de oferecer a vez a outros. Na linha de sucessão para a viabilização de um governo, Luís Montenegro e Jorge Moreira da Silva são hipóteses credíveis no PSD; e Assunção Cristas e Nuno Melo são as alternativas possíveis a Portas. A ideia de ver Costa coligar-se com as duas figuras principais do governo de coligação é simplesmente absurda.
Se Passos Coelho ganhar as eleições, o que passou a ser surpreendentemente possível, terá de governar com um PS esfrangalhado e sem a liderança de António Costa que, perdendo as legislativas, sairá pela porta dos fundos sem honra ou glória. Nesse cenário, Francisco Assis é o parceiro preferido do centro-direita e será bastante provável que regresse a Lisboa e gaste uma semana a receber militantes arrependidos e em miserável pranto.
Uma segunda palavra, para as estratégias. A força de Passos Coelho é a da previsibilidade, escrever novos livros com ideias originais é para escritores ou lunáticos. Acredita que deve ser repetitivo, que não deve assustar o país com sonhos ou melancolias. Já a força de António Costa terá de ser a contrária, mostrar que é desejável que se escreva um novo livro, explicar que as ideias novas permitirão um novo impulso, que não há motivo para alarme ou para o medo pois tudo ficará melhor. Num certo sentido os dois fazem um esforço para que o país não se assuste - Passos por acreditar que Portugal o premiará (agora ou no futuro por serviços à Pátria), Costa por achar que falar da escrita de um novo livro o aproximará dos delírios de José Sócrates. Um quer continuar a escrever um livro chato, enfadonho e previsível. O outro quer escrever um novo livro, mas deseja que os portugueses saibam que esse novo livro será tão chato, enfadonho e previsível como o de Passos Coelho. Precisamos de um pouco mais de sal. E de um pouco mais de paixão, à direita e à esquerda.
luis.osorio@sol.pt
Luís Osório | 27/07/2015 16:51
SOL
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