Marinha aposta na prevenção para combater poluição no mar

por **Admin** Ter Mar 25, 2014 12:27 pm

[url=http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot02.asp?url=rtmp://video-fm.tvciencia.pt/vod/&video=n3480.mp4&tit=Marinha aposta na preven%E7%E3o para combater polui%E7%E3o no mar]http://www.tvciencia.pt/tvcnot/pagnot/tvcnot02.asp?url=rtmp://video-fm.tvciencia.pt/vod/&video=n3480.mp4&tit=Marinha%20aposta%20na%20preven%E7%E3o%20para%20combater%20polui%E7%E3o%20no%20mar[/url]

Marinha possui meios de combate à poluição no mar junto à costa, mas para derrames de grande dimensão ou em alto mar necessita de recorrer à cooperação internacional. Em cooperação com universidades e empresas estão a ser desenvolvidos veículos aéreos não tripulados para monitorização de derrames.

Derrames de poluentes no mar constituem um perigo para o ambiente e têm em alguns casos consequências dramáticas para os ecossistemas e para a economia dos países. Para poder avaliar a capacidade de meios e a resposta dos serviços da Marinha a uma situação de derrames de poluentes no mar, em especial junto à costa, o Ministro da Defesa Nacional, Pedro Aguiar Branco, acompanhado de Berta Cabral, Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional, assistem a uma demonstração da Autoridade Marítima Nacional dos meios disponíveis para o Combate à Poluição no Mar.

Na ocasião, José Pedro Aguiar-Branco adiantou que «a proteção ambiental é um elemento fundamental na estratégia do mar e aquilo que tem a ver com as capacidades que temos de dispor para isoladamente enquanto país, ou em articulação com outros países, para situações mais graves de combate à poluição é fundamental e está na ordem do dia».

Marinha aposta na prevenção para combater poluição no mar FTT0189P

Direção de Combate à Poluição do Mar apresenta dispositivo de intervenção em Tróia
© TV Ciência

Pelo que, nas instalações do Ponto de Apoio Naval de Tróia «podemos verificar vários equipamentos, técnicas de atuação, a vigilância, prevenção e resposta. E como é óbvio são sempre necessidades que são precisas de ser acrescidas e é por isso que nós estamos aqui a fazer no terreno uma avaliação», acrescentou.

Para esta demonstração foram utilizadas pipocas para simular um derrame de hidrocarbonetos. Derrames que ocorrem em alguns casos nas zonas portuárias durante operações de embarque e desembarque de combustíveis.

Para além de um ato considerado ilícito, e por isso punível, a atuação da Marinha no Combate à Poluição vai no sentido de minimizar os efeitos negativos do derrame.

Costa Campos, Diretor da Direcção de Combate à Poluição do Mar explicou que «o impacto de um derrame por hidrocarbonetos nas zonas costeiras afeta determinantemente e tem muitos aspetos negativos em termos da economia», pelo que «há que preservar os nossos recursos naturais, os recursos piscícolas, as próprias praias, há muitas zonas sensíveis como aquaculturas que têm de ser devidamente protegidas».

O Diretor explicou que em caso de «ocorrência de um derrame por hidrocarbonetos teria um impacto muito negativo na economia local ou mesmo em termos de economia nacional».

A Marinha, através da Direção de Combate à Poluição do Mar, tem vindo a atuar em diversas situações, desempenhando um papel imprescindível na proteção do ecossistema marítimo. Para isso, possui recursos posicionados em diversos locais para uma melhor e mais rápida intervenção no caso de pequenos derrames.

«Se tivermos que dar uma resposta ao nível local e regional temos valências distribuídas ao longo do país, temos cinco bases logísticas no Departamento Marítimo do Norte, do Centro, do Sul, Madeira e Açores», adiantou Costa Campos.

O Diretor disse ainda que com «o equipamento e dispositivos que temos montados para fazer face a esses derrames por hidrocarbonetos conseguimos conter manchas de poluição que não sejam muito extensas, pequenos derrames, ou mesmo em zonas de estuário ou zonas de trechos de rios navegáveis temos condições para fazer esse combate à poluição».

No caso de um derrame em alto mar ou em situação de grandes dimensões, a Marinha conta com o apoio da Agência Europeia de Segurança Marítima. «Nesses casos, contamos a cooperação internacional, contamos com navios que estão fretados pela Agência Europeia de Segurança Marítima e que estão pré posicionados ao longo da costa na União Europeia», afirmou.

Costa Campos explicou que existe em Sines «um navio dessa rede que em caso de necessidade é ativado, ou seja, é solicitada a sua colaboração e como está preparado para dar resposta com capacidades acrescidas» em caso de necessidade «teremos de nos socorrer dessa rede que é gerida pela Agência Europeia de Segurança Marítima».

Marinha aposta na prevenção para combater poluição no mar FTT0188P

José Pedro Aguiar-Branco, Ministro da Defesa Nacional e Berta Cabral,
Secretária de Estado Adjunta e da Defesa Nacional assistem a exercício
© TV Ciência

A Agência Europeia, com sede em Lisboa, desempenha um papel importante ao fornecer imagens por satélite de localização de possíveis derrames. Na costa portuguesa entre 2011 e 2013 foram detetadas 142 incidências, mas apenas oito foram verificadas.

«O diferencial nessa matéria prende-se essencialmente com a capacidade de projetar meios aos locais para fazer face, para confirmar ou não da veracidade dessa deteção que foi feita pelo satélite», explicou Costa Campos.

O Diretor assumiu que «face à extensão das águas sob jurisdição nacional, existe alguma dificuldade em projetar meios porque ficaria muito oneroso e muitas vezes por meio de um navio, às vezes, está-se no local e não se consegue ter a perceção. Portanto, os principais meios para fazer esse tipo de confirmação da mancha poluente até seriam os meios aéreos mas face aos custos que estão envolvidos e face à probabilidade de ser ou não um derrame elevado, muitas vezes não são verificados», afirmou.

Uma situação que a Direção de Combate à Poluição do Mar pretende ver melhorada e para isso está trabalhar com a Universidade do Porto e a empresa portuguesa Tekever.

«Temos trabalhado no âmbito de alguns projetos com Universidades e empresas portuguesas no sentido de podermos desenvolver meios aéreos não tripulados (UAVs) que possamos projetar para esses locais por modo que de uma forma mais económica poderem ser confirmados se existe realmente um derrame por hidrocarboneto ou não, porque nem sempre aquilo que nos chega da informação por satélite se vem a confirmar como sendo hidrocarboneto», explicou o Diretor da Agência de Combate à Poluição no Mar.

Costa Campos avançou ainda que «os UAVs são meios que permitem a recolha de imagem georreferenciada e que poderá fazer prova em caso de atos ilícitos que venham a ser identificados no âmbito de derrames por hidrocarbonetos».

Para o Ministro da Defesa Nacional o combate à poluição no mar tem de ser sobretudo preventivo, utilizando uma fiscalização punitiva que desincentive atentados ao ambiente.

Neste Sentido, José Pedro Aguiar-Branco explicou que «significa que aquilo que é importante é que podemos atacar a nível do controlo, fiscalização e punição por via da contraordenação desses atos de poluição, temos essa capacidade para o fazer e depois como não são suficientemente graves o nível ataque em termos de equipamento não é tão necessário. Diria que funciona quase como uma situação preventiva, inibidora de outras situações que poderiam ser mais graves».

E desde 2000 foram já aplicadas coimas no valor total de 2 milhões de euros por atos ilícitos de poluição nas águas sob jurisdição nacional.

25-03-2014 10:51
	Jornalista: Lúcia Vinheiras Alves / Imagem e Edição: António Manuel TV CIÊNCIA

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