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A música de Crato
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A música de Crato
Reconhecer um erro e voltar atrás é dos gestos mais meritórios que podemos ter na vida. Na política também. Foi isso que Nuno Crato fez. O ministro da Educação ouviu os protestos, recebeu centenas de cartas de professores e de pais, e recuou. Se não o fizesse, ficaria na história como o titular da pasta da Educação que tinha acabado com o ensino democrático da música, a que todos os jovens, ricos ou pobres, têm acesso. Ontem, o ministro veio anunciar um reforço de quatro milhões de euros para o ensino especializado da música ministrado pelos conservatórios aos estudantes das escolas públicas.
As eleições estão à porta. Há uma semana, numa agitada reunião, onde os pais de dezenas de alunos foram avisados pela direção de uma escola de música da falta de verba para assegurar a continuação de todos os pequenos músicos, vários encarregados de educação, sentados na assembleia, questionavam: "Como é que fazem isto em plena campanha eleitoral?". Um país pobre precisa de pão, não de cultura. A cultura é luxo, uma "gordura". Terá sido isto, por certo, o que o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas argumentou quando decidiu os cortes no financiamento ao ensino artístico. Acabaria por perceber o erro e está a tentar emendá-lo.
Nuno Crato não disse, todavia, de que forma esse reforço será concretizado. As aulas entretanto começaram e há crianças a que foi vedado o acesso à aprendizagem musical. Sem financiamento, as escolas fizeram uma opção: apoiar os que tinham iniciado o percurso de aprendizagem e não abrir turmas do 5.º ano de escolaridade para o ensino articulado. Os pais com capacidade de dispor de 200 euros mensais para pagar à escola terão os seus filhos na música, os restantes veem o percurso interrompido. Será difícil, com o ano letivo a funcionar normalmente, criar novas turmas para estes estudantes - têm uma carga horária e disciplinas, como se sabe, diferentes dos outros.
A decisão de Crato terá pelo menos uma virtude. Se, até agora, a música era comparticipada por verbas provenientes de fundos europeus, doravante, segundo o anúncio feito ontem, virão do Orçamento do Estado. E isso é, desde já, o assumir de um compromisso.
22.09.2015
PAULA FERREIRA
Jornal de Notícias
As eleições estão à porta. Há uma semana, numa agitada reunião, onde os pais de dezenas de alunos foram avisados pela direção de uma escola de música da falta de verba para assegurar a continuação de todos os pequenos músicos, vários encarregados de educação, sentados na assembleia, questionavam: "Como é que fazem isto em plena campanha eleitoral?". Um país pobre precisa de pão, não de cultura. A cultura é luxo, uma "gordura". Terá sido isto, por certo, o que o Governo de Passos Coelho e Paulo Portas argumentou quando decidiu os cortes no financiamento ao ensino artístico. Acabaria por perceber o erro e está a tentar emendá-lo.
Nuno Crato não disse, todavia, de que forma esse reforço será concretizado. As aulas entretanto começaram e há crianças a que foi vedado o acesso à aprendizagem musical. Sem financiamento, as escolas fizeram uma opção: apoiar os que tinham iniciado o percurso de aprendizagem e não abrir turmas do 5.º ano de escolaridade para o ensino articulado. Os pais com capacidade de dispor de 200 euros mensais para pagar à escola terão os seus filhos na música, os restantes veem o percurso interrompido. Será difícil, com o ano letivo a funcionar normalmente, criar novas turmas para estes estudantes - têm uma carga horária e disciplinas, como se sabe, diferentes dos outros.
A decisão de Crato terá pelo menos uma virtude. Se, até agora, a música era comparticipada por verbas provenientes de fundos europeus, doravante, segundo o anúncio feito ontem, virão do Orçamento do Estado. E isso é, desde já, o assumir de um compromisso.
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