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A verdade
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A verdade
“Parece ser no anonimato da internet, que as pessoas se revelam”.
Domingo passado, Portugal foi a votos nas legislativas. E o povo pronunciou-se. Uns congratularam-se com os resultados, outros reprovaram, mas todos expressam as suas opiniões, independentemente de terem votado ou não. Da crítica à ofensa, a distância é curta. Provavelmente, o local mais visível para essas opiniões é a internet: na secção de comentários dos jornais online, em fóruns, blogs e principalmente nas redes sociais.
Parece ser no anonimato da internet que as pessoas se revelam. Atrás de um computador ou smartphone, onde a identidade está protegida (será?), podemos escolher quem queremos ser. Pena que tanta gente escolha ser imbecil. O debate sadio de ideias dá lugar a insultos e ofensas gratuitas, sendo que, muitas vezes, fogem por completo do tópico supostamente em questão. Há de tudo: racismo, homofobia, ódio, extremismo... Porquê? Será que o falar mal dos outros e rebaixá-los é uma tentativa de elevar a própria auto-estima? Quem fala mais alto tem razão? E será que cara a cara as opiniões expressas seriam tão radicais e inflamadas?
É comum cair-se na tentação de ignorar e desprezar qualquer opinião que não seja a nossa e muitas vezes nem nos damos ao trabalho de perceber as motivações e razões de cada um. É a diferença entre escutar e ouvir (sendo que, neste caso, o verbo adequado é ‘ler’). Ouvir é que o que fazemos quando as pessoas falam e nós queremos responder. Escutar é o que fazemos quando as pessoas falam e queremos entender. Talvez precisemos de escutar mais do que ouvir. Mesmo quando a opinião dos outros é completamente oposta à nossa, podemos sempre tentar perceber o lado de quem a emite e arranjar um ponto, por mais ténue que seja, onde estejamos de acordo. Já é um princípio.
Se a conversa ou notícia envolve futebol, religião ou política, o mais certo é dar para o torto. Somos todos donos da razão e, com frequência, há uma certa arrogância em desprezar a opinião alheia só porque nos contraria. Quando numa conversa ou discussão se cai no insulto gratuito, é um claro sinal de que se esgotaram os argumentos.
Creio que a liberdade de expressão é termos o direito de dizer o que pensamos, mas também é ouvir o que os outros pensam. Gostar e respeitar são coisas diferentes.
As pessoas querem, à força, impor as suas "verdades". Mas a verdade para mim pode não ser a verdade para ti. Factos são factos, acontece que passamos o tempo a discutir interpretações. Uma cadeira é uma cadeira. Se é bonita ou confortável, isso já são interpretações.
Ouvi uma frase que me parece pertinente: "Confia nos que procuram a verdade mas desconfia dos que dizem que a encontraram."
11.10.2015 00:58
BOSS AC
Músico, cronista do 'CM'
Correio da Manhã
Domingo passado, Portugal foi a votos nas legislativas. E o povo pronunciou-se. Uns congratularam-se com os resultados, outros reprovaram, mas todos expressam as suas opiniões, independentemente de terem votado ou não. Da crítica à ofensa, a distância é curta. Provavelmente, o local mais visível para essas opiniões é a internet: na secção de comentários dos jornais online, em fóruns, blogs e principalmente nas redes sociais.
Parece ser no anonimato da internet que as pessoas se revelam. Atrás de um computador ou smartphone, onde a identidade está protegida (será?), podemos escolher quem queremos ser. Pena que tanta gente escolha ser imbecil. O debate sadio de ideias dá lugar a insultos e ofensas gratuitas, sendo que, muitas vezes, fogem por completo do tópico supostamente em questão. Há de tudo: racismo, homofobia, ódio, extremismo... Porquê? Será que o falar mal dos outros e rebaixá-los é uma tentativa de elevar a própria auto-estima? Quem fala mais alto tem razão? E será que cara a cara as opiniões expressas seriam tão radicais e inflamadas?
É comum cair-se na tentação de ignorar e desprezar qualquer opinião que não seja a nossa e muitas vezes nem nos damos ao trabalho de perceber as motivações e razões de cada um. É a diferença entre escutar e ouvir (sendo que, neste caso, o verbo adequado é ‘ler’). Ouvir é que o que fazemos quando as pessoas falam e nós queremos responder. Escutar é o que fazemos quando as pessoas falam e queremos entender. Talvez precisemos de escutar mais do que ouvir. Mesmo quando a opinião dos outros é completamente oposta à nossa, podemos sempre tentar perceber o lado de quem a emite e arranjar um ponto, por mais ténue que seja, onde estejamos de acordo. Já é um princípio.
Se a conversa ou notícia envolve futebol, religião ou política, o mais certo é dar para o torto. Somos todos donos da razão e, com frequência, há uma certa arrogância em desprezar a opinião alheia só porque nos contraria. Quando numa conversa ou discussão se cai no insulto gratuito, é um claro sinal de que se esgotaram os argumentos.
Creio que a liberdade de expressão é termos o direito de dizer o que pensamos, mas também é ouvir o que os outros pensam. Gostar e respeitar são coisas diferentes.
As pessoas querem, à força, impor as suas "verdades". Mas a verdade para mim pode não ser a verdade para ti. Factos são factos, acontece que passamos o tempo a discutir interpretações. Uma cadeira é uma cadeira. Se é bonita ou confortável, isso já são interpretações.
Ouvi uma frase que me parece pertinente: "Confia nos que procuram a verdade mas desconfia dos que dizem que a encontraram."
11.10.2015 00:58
BOSS AC
Músico, cronista do 'CM'
Correio da Manhã
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