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Carta a um Viajante
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Carta a um Viajante
Companheiro e Amigo, Sei que por esta altura cumpres a viagem dos teus sonhos num país longe do nosso e envio-te estas palavras na esperança de que, estando bem, as recebas com renovada alegria.
Em Portugal estamos na mesma. Estou certo de que tens memória das manifestações de 2012 e 2013, dos apelos ao Constitucional, das greves semanais e dos protestos que durante 4 anos pareciam atravessar o país. Passaram depressa e há 15 dias fomos a votos.
Dizem-me que voltaste a não votar: enquanto eras estudante, foram os prazos e os papéis; agora, no estrangeiro, foram, de novo, os prazos e os papéis, aliados aos cadernos eleitorais e aos correios. 450 000 emigrantes em 4 anos, pouco mais de 250 000 inscritos nos cadernos, 28 000 votantes, 3 000 suficientes para eleger um deputado. Estranhos tempos.
Como te dizia, fomos a votos e o povo que quis votar – parece que cada vez menos -, soberano como sempre, escolheu. Mas durante os últimos dias dizem-nos que ninguém votou na mesma coisa: uns votaram nos que queriam no Governo; outros nos que queriam num Governo, mas não num qualquer; alguns em partidos que não queriam para Governo; outros apenas em deputados; muitos escolheram a Europa; alguns votaram contra a Europa; meia dúzia contra a austeridade; e alguns, como sempre, nos amigos. Confesso que ainda não descobri no que votou o nosso: diz-me que votou nos de sempre, mas que ninguém lhe percebeu a mensagem. Para a próxima é melhor escrevermos nas costas do boletim.
Já eu continuo a querer para o país o mesmo que queríamos quando escrevemos outras linhas de ação: que a Educação volte a ser uma arma de formação e elevação social; que o Ensino Superior seja para todos e valha mais a pena que o abandono e o desemprego posterior; que a emigração seja só mesmo para quem quer; e que daqui a uns anos possamos viver todos melhor do que vivemos nos últimos 4. Não sei se alguém me entendeu o voto.
Sei bem que não tens planos: nem de viagem, nem de regresso; por hoje o país também não: nem de governo, nem de orçamento; nem de presente, nem de futuro. Ninguém se entende e nada do que é parece realmente sê-lo. Amanhã talvez.
João Pedro Vieira
Diário de Notícias da Madeira
Terça, 20 de Outubro de 2015
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