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Na Ilíada não se come peixe

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Mensagem por Admin Dom Nov 22, 2015 12:00 pm

O primeiro livro da nossa literatura é sobre o cerco da cidade. No fim a cidade perde. Troia acaba queimada e saqueada, as suas mulheres violadas, levadas como escravas, as crianças e os seus pais mortos.

Os gregos que cercaram e saquearam Troia não eram os gregos que aprendemos a admirar - os da filosofia, da democracia, da matemática e da geometria. Esses, os que inventaram o nosso pensamento, só apareceriam passados mais de mil anos. Os gregos que cercaram Troia eram bandos de guerreiros e facínoras cujos antepassados tinham chegado a cavalo do Norte à procura do seu lugar; era gente que ainda não tinha palácios nem estátuas, só armas e rebanhos.

Os gregos clássicos, que consideravam o peixe uma iguaria, não entendiam por que razão os seus antepassados homéricos não o comiam, estando como estavam sempre perto do mar. Na Ilíada (e na Odisseia) ninguém come peixe. Só carne. Hecatombes de bois, como narrava Homero. Hábitos trazidos das estepes, onde a alimentação do brutamontes guerreiro era feita à base de carne vermelha. A sofisticação do peixe não era ainda para aqueles primeiros gregos.

Ao ler a Ilíada hoje é difícil não pensar que a história não seja outra coisa que repetição. Por muita fé milenarista que possamos ter, acaba por ser sempre a mesma história. Afinal a nossa biologia é igual à dos gregos saqueadores de cidades, dos troianos mortos e das troianas violadas e feitas escravas. Não mudámos muito.

Se estes gangues de terroristas islamitas que assolam a Europa triunfassem, como triunfaram os gangues gregos sobre Troia, quantos mil anos demoraria a nascer de novo a cidade?

Quantos mil anos lhes levaria a entender que o pensamento gera riqueza e bem-estar, que a paz é próspera, que a diferença enriquece, que as estátuas inspiram, que lei é o mais igualitário dos instrumentos e que a mulher é metade do todo.

Quantos mil anos demorariam a evoluir como evoluíram os gregos de facínoras a filósofos?

Quantos mil anos para tolerarem, como nós toleramos no nosso seio, os que nos querem destruir?

Não há acontecimento mais triste nas histórias da História do que o fim da cidade. Todo o tempo e energia investidos por gerações de homens e mulheres na organização da interação social, na invenção de tecnologias, no aprimorar do comércio, na troca de ideias e na produção de artefactos e de arte desperdiçados num ápice de força bruta e intolerância.

Ter as portas abertas é não só um dever da cidade como uma necessidade para a sua sobrevivência. A cidade fechada morre. Não há cidade sem comércio, sem o negócio da surpresa e da diferença. Pelas portas abertas da cidade entra a riqueza que a faz; mas entra também o cavalo. Não estarão estes novos "gregos" montados na tolerância que amamos como aquela gente amava os cavalos? Podemos até compreender e contextualizar os dois lados desta questão, mas esse é um exercício que só está ao alcance de quem está na cidade, sentado nos seus muros, olhando para fora e para dentro. Quem está fora não beneficia desta elevação. O ponto de vista dos gangues que nos acossam é outro. Eles apenas veem os muros que os excluem, imaginando e invejando as riquezas que eles encerram, ao mesmo tempo que desprezam os modos da cidade: educados, organizados, femininos, tolerantes.

Eu sou da cidade. E embora o fascínio por Aquiles, por gangues, por feitos heroicos ou pela beleza guerreira seja apenas um prazer literário, uma sublimação da masculinidade que a cidade tolera pouco, é talvez chegado o tempo de suspender a tolerância. Como os gregos clássicos, também eu gosto muito de peixe. Como gosto de croissants ao pequeno--almoço. Morte aos "gregos".

22 DE NOVEMBRO DE 2015
00:09
Pedro Bidarra
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