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Um acordo que não arrefece
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Um acordo que não arrefece
Um acordo "histórico". Cento e noventa e cinco países assinaram em Paris um documento em que se comprometem a adotar medidas que reduzam o efeito de estufa e, assim, contribuam para travar o aquecimento da Terra. Todos, por unanimidade. Mesmo aqueles que até agora nada fizeram, mesmo os mais céticos relativamente ao efeito de estufa.
E isso é que é estranho. Como diz o adágio popular, "quando a esmola é grande, o pobre desconfia". Temos razões de sobra para seguir a sabedoria do povo. Chegaram a acordo por unanimidade, mas não se comprometeram com nada. Talvez aqui esteja a chave do sucesso que fez de Paris, a cidade onde se reuniram os líderes mundiais, acabada de ser alvo de um violento ataque terrorista, o palco de um momento histórico.
Os "donos" do Planeta precisaram de mostrar algo, depois de tantos fracassos nas cimeiras anteriores. Com a Europa num momento de grande fragilidade, e o Mundo a viver no meio de incertezas, seria muito difícil aos chefes de Governo abandonar de mãos vazias a capital francesa. Sendo assim, assinou-se um acordo que depende da boa vontade de todos e não quantifica nada.
Do Burundi aos Estados Unidos, do menos desenvolvido (que pouco ou nada contribui para o aquecimento global), à China, a campeã da poluição, vão mudar de rumo. O petróleo e o carvão darão lugar às energias renováveis, e o Mundo, enfim, daqui a algumas décadas, liberta-se dos combustíveis fósseis. Quem acredita na bondade de tal acordo?
Os dirigentes mundiais, reunidos em Paris, de uma coisa estão certos: não serão eles a prestar contas pelo que acontecer ao Planeta daqui a 30 ou 50 anos. Assinaram um acordo sem especificar a forma dos países impedirem que a temperatura do Planeta não suba além de 1,5 graus - uma visão ainda mais otimista de que o ponto de partida para Paris, onde o teto estava em não deixar ultrapassar os dois graus centígrados.
Os mesmos homens que na pequena Europa não conseguem entender-se quanto ao destino de milhares de refugiados à procura de abrigo no velho continente; os mesmos que não chegam a um caminho comum para combater a crise económica; os mesmos que não conseguem entender-se em relação à crise Síria acordam substituir os combustíveis fósseis por energias limpas.
Como lembrava James Hansen, antigo diretor da NASA e um dos primeiros cientistas a alertar para os riscos do aquecimento global, a cimeira de Paris não passa de uma fraude. Mais valia ter sido alcançado um acordo efetivo que um acordo histórico. A própria história encarregar-se-á de desmascarar o embuste.
* EDITORA-EXECUTIVA-ADJUNTA
15.12.2015
PAULA FERREIRA
Diário de Notícias
E isso é que é estranho. Como diz o adágio popular, "quando a esmola é grande, o pobre desconfia". Temos razões de sobra para seguir a sabedoria do povo. Chegaram a acordo por unanimidade, mas não se comprometeram com nada. Talvez aqui esteja a chave do sucesso que fez de Paris, a cidade onde se reuniram os líderes mundiais, acabada de ser alvo de um violento ataque terrorista, o palco de um momento histórico.
Os "donos" do Planeta precisaram de mostrar algo, depois de tantos fracassos nas cimeiras anteriores. Com a Europa num momento de grande fragilidade, e o Mundo a viver no meio de incertezas, seria muito difícil aos chefes de Governo abandonar de mãos vazias a capital francesa. Sendo assim, assinou-se um acordo que depende da boa vontade de todos e não quantifica nada.
Do Burundi aos Estados Unidos, do menos desenvolvido (que pouco ou nada contribui para o aquecimento global), à China, a campeã da poluição, vão mudar de rumo. O petróleo e o carvão darão lugar às energias renováveis, e o Mundo, enfim, daqui a algumas décadas, liberta-se dos combustíveis fósseis. Quem acredita na bondade de tal acordo?
Os dirigentes mundiais, reunidos em Paris, de uma coisa estão certos: não serão eles a prestar contas pelo que acontecer ao Planeta daqui a 30 ou 50 anos. Assinaram um acordo sem especificar a forma dos países impedirem que a temperatura do Planeta não suba além de 1,5 graus - uma visão ainda mais otimista de que o ponto de partida para Paris, onde o teto estava em não deixar ultrapassar os dois graus centígrados.
Os mesmos homens que na pequena Europa não conseguem entender-se quanto ao destino de milhares de refugiados à procura de abrigo no velho continente; os mesmos que não chegam a um caminho comum para combater a crise económica; os mesmos que não conseguem entender-se em relação à crise Síria acordam substituir os combustíveis fósseis por energias limpas.
Como lembrava James Hansen, antigo diretor da NASA e um dos primeiros cientistas a alertar para os riscos do aquecimento global, a cimeira de Paris não passa de uma fraude. Mais valia ter sido alcançado um acordo efetivo que um acordo histórico. A própria história encarregar-se-á de desmascarar o embuste.
* EDITORA-EXECUTIVA-ADJUNTA
15.12.2015
PAULA FERREIRA
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