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Um governo sem esperança
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Um governo sem esperança
"Dar sentido útil aos sacrifícios dos portugueses" é baixar os impostos
1. Um governo de direita digno desse nome devia ter um discurso simples em termos orçamentais: cortar na despesa pública para baixar os impostos, fazer a reforma do Estado para cortar na carga fiscal. Um governo de direita verdadeiramente ambicioso devia ter o desígnio de fazer de Portugal um dos países europeus mais competitivos em termos fiscais, ao nível do IRS, do IRC e do IVA, ou, no mínimo dos mínimos, ser mais competitivo que Espanha. Só assim é possível promover e atrair investimento estrangeiro para promover o crescimento, só assim será possível libertar recursos para as famílias consumirem mais. Não é uma solução mágica para os nossos problemas económicos mas é um caminho de esperança - tudo o que este governo não conseguiu representar até agora.
Utilizando o código de linguagem de Paulo Portas, dar "sentido útil aos sacrifícios que a sociedade portuguesa como um todo tem feito" é baixar os impostos em 2015 - não é aumentá-los, como o governo anunciou esta semana. Passos Coelho, que faz dos portugueses tolos quando nega qualquer corte nos rendimentos, fez o que se esperava de António José Seguro: aumentou os impostos para promover a recuperação do poder de compra dos funcionários públicos e dos pensionistas.
2. Perante a impopularidade óbvia da política de austeridade, Passos Coelho devia ter um objectivo claro e simples: governar para a classe média que o elegeu. Os trabalhadores do sector privado são, por natureza, a base social de apoio do PSD e do CDS e reclamam há muito uma verdadeira reforma do Estado que permita uma redução sustentável da despesa pública - foi precisamente essa uma das principais promessas de Passos Coelho em 2011. Em vez de governar para o seu eleitorado natural, Passos Coelho conseguiu a proeza de atacá-lo a um ano das eleições com o aumento do IVA, da TSU, mas também com os novos preços da luz. A descida do preço da electricidade apenas ocorrerá para os rendimentos mais baixos. Para os restantes voltará a subir.
Um dos feitos extraordinários desde governo é precisamente não conseguir ganhar a opinião pública quando a economia está a crescer, o desemprego está a descer, os juros da dívida desceram para mínimos históricos e o programa da troika vai ser concluído com uma saída limpa.
"Dar sentido útil aos sacrifícios dos portugueses" é baixar os impostos
E não consegue porque não tem um discurso de esperança. Não precisava de vender ilusões, como Passos diz, ou de regressar "à irresponsabilidade financeira", como complementa Portas. Precisava apenas de um desígnio para o período pós-troika. O que não tem hoje e é pouco provável que passe a ter no domingo, quando Passos Coelho tentar ensaiar um novo discurso para o resto do mandato.
Por Luís Rosa
publicado em 3 Maio 2014 - 05:00
1. Um governo de direita digno desse nome devia ter um discurso simples em termos orçamentais: cortar na despesa pública para baixar os impostos, fazer a reforma do Estado para cortar na carga fiscal. Um governo de direita verdadeiramente ambicioso devia ter o desígnio de fazer de Portugal um dos países europeus mais competitivos em termos fiscais, ao nível do IRS, do IRC e do IVA, ou, no mínimo dos mínimos, ser mais competitivo que Espanha. Só assim é possível promover e atrair investimento estrangeiro para promover o crescimento, só assim será possível libertar recursos para as famílias consumirem mais. Não é uma solução mágica para os nossos problemas económicos mas é um caminho de esperança - tudo o que este governo não conseguiu representar até agora.
Utilizando o código de linguagem de Paulo Portas, dar "sentido útil aos sacrifícios que a sociedade portuguesa como um todo tem feito" é baixar os impostos em 2015 - não é aumentá-los, como o governo anunciou esta semana. Passos Coelho, que faz dos portugueses tolos quando nega qualquer corte nos rendimentos, fez o que se esperava de António José Seguro: aumentou os impostos para promover a recuperação do poder de compra dos funcionários públicos e dos pensionistas.
2. Perante a impopularidade óbvia da política de austeridade, Passos Coelho devia ter um objectivo claro e simples: governar para a classe média que o elegeu. Os trabalhadores do sector privado são, por natureza, a base social de apoio do PSD e do CDS e reclamam há muito uma verdadeira reforma do Estado que permita uma redução sustentável da despesa pública - foi precisamente essa uma das principais promessas de Passos Coelho em 2011. Em vez de governar para o seu eleitorado natural, Passos Coelho conseguiu a proeza de atacá-lo a um ano das eleições com o aumento do IVA, da TSU, mas também com os novos preços da luz. A descida do preço da electricidade apenas ocorrerá para os rendimentos mais baixos. Para os restantes voltará a subir.
Um dos feitos extraordinários desde governo é precisamente não conseguir ganhar a opinião pública quando a economia está a crescer, o desemprego está a descer, os juros da dívida desceram para mínimos históricos e o programa da troika vai ser concluído com uma saída limpa.
"Dar sentido útil aos sacrifícios dos portugueses" é baixar os impostos
E não consegue porque não tem um discurso de esperança. Não precisava de vender ilusões, como Passos diz, ou de regressar "à irresponsabilidade financeira", como complementa Portas. Precisava apenas de um desígnio para o período pós-troika. O que não tem hoje e é pouco provável que passe a ter no domingo, quando Passos Coelho tentar ensaiar um novo discurso para o resto do mandato.
Por Luís Rosa
publicado em 3 Maio 2014 - 05:00
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