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A Outra Via de António Costa

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Mensagem por Admin Qua maio 25, 2016 11:03 am

A "outra via" de governação escolhida por António Costa, com o PS no Governo e a "outra esquerda" no Parlamento, é hoje tão importante para o futuro dos partidos socialistas e social democratas europeus quanto foi, por breves momentos, a terceira via de Blair.

Nos anos 1990, quando Tony Blair liderou o Partido Trabalhista inglês e, com a ajuda do sociólogo Anthony Giddens, assumiu a "terceira via" como um programa político, criou as condições para uma vitória no Reino Unido, face aos conservadores, e exportou um modelo que levou múltiplos partidos socialistas e social-democratas ao poder na Europa.

No entanto, a "terceira via" de Blair acabou por se transformar numa bolha especulativa de crédito político, pois alcançou o poder nas eleições seguintes a troco de hipotecar o papel do Estado como representante do bem comum frente à dominação da sociedade pelo mercado.

Como explica o sociólogo Manuel Castells, há aqueles que sempre aceitaram a "economia de mercado" e aqueles outros que preferem realizar uma política de criação de uma "sociedade de mercado", onde o lucro no sistema financeiro determina não só o curso das bolsas e economias, mas também a vida.

É claro que os escritos de Giddens e os programas políticos de Blair e de outros socialistas europeus e social democratas, do final da década de 1990, nunca apontaram a criação de uma "sociedade de mercado".

No entanto, as práticas políticas dos governos de "terceira via" levaram a que se criassem as condições financeiras para que as bolsas não determinassem apenas o lucro das economias mas também as nossas vidas – tal, como a crise de 2008 e, depois, as políticas de austeridade europeias vieram a demonstrar.

O erro de implementação de políticas de governação tendentes a uma "sociedade de mercado" por parte da esquerda, ao mesmo tempo que defendiam "economias de mercado", criou uma situação de bipolaridade impossível de gerir para os partidos socialistas e social-democratas europeus.

Se tivermos dúvidas quanto ao sucedido, basta relembrar o que aconteceu, e acontece, na Grécia ao PASOK, na Espanha ao PSOE, na França a Hollande, na Alemanha ao SPD, na Áustria aos sociais-democratas, o que ocorreu na Itália pré-Renzi e o que actualmente se passa com os trabalhistas no Reino Unido.

O que torna assim tão central a "Outra via" de Costa para a vida política da esquerda europeia?

Depois de quase 50 anos passados desde 1968, os partidos socialistas e sociais-democratas europeus tornaram-se instituições conservadoras, não no seu ideário político, mas na sua prática governativa.

A crise de 2008 colocou o espectro político europeu sob o signo do conservadorismo, pelo que os partidos de centro-direita se tornaram cada vez mais conservadores, centrando a sua identidade em torno das políticas de austeridade. Simultaneamente, a extrema-direita reinventou-se num misto de conservadorismo económico e social-populismo xenófobo.

Por sua vez, o centro-esquerda procurou agarrar-se ao seu ideário político em torno de uma economia de mercado, mas sem renegar, ou fazer luto, da sua permissividade face à indução de uma "sociedade de mercado". O resultado? A percepção pública de não diferença face aos outros conservadores de direita e extrema-direita.

Restou a "outra esquerda", tanto a já formada em torno de partidos políticos como aquela em formação nos movimentos sociais de indignação como o 15M em Espanha e agora o "Nuit debout" em França.

Os estudos demonstram que nas instituições conservadoras, como as universidades ou igrejas, a inovação provém das franjas que são cooptadas pela maioria como estratégia de sobrevivência através da sua própria reinvenção. Daí que também a inovação e sobrevivência do centro-esquerda venha hoje da "outra esquerda".

A inovação a partir da "outra esquerda" tem tido múltiplos desenhos organizativos e eleitorais. Nalguns casos o processo tem já décadas, como no caso do partido comunista italiano e a sua evolução até ao partido rede que deu origem ao governo centro-esquerda de Matteo Renzi.

Noutros casos a inovação a partir da "outra esquerda" tornou obsoletas as elites dos partidos socialistas e social-democratas mas revitalizou os seus eleitorados, como no caso do Syriza na Grécia.

Há também os casos de lenta agonia governativa, como em França, ou de lenta agonia eleitoral, como em Espanha. Situações, onde os partidos socialistas e social-democratas não conseguem ver outra via que não seja transformarem-se em proto-SPDs alemães e viver a agonia de perder votos e apoiantes a troco de não deixar de governar.

O grande desafio dos partidos socialistas e social-democratas europeus é como inovar politicamente a partir da "outra esquerda", manter a liderança sendo o mais votado e, simultaneamente, permitir que a "outra esquerda" mantenha a sua identidade e votos.

Como a situação espanhola ilustra, com a aliança entre Podemos e Esquerda Unida a destronar o PSOE para terceiro lugar nas próximas eleições de Junho, não basta mudar de lideranças é, também, necessário mudar de políticas.

O que é então a "Outra via" de António Costa? Simplesmente, é o regresso dos partidos socialistas e social-democratas a uma prática de governação em sintonia com os seus programas políticos, recusando "uma sociedade de mercado".

Uma outra via em que a governação não pode ser feita sozinha à esquerda e em que há que contribuir para a diversidade e força de partidos da "outra esquerda", porque o crescimento eleitoral dos partidos socialistas se faz com o anterior voto de centro-direita.

Se a "Outra via" de António Costa continuar a funcionar é provável que o modelo de partidos em rede, mas com identidades próprias e sem se fundirem num único projecto político, venha a ser para o Reino Unido e França um modelo alternativo ao modelo italiano de Renzi.

No entretanto, muitos líderes socialistas e sociais-democratas europeus gostariam de ser António Costa e, provavelmente, António Costa gostará de poder vir a dar-lhes razão, mas na política temos sempre de esperar para ver.

Professor Catedrático do ISCTE-IUL e investigador do College d'Études Mondiales na FMSH

GUSTAVO CARDOSO
24/05/2016 - 07:13
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