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BREXIT: A Singapura da Europa

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Mensagem por Admin Ter Jun 07, 2016 12:14 pm

Com a vitória do não no próximo 23 de junho, podemos passar a ter uma grande Londres e os seus arredores transformados numa espécie de Singapura da Europa.

De acordo com os últimos dados das sondagens a propósito do resultado do referendo do dia 23, estamos na iminência de uma Europa sem ingleses. Aproxima-se um novo “dia D” (D-Day, 6 de junho de 1944, ontem assinalado).

Agora já não estamos a falar do histórico dia em que, a partir da Inglaterra, se reconquistou a liberdade na Europa, mas do dia em que, através de um referendo na Inglaterra, a Europa pode voltar à deriva autoritária e isolacionista pondo em risco a sua liberdade. Voltaremos a ter, mais uma vez com a fraqueza dos franceses, uma Europa exclusivamente entregue aos alemães.

A Irlanda permanecerá. A Escócia provavelmente continuará a lutar pela independência e pedirá a sua adesão à União Europeia. Esta, porém, nunca mais será a mesma. Por muito que se tente ser otimista e dourar o cenário, a verdade é que um resultado favorável ao Brexit matará o projeto europeu tal com ele se vem afirmando desde 1951/57.

A Inglaterra regressará ao seu profundo atlantismo, ao seu carácter ilhéu. Transformar-se-á, a partir de Londres, numa grande área metropolitana, numa grande cidade-Estado, tendo Gales e a Irlanda do Norte como retaguarda.

Uma nova cidade-Estado que inaugurará este conceito para o século XXI. Falamos da mesma Inglaterra que, ao longo dos séculos, e através do seu vasto império onde o sol nunca se punha, manteve o domínio sobre vários pontos do mundo, criando então cidades-Estado que hoje são o símbolo do capitalismo financeiro e tecnológico combinado com democracias musculadas, como Hong Kong e Singapura.

Ora o que caracteriza estas metrópoles, estas verdadeiras cidades-Estado, não é o facto de serem grandes ou terem muita população, mas sim a enorme concentração de serviços financeiros, tecnológicos e a produção de conteúdos interagindo, nomeadamente, com a nova internet das coisas e a chamada indústria 4.0. Ou seja, são espaços de economia partilhada, com alto valor acrescentado, quer na qualificação do seu capital humano quer na gestão das suas organizações. São ainda compostas por uma forte diversidade étnica e cultural (curiosamente com muitos imigrantes de que os ingleses, no debate sobre o referendo, parecem não gostar) desafiando, por isso, o clássico modo de vida em sociedade.

Nestas cidades-Estado, estamos em presença de grandes praças financeiras, centros de negócios, quartel-general de grandes empresas multinacionais, centros de indústrias criativas, gestão de marcas, no fundo, grandes aglomerados, verdadeiros cachos (clusters) de talento.

Tudo isto já existe atualmente na grande Londres, com a Inglaterra e Gales e a Irlanda do Norte a funcionarem como o seu grande quintal logístico e paisagístico. Aliás, a confirmar esse caminho para a ilha cosmopolita, acaba de ser eleito um mayor com origem no velho império.

Hoje a Inglaterra já é, essencialmente, um país de serviços, uma plataforma de circulação de capitais (para alguns a maior offshore do mundo), uma área residencial de luxo para os milionários dos países não ocidentais, um histórico centro de estudo nas suas famosas universidades e, por fim, mas não menos importante, tem uma digníssima família real como atração turística.

Com a vitória do não no próximo 23 de junho, este cenário pode vir a acentuar-se e deixarmos de ter um Reino Unido como o conhecemos da história, para passarmos a ter uma grande Londres e os seus arredores transformados numa espécie de Singapura da Europa. Uma grande ilha, isolada da União Europeia, com a sua moeda, o seu sistema político soberano, a sua fronteira, funcionando como plataforma atlântica para negócios e serviços, inserida numa rede global de grandes áreas similares.

Quem sabe, uma vez que o futuro está sempre em aberto, se o Brexit não poderá significar, no lugar de uma crise, a oportunidade para o Reino Unido se vir a transformar num novo e diferente ator global.

Muito provavelmente, num futuro mais ou menos distópico, assistiremos a um mundo organizado deste modo. Grandes cidades-Estado, tecnologicamente fortificadas, funcionando em rede à escala planetária, rodeadas de um mundo logístico mais ou menos hostil, mais ou menos desestruturado.

E do outro lado da Mancha, como poderá ser o futuro após o novo “dia D”, após 23 de junho?

Não sabemos. Mas a ironia da história é que bem poderemos regressar ao tempo pré-1944. Voltaremos à balança de poderes do continente europeu: a Alemanha como potência hegemónica, por enquanto mais ou menos benévola, uma França em clara decadência e a regressar ao autoritarismo nacionalista e xenófobo onde tantas vezes navegou e uma Rússia a regressar ao seu espaço vital, procurando criar divisões e fazer alianças a Ocidente (Grécia ou Hungria, por exemplo). O resto, isto é, os outros parceiros mais pequenos da União Europeia, continuarão a fazer o papel de peões num xadrez onde pouca influência têm.

Em 1953, Thomas Mann, no seu famoso discurso de Hamburgo, advertiu os alemães, seus conterrâneos, para que que nunca mais voltassem a “aspirar a uma Europa alemã”. Afinal, tudo se parece encaminhar para não apenas termos uma Europa alemã como uma Europa sem ingleses e, mais surpreendente ainda, uma Singapura na Europa.

Oxalá eu esteja enganado e se possa concluir, com Hölderlin, que “lá, onde habita o perigo está a salvação…”

José Conde Rodrigues é professor universitário

José Conde Rodrigues 
7/6/2016, 8:16
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