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Quem é o motor da economia?
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Quem é o motor da economia?
Os números. Sempre a frieza dos números. Estamos perto de saber com o que contamos no próximo Orçamento de Estado. Entre a luta pelo controlo do défice e a dificuldade em fazer a economia arrancar, o próximo exercício orçamental, nas mãos do Ministro Mário Centeno, é complexo.
Neste momento, temos conhecimento dos últimos números divulgados pelo INE, que acabam por ser agridoces.
A ideia de vivermos à conta do crescimento do consumo interno levanta algumas incertezas e interrogações. Devolver o poder de compra perdido às famílias, é, sem dúvida, uma medida importante, sobretudo após estes anos de enormes sacrifícios. No entanto, existe simultaneamente a aposta, vinda do cenário macroeconómico pré-eleitoral, de que o regresso do consumo pode fazer com que a rotação do motor e consequentemente o andamento da nossa economia suba. É um pressuposto do modelo, que, a breve prazo, veremos se terá aplicabilidade prática, para lá das abstractas equações e restantes simulações econométricas. É que o aumento do consumo, por parte das famílias, é também a subida do défice externo seja pelo aumento das importações, através da compra de automóveis, gasolina e um sem número de bens que importamos, seja pelo crédito com que são pagos e que, dada a baixa poupança interna, terão de ser financiados com crédito estrangeiro. Esta situação só pode deixar contente Madrid, Londres ou Berlim enquanto vendedores e mutuantes.
Saliente-se também que a taxa de poupança nacional tem vindo a reduzir. Por ora, são apenas sinais, que, caso a envolvente económica externa se agrave, se poderão revelar maus augúrios.
Todavia, independentemente da velocidade da economia portuguesa, não menos importante é cuidar de dar condições às nossas empresas. Não as diabolizando, nem perseguindo, pois há limites na aversão à economia de mercado.
Dois pontos são fulcrais nesta encruzilhada. Sim, volto ao tema do IRC. A reforma que se estava a fazer, sobretudo no sentido de dar mais capacidade e elasticidade, para investimento e contratação de recursos humanos é essencial, mas também a ideia de que as nossas empresas se devem abrir para o mundo. Em suma, exportar. Vender para fora, ganhar mercados e rasgar horizontes. Levar o Made in Portugal além-fronteiras, e já agora manterem as sedes fiscais por cá. Também dava jeito.
É por isso que apelo ao bom senso do Ministro das Finanças. Não se deixe enredar por propostas extremistas, nem por ideias das franjas folclóricas anti-capitalistas. As empresas e os empresários entram necessariamente na equação de uma economia mais saudável, mais produtiva e mais próspera. São eles o verdadeiro motor de arranque para o crescimento. Não é o Estado, nem lhe pode ser pedido que a tudo acorra e que tudo financie, qual Nossa Senhora dos Aflitos. É preciso dar condições a quem possa produzir, a quem possa vender para fora e que consiga crescer.
Não gosto da dicotomia famílias e empresas. Cada um tem o seu papel nesta economia que se insere num sistema capitalista global, que sozinhos não conseguimos mudar, devemos por isso procurar viver nele, assegurando, ao mesmo tempo, a prosperidade que todos nós em Portugal necessitamos. E o bem-estar das famílias deve ser promovido pelas empresas e organizações, com o Estado no seu devido lugar, a enquadrar, a legislar (com parcimónia e prudência), a regular, a apoiar e a ajudar quem fica fora do sistema, quem, por condições adversas, fica à margem. É também por isso que não entro em démarches revolucionárias, mais oníricas que realistas. No meio está a virtude.
DIOGO AGOSTINHO
03.10.2016 às 8h22
Expresso
Neste momento, temos conhecimento dos últimos números divulgados pelo INE, que acabam por ser agridoces.
A ideia de vivermos à conta do crescimento do consumo interno levanta algumas incertezas e interrogações. Devolver o poder de compra perdido às famílias, é, sem dúvida, uma medida importante, sobretudo após estes anos de enormes sacrifícios. No entanto, existe simultaneamente a aposta, vinda do cenário macroeconómico pré-eleitoral, de que o regresso do consumo pode fazer com que a rotação do motor e consequentemente o andamento da nossa economia suba. É um pressuposto do modelo, que, a breve prazo, veremos se terá aplicabilidade prática, para lá das abstractas equações e restantes simulações econométricas. É que o aumento do consumo, por parte das famílias, é também a subida do défice externo seja pelo aumento das importações, através da compra de automóveis, gasolina e um sem número de bens que importamos, seja pelo crédito com que são pagos e que, dada a baixa poupança interna, terão de ser financiados com crédito estrangeiro. Esta situação só pode deixar contente Madrid, Londres ou Berlim enquanto vendedores e mutuantes.
Saliente-se também que a taxa de poupança nacional tem vindo a reduzir. Por ora, são apenas sinais, que, caso a envolvente económica externa se agrave, se poderão revelar maus augúrios.
Todavia, independentemente da velocidade da economia portuguesa, não menos importante é cuidar de dar condições às nossas empresas. Não as diabolizando, nem perseguindo, pois há limites na aversão à economia de mercado.
Dois pontos são fulcrais nesta encruzilhada. Sim, volto ao tema do IRC. A reforma que se estava a fazer, sobretudo no sentido de dar mais capacidade e elasticidade, para investimento e contratação de recursos humanos é essencial, mas também a ideia de que as nossas empresas se devem abrir para o mundo. Em suma, exportar. Vender para fora, ganhar mercados e rasgar horizontes. Levar o Made in Portugal além-fronteiras, e já agora manterem as sedes fiscais por cá. Também dava jeito.
É por isso que apelo ao bom senso do Ministro das Finanças. Não se deixe enredar por propostas extremistas, nem por ideias das franjas folclóricas anti-capitalistas. As empresas e os empresários entram necessariamente na equação de uma economia mais saudável, mais produtiva e mais próspera. São eles o verdadeiro motor de arranque para o crescimento. Não é o Estado, nem lhe pode ser pedido que a tudo acorra e que tudo financie, qual Nossa Senhora dos Aflitos. É preciso dar condições a quem possa produzir, a quem possa vender para fora e que consiga crescer.
Não gosto da dicotomia famílias e empresas. Cada um tem o seu papel nesta economia que se insere num sistema capitalista global, que sozinhos não conseguimos mudar, devemos por isso procurar viver nele, assegurando, ao mesmo tempo, a prosperidade que todos nós em Portugal necessitamos. E o bem-estar das famílias deve ser promovido pelas empresas e organizações, com o Estado no seu devido lugar, a enquadrar, a legislar (com parcimónia e prudência), a regular, a apoiar e a ajudar quem fica fora do sistema, quem, por condições adversas, fica à margem. É também por isso que não entro em démarches revolucionárias, mais oníricas que realistas. No meio está a virtude.
DIOGO AGOSTINHO
03.10.2016 às 8h22
Expresso
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