Braga da Cruz: Porto de Aveiro vai apostar nos recursos humanos e na ferrovia

Em entrevista concedida à Radio Terranova, Braga da Cruz, fez o ponto de situação sobre as vitórias presentes do Porto de Aveiro, as apostas de futuro e os desafios que terão de enfrentados no sentido de incrementar a capacidade de resposta e a modernização da infra-estrutura. O presidente da APA abordou ainda as potencialidades das conexões ferroviárias na persecução de novos mercados a explorar.

«No mês de Outubro, pela primeira vez na História do porto, movimentámos 500 mil toneladas (...) isto coloca-nos num patamar diferente, num patamar em que estamos a apostar e a colher resultados. Estamos hoje a fazer navios maiores, criámos condições para eles virem ao Porto de Aveiro», comentou Braga da Cruz, na ressaca do resultado histórico obtido na movimentação de carga. 

«Num ano que estava a ser difícil, apareceu esta luz de esperança, que nós achamos que vai perdurar. Estamos confortáveis para fazer face aos próximos anos (...) estamos a proceder à revisão do plano estratégico e os primeiros resultados dizem que o porto tem futuro, é competitivo e vai ser um instrumento cada vez mais eficaz ao serviço da economia da região», adiantou.

Sobre os desafios futuros do Porto de Aveiro, Braga da Cruz centrou a questão na adequação da logística humana e no desenvolvimento informático: «O espaço físico, na questão do acesso marítimo, poderá requerer algum ajustamento (...) mas o maior desafio que se coloca ao porto como um todo é o dos recursos humanos, do conhecimento, da capacidade, da capacitação, do reforço dos meios humanos que foram dimensionados para uma realidade que já não é a de hoje». 

Quanto à falta de aposta nacional nas virtudes da ferrovia, o presidente da APA reconheceu o sub-rendimento do sector no segmento do transporte de mercadorias, não deixando de sublinhar a importância das conexões ferroviárias no aprofundamento do hinterland e na exploração de novos mercados. Ressalvou a «importância da construção da linha Aveiro-Viseu-Mangualde-Vilar Formoso», apontando-a como via para para «chegar a mercados como o de Castela e Leão».