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Notas argentinas sobre o Norte de Portugal
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Notas argentinas sobre o Norte de Portugal
Desde que assumi a honra de representar a República Argentina em Portugal fui granjeado com diversas oportunidades para visitar as terras do Norte, para privar com a sua gente e comprovar os reconhecidos encantos da região. Ali tenho descoberto outra face de Portugal, a de um país exportador de alta tecnologia e com firme vocação industrial. Os contactos estabelecidos com as autoridades, os empresários e as universidades locais reforçaram a minha convicção de que o fortalecimento das relações entre Argentina e Portugal constitui uma bem-vinda inevitabilidade, em particular a nível comercial.
Essa intensificação das trocas bilaterais também depende do envolvimento do Norte, da ambição dos seus empresários e do aventureirismo dos seus empreendedores. Neste domínio, recebi a participação de algumas companhias da região nas duas missões empresariais recém--realizadas a Buenos Aires como um alentador presságio de que o Norte português não desperdiçará as irrepetíveis oportunidades que a Argentina hoje oferece.
De facto, a Argentina reabriu-se ao Mundo desde que Mauricio Macri foi empossado presidente. O protecionismo praticado pela administração anterior deu em pouco tempo lugar a uma economia destemidamente aberta ao investimento estrangeiro. Convertendo as promessas eleitorais em atos de governação, o presidente Macri retirou a dívida de uma situação de incumprimento, liberalizou a taxa de câmbio, revogou as restrições ao repatriamento de dividendos e continua empenhado em baixar a inflação. Tão importante quanto o que foi feito é o inabalável compromisso de prosseguir o caminho da normalização institucional, da previsibilidade política e do diálogo franco com as demais nações.
É neste contexto que insto todos os empresários portugueses a investir na Argentina, um mercado com 40 milhões de consumidores e a oitava maior área territorial do Mundo, uma economia do G20 com ampla mão de obra qualificada e abundantes reservas de matérias-primas, uma nação capaz de produzir alimentos para servir 400 milhões de pessoas por ano.
Complementaridade económica e proximidade geográfica são dois propulsores clássicos do comércio entre os povos. Como tenho vindo a assinalar, as economias argentina e portuguesa são muito mais complementares do que concorrentes, algo que pude facilmente comprovar na Beira Litoral, no Douro e no Minho.
Quando visitei o Grupo Metalusa, em Aveiro, e o Grupo dst, em Braga, tomei nota no terreno de como as empresas portuguesas de engenharia e construção podem singrar na Argentina. Nomeadamente nos programas de investimento em infraestruturas lançados pelo Governo para desenvolver o Norte argentino e a província de Buenos Aires.
De igual modo, quando participei em Aveiro no Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagem e de Turismo, constatei com irrefutável clareza a complementaridade de experiências que os nossos países oferecem um ao outro. Da nossa parte, convidamos os portugueses a descobrir cada um dos quarteirões argentinos, das avenidas de Buenos Aires ao despenhar das águas em Iguaçu, das estâncias de esqui de Bariloche à imensidão do Glaciar de Perito Moreno, das bodegas de Mendoza à misticidade da Tierra del Fuego.
De estas minhas primeiras digressões a Norte também destacaria as instalações eólicas com que me fui cruzando nos arredores do Porto. Eis outra das áreas onde os portugueses podem acrescentar valor à Argentina. Até porque a aposta nas energias solar e eólica, fazendo uso das condições ótimas para a sua produção em solo argentino, constitui uma prioridade nacional.
Adicionalmente, do contacto com outras empresas presentes na região, como o Grupo Visabeira, verifiquei existirem muitos mais canais inexplorados no comercio bilateral, em áreas como a manufatura e as telecomunicações.
Se a complementaridade económica é assinalável, a proximidade geográfica entre Argentina e Portugal, por culpa do Atlântico, nunca poderá existir. Tamanha distância é contudo encurtada desde há séculos pela profunda amizade cultural que nos une. Um imensurável património bilateral que acaba de ser reforçado pela celebração do Dia da Argentina na Bracara Augusta e ao qual se deverá somar a criação de uma cátedra argentina na Universidade Fernando Pessoa.
*EMBAIXADOR DA ARGENTINA EM PORTUGAL
Oscar A. Moscariello*
Hoje às 00:02
Diário de Notícias
Essa intensificação das trocas bilaterais também depende do envolvimento do Norte, da ambição dos seus empresários e do aventureirismo dos seus empreendedores. Neste domínio, recebi a participação de algumas companhias da região nas duas missões empresariais recém--realizadas a Buenos Aires como um alentador presságio de que o Norte português não desperdiçará as irrepetíveis oportunidades que a Argentina hoje oferece.
De facto, a Argentina reabriu-se ao Mundo desde que Mauricio Macri foi empossado presidente. O protecionismo praticado pela administração anterior deu em pouco tempo lugar a uma economia destemidamente aberta ao investimento estrangeiro. Convertendo as promessas eleitorais em atos de governação, o presidente Macri retirou a dívida de uma situação de incumprimento, liberalizou a taxa de câmbio, revogou as restrições ao repatriamento de dividendos e continua empenhado em baixar a inflação. Tão importante quanto o que foi feito é o inabalável compromisso de prosseguir o caminho da normalização institucional, da previsibilidade política e do diálogo franco com as demais nações.
É neste contexto que insto todos os empresários portugueses a investir na Argentina, um mercado com 40 milhões de consumidores e a oitava maior área territorial do Mundo, uma economia do G20 com ampla mão de obra qualificada e abundantes reservas de matérias-primas, uma nação capaz de produzir alimentos para servir 400 milhões de pessoas por ano.
Complementaridade económica e proximidade geográfica são dois propulsores clássicos do comércio entre os povos. Como tenho vindo a assinalar, as economias argentina e portuguesa são muito mais complementares do que concorrentes, algo que pude facilmente comprovar na Beira Litoral, no Douro e no Minho.
Quando visitei o Grupo Metalusa, em Aveiro, e o Grupo dst, em Braga, tomei nota no terreno de como as empresas portuguesas de engenharia e construção podem singrar na Argentina. Nomeadamente nos programas de investimento em infraestruturas lançados pelo Governo para desenvolver o Norte argentino e a província de Buenos Aires.
De igual modo, quando participei em Aveiro no Congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagem e de Turismo, constatei com irrefutável clareza a complementaridade de experiências que os nossos países oferecem um ao outro. Da nossa parte, convidamos os portugueses a descobrir cada um dos quarteirões argentinos, das avenidas de Buenos Aires ao despenhar das águas em Iguaçu, das estâncias de esqui de Bariloche à imensidão do Glaciar de Perito Moreno, das bodegas de Mendoza à misticidade da Tierra del Fuego.
De estas minhas primeiras digressões a Norte também destacaria as instalações eólicas com que me fui cruzando nos arredores do Porto. Eis outra das áreas onde os portugueses podem acrescentar valor à Argentina. Até porque a aposta nas energias solar e eólica, fazendo uso das condições ótimas para a sua produção em solo argentino, constitui uma prioridade nacional.
Adicionalmente, do contacto com outras empresas presentes na região, como o Grupo Visabeira, verifiquei existirem muitos mais canais inexplorados no comercio bilateral, em áreas como a manufatura e as telecomunicações.
Se a complementaridade económica é assinalável, a proximidade geográfica entre Argentina e Portugal, por culpa do Atlântico, nunca poderá existir. Tamanha distância é contudo encurtada desde há séculos pela profunda amizade cultural que nos une. Um imensurável património bilateral que acaba de ser reforçado pela celebração do Dia da Argentina na Bracara Augusta e ao qual se deverá somar a criação de uma cátedra argentina na Universidade Fernando Pessoa.
*EMBAIXADOR DA ARGENTINA EM PORTUGAL
Oscar A. Moscariello*
Hoje às 00:02
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