Braga da Cruz analisou 2016 em Aveiro: «Perdemos no cimento, ganhámos em outras cargas»

O desempenho do Porto de Aveiro durante o ano passado contrastou com a tendência vivida nessa indústria, muito devido à quebra verificada nas cargas de cimento. Ainda assim, o último trimestre do ano passado mostrou sinais de um arranque de 2017 a todo o gás. «Assistimos a uma alteração do perfil do porto (...) Apesar de não termos batido os números anteriores, alargámos a oferta, estamos mais competitivos em alguns sectores importantes e diminuímos a exposição ao produto preponderante, que era a exportação de cimentos», declarou o presidente da APA.

Em declarações feitas ao programa da Comunidade Portuária de Aveiro na Rádio Voz da Ria, Braga da Cruz acrescentou que o Porto de Aveiro se tornou mais competitivo «nos granéis líquidos e agroalimentares», facto que tornou o porto «mais resiliente», em grande parte «impulsionados pela Prio e agroalimentares», explicou o presidente da APA. De acordo com o relatório da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes relativo a 2016, os principais portos totalizaram 93,9 milhões de toneladas de carga movimentada, um aumento de 5,1% face a 2015.

Refira-se que a restrições impostas nas importações de cimento pela Argélia baixaram de forma significativa este tipo de carga - com tal quebra, a movimentação de mercadorias baixou 100 mil toneladas em relação às 4,656 milhões toneladas de 2015. «No balanço, perdemos no cimento mas ganhámos em outras cargas mais 300 mil toneladas. Portanto, situámo-nos, ainda assim, em valores bastante altos», analisou Braga da Cruz.

O presidente da APA explicou ainda que o ano de 2016 ficou fortemente marcado por investimentos que passaram pelo reforço da capacidade de armazenagem coberta e a chegada de um reborcador mais potente, mudanças que tornaram o porto comercial mais atractivo para navios de maior dimensão, facto que permitiu baixar o custo de movimentação de carga por tonelada movimentada. Para Braga da Cruz, «as perspectivas de optimismo» fundam-se, em grande parte, no sucesso das alterações ao nível da estrutura portuária ocorridas em 2016.

14/02/2017
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