Procurar
Tópicos semelhantes
Entrar
Últimos assuntos
Tópicos mais visitados
Quem está conectado?
Há 50 usuários online :: 0 registrados, 0 invisíveis e 50 visitantes :: 1 motor de buscaNenhum
O recorde de usuários online foi de 864 em Sex Fev 03, 2017 11:03 pm
É fazer as contas
Página 1 de 1
É fazer as contas
Quem diria há um ano atrás que teríamos uma telenovela mexicana na coligação do Governo, com direito a troca de acusações, comunicados e demissões?
É verdade. Se há verdade imutável, é que o tempo cura ou "muda" tudo. Um ano depois, Gaspar virou Livro de Maria João Avillez, o nosso Álvaro deixou como legado os pastéis de nata e o País sossegou com Pires de Lima e sobretudo Maria Luís Albuquerque. A desconfiança e os amuos, do irrevogável Portas, emudeceram com o pomposo posto de Vice-Primeiro Ministro e seguimos todos para bingo até Setembro/Outubro do ano seguinte.
Do outro lado, afinal nem tudo estava assim tão seguro e deu à costa o ungido do regime.
Mas o valor do tempo demonstra a diferença entre o que se é e o que se quer ser. Ora, Costa não estava para atravessar o deserto de três anos de oposição, memorandos de entendimento e defesas da honra de legados socráticos. Era tempo a mais no circuito da carne assada. Aliás, nesta campanha vê-se a falta de vontade com que Costa se presta a essas inevitáveis voltas partidárias. É mesmo uma maçadoria.
Qual rio que corre em direcção ao mar, surge-nos agora Rui Rio. E o que nos diz este candidato a candidato, a Primeiro-Ministro, a Presidente da República, que precisa de uma vaga de fundo, que o leve em ombros? Ladeado de Costa, em boa harmonia, pede eleições antecipadas em Abril.
Ora, vindo de Costa percebe-se. Se tudo correr bem em Setembro, mais vale ir fresquinho e depressa a eleições. Um ano de oposição seria complexo e o foco para além de estar sobre o trabalho do Governo, estaria necessariamente nas propostas de Costa. Fica mais complicado, sobretudo se tivermos em conta que, até ao momento, as medidas mais badaladas para a salvação do nosso País são a nomeação de um Socialista para Comissário Europeu e um Ministério da Cultura. As finanças públicas ficam para mais tarde. Está claro que sim. O resolve-se depois é um discurso visto e revisto por todos nós. Até às eleições teremos a ladainha de que não irá aumentar impostos, que irá colocar o País a crescer (sem explicar muito bem como, será um remake do choque tecnológico?), que as pensões são para se manter, que o IRS poderá descer. No dia seguinte, à tomada de posse, iremos ouvir que afinal as contas públicas não estavam como pensavam, que será necessário aplicar medidas fortes no lado da receita. Onde já ouvimos isto? Eu ajudo: Durão, Sócrates e Passos. Pois. Foi isto mesmo.
De Rui Rio lamenta-se que coloque a sua ambição pessoal à frente do que Portugal precisa. Não havia necessidade. Muito menos deve ir a reboque, ou tentar cavalgar ondas. É que Abril está a menos de um ano e não é coerente com a calma necessária à preparação do Orçamento de Estado. Talvez Julho fosse a data mais indicada.
É que um ano e meio em política e em economia é tempo suficiente para mudanças. Se em Economia os ciclos podem ser vistos a longo prazo, em política um dia, neste país, parece uma eternidade, tal a velocidade a que se precipitam os acontecimentos e as peripécias.
No entanto, gostei da ideia de uma Agenda para uma década, se há algo que o nosso País precisa é de visão estratégica de longo prazo. Andamos há muitos anos a gerir o dia-a-dia sem pensar no futuro. Só que uma Agenda, ainda mais para um decénio, pressupõe que se apresentem... medidas. Números, medidas a implementar e objectivos a atingir. E infelizmente para medidas é preciso fazer contas e bem feitas. É que a Troika ainda nos acompanha até pagarmos boa parte do que devemos. E por falar em contas, não é caricato que nos comece a aparecer no horizonte como candidato a Presidente, António Guterres. É que fazer as contas não era a sua praia. Que belo ticket se vislumbra no horizonte.
Diogo Agostinho |
7:00 Segunda, 28 de Julho de 2014
Expresso
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos
|
|
Qui Dez 28, 2017 3:16 pm por Admin
» Apanhar o comboio
Seg Abr 17, 2017 11:24 am por Admin
» O que pode Lisboa aprender com Berlim
Seg Abr 17, 2017 11:20 am por Admin
» A outra austeridade
Seg Abr 17, 2017 11:16 am por Admin
» Artigo de opinião de Maria Otília de Souza: «O papel dos custos na economia das empresas»
Seg Abr 17, 2017 10:57 am por Admin
» Recorde de maior porta-contentores volta a 'cair' com entrega do Maersk Madrid de 20.568 TEU
Seg Abr 17, 2017 10:50 am por Admin
» Siemens instalou software de controlo avançado para movimentações no porto de Sines
Seg Abr 17, 2017 10:49 am por Admin
» Pelos caminhos
Seg Abr 17, 2017 10:45 am por Admin
» Alta velocidade: o grande assunto pendente
Seg Abr 17, 2017 10:41 am por Admin